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Opiniões

03 DE JUNHO DE 2022

Recuperar o valor da docência

Por: Humberto Challoub

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Já não bastassem os danos gerados à Educação em razão do longo período em que as escolas permaneceram fechadas em função da pandemia de coronavírus, a falta de professores na rede pública de ensino básico e fundamental tem se constituído em um problema a mais a ser enfrentado pelas autoridades educacionais. O número de profissionais dispostos a atuar em unidades municipais e estaduais é cada vez menor, comprometendo a formação de milhares de alunos privados do acesso a conteúdos essenciais.

A pouca valorização do professor, especialmente no tocante à remuneração e a falta de infraestrutura mínima para o desenvolvimento de suas atividades profissionais são os principais fatores que geram o êxodo docente. Há muito se sabe que o setor educacional brasileiro carece de políticas contínuas que efetivamente assegurem o acesso a todas as camadas da população, promovam a melhoria das condições estruturais e recursos pedagógicos e, principalmente, assegurem níveis salariais para manter e atrair professores de qualidade reconhecida.

É urgente contemplar as demandas salariais dos professores para tornar esse segmento atrativo na comparação com as demais áreas profissionais e, principalmente, oferecer a capacitação necessária para melhorar a qualidade do ensino ministrado. Além de elevar o nível de compreensão dos estudantes, o aperfeiçoamento do corpo docente resultará, por consequência, na melhoria da formação ética e moral das futuras gerações de brasileiros, hoje influenciados pelo descaso das autoridades públicas e sem qualquer referência que lhes forneçam parâmetros para construção de uma sociedade alicerçada em conceitos de eficiência, culto à sabedoria e de respeito aos valores de humanidade e cidadania.

Interromper o moto-contínuo da ignorância é um compromisso a ser assumido por todos segmentos sociais, sem exceção, visto que a educação é o único caminho capaz de conduzir o País a um estágio de desenvolvimento que possibilite equacionar os problemas crônicos enfrentados pela população, sobretudo das camadas mais pobres.

A formação de professores qualificados e estimulados é o maior desafio imposto ao sistema educacional brasileiro. Até agora, como únicos gestores, as administrações públicas, com raras exceções, foram negligentes e incompetentes na condução de políticas educacionais consistentes e contínuas, de forma a consolidar um sistema de qualidade renovável. Mais do que nunca havemos de entender que priorizar a educação não pode ser apenas projeto de um governo ou partido político, mas uma decisão compartilhada por todos, para que assim esteja assegurado os benefícios desejados às atuais e futuras gerações.

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