Raízes locais
Talvez muitos não saibam, mas o relator da Reforma da Previdência, deputado federal Samuel Moreira (PSDB), conviveu durante anos em Santos. Natural de Miracatu, no Vale do Ribeira, onde foi prefeito de Registro em duas ocasiões, ele se formou em Engenharia na Universidade Santa Cecília.
Ponto positivo
Como bom tucano, Moreira soube lidar com os ataques de todos os lados, vindos da direita como da esquerda.
Sua proposta é mais palatável que a enviada pelo ministro Paulo Guedes ao Congresso.
Foi sábio, por exemplo, ao retirar da pauta a discutível capitalização.
Ponto negativo
No entanto, sua proposta deveria ter incluído estados e municípios.
Como está, restringe as discussões basicamente aos trabalhadores vinculados ao INSS.
Afinal, deixar para governadores e prefeitos pressionarem os parlamentares será a brecha para empurrar o ‘problema com a barriga’.
É aí, como de forma corriqueira, onde estão os polpudos salários e mordomias pagas pela população a um grupo restrito de servidores bem aquinhoados.
Privilégio para poucos
Só para lembrar, em Santos, por exemplo, os valores médios dos benefícios de aposentadoria e pensão de servidores oriundos do Poder Executivo são, respectivamente, de R$ 5.012,30 a R$ 3.785,00.
Já no Legislativo, R$ 21.896,83 e R$ 6.960,48, respectivamente.
Valores bem à frente da aposentadoria ou pensão (cujo acúmulo acabará) do (a) trabalhador (a) da iniciativa privada.
Alta e baixa
Falando em servidores, o Iprev – Instituto de Previdência registrou um aumento de 19,3% no total de aposentadorias desde 2016.
De maio/16 ao deste ano, o número de inativos cresceu de 3.810 para 4.546 neste período. Por sua vez, o total de servidores que contribuem para o órgão tem caído, o que acarretará problemas futuros.
Elefante branco?
O vereador Sadao Nakai (PSDB – foto) está preocupado com o futuro Centro de Convenções e Pavilhão de Exposições, a ser erguido na Ponta da Praia.
Ele teme que – em razão das condições impostas pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que impedem qualquer uso com fins lucrativos no local – o empreendimento se transforme em um ‘grande elefante branco’.
Projeto do futuro Centro de Convenções, que ocupará área federal.
Vai terceirizar?
A Prefeitura informa que “está estudando os modelos de gestão para optar pelo melhor, reconhecendo que poderá optar pela gestão por terceiros (iniciativa privada)”.
E informa, em nota, que poderá haver cobrança normal de ingressos no futuro empreendimento, ‘como em qualquer equipamento público, o que não configura lucro para a Administração Pública porque não é empresa’.
Postes com os respectivos relógios – úteis à população – foram retiradas por decisão judicial. Empresa explora serviços mesmo após o fim do contrato. Foto: Nando Santos
E os relógios?
Sem alarde, foram retirados todos os relógios espalhados pelas vias públicas que informavam hora e temperatura, em razão de decisão judicial.
A empresa operava mesmo após o fim do prazo de permissão do uso do espaço público.
Isso provocou ação e bloqueio de bens dos proprietários e do prefeito.
Nova licitação está sendo estudada.
Vivendo no passado
Quem entra no portal da Agência Metropolitana (Agem) para obter informações acha que ainda está em 2018.
Até o balancete financeiro de repasse de verbas pelos municípios e governo do Estado está desatualizado.
O último é de 31 de outubro.
Segurança
O secretário de Estado da Segurança Pública, João Camilo Pires de Campos, estará na Câmara de Santos na segunda (17), às 16h30, para apresentar aos vereadores as ações da área na Cidade e região.
Quem responde?
Por que…
a Baixada Santista é a única das 5 regiões metropolitanas do Estado de São Paulo onde há monopólio no transporte público, com a discutível qualidade nos serviços oferecidos?
Frase da semana
“É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal.”
Mario Sergio Cortella (foto) – filósofo, escritor e professor