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Trump e Bolsonaro

Opiniões

25 DE MARÇO DE 2019

Relação com novos contornos

Por: Humberto Challoub

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A visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, onde foi recebido pelo presidente daquele país, Donald Trump, representou o restabelecimento das relações entre as duas nações, que nas últimas décadas foram depreciadas por atritos decorrentes de disputas nas áreas comerciais e, sobretudo, pelo alinhamento explícito dos governos Lula e Dilma às nações antagonistas à política externa norte-americana, como o Irã, Cuba e Venezuela.

Inegavelmente, o contexto em que o encontro entre os dois presidentes ocorreu é outro e, por isso, suscita novas perspectivas nas áreas políticas e econômicas.

Apesar de sua inegável importância para a manutenção da estabilidade mundial e a grande contribuição à ciência e ao surgimento de novas tecnologias, o modelo desenvolvimentista norte-americano se caracteriza pelo excesso de soberba e, por isso, necessita restabelecer novas formas de relacionamento com países que ganharam maior projeção no cenário mundial, como é o caso do Brasil.

É certo que Trump em nada ajuda na recuperação da desgastada imagem dos EUA, forjada por uma cultura nacionalista exacerbada e pelo estímulo ao consumismo.

Ainda hoje, a postura imperialista norte-americana alimenta sentimentos xenófobos e exige a destinação de imensas demandas militares, que acabam por motivar a ingerência em outros países, especialmente nos detentores das reservas petrolíferas utilizadas para suprir as necessidades frívolas de sua sociedade.

Ao buscar uma maior aproximação com os EUA, refazendo laços de cooperação com um antigo aliado e colocando-se como um importante parceiro estratégico, o Brasil deve medir as consequências que poderão advir na relação com outros parceiros importantes, como a China e nações do Oriente Médio, claramente antagônicas às políticas norte-americanas.

Havemos de reconhecer que o estabelecimento de parcerias nas áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação, assim como acordos econômicos e comerciais, trarão dividendos ao Brasil, que hoje pode contribuir com a maior potência do planeta por meio das pesquisas avançadas na área de desenvolvimento sustentável, agricultura e pecuária.

É, portanto, de se esperar que, mais do que um evento midiático, a visita de Bolsonaro produza efeitos práticos e duradouros para ambas as partes. Da mesma forma, o País não deve abandonar a política de bom relacionamento com os demais nações, construída ao longo da história e que lhe conferiu característica própria de neutralidade e de cultura da paz.

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