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Opiniões

22 DE SETEMBRO DE 2014

Relação de afeto

Por: Fernando De Maria

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Considerado patinho feio entre as mídias, o rádio foi o meio que melhor soube aproveitar a potencialidade existente na convergência das mídias, adequando-se às novidades tecnológicas. Com o advento de seu uso para fins militares no início do século passado, surgiu para o público de forma elitista.

Apesar de registros de experiências anteriores em Recife, oficialmente a primeira transmissão ocorreu no País em setembro de 1922 dentro das comemorações do centenário da Independência do Brasil, graças a Roquette Pinto.

Santos, aliás, sempre esteve na vanguarda do seu tempo e abrigou a terceira rádio mais antiga do País, a Rádio Clube, um símbolo da força deste meio de comunicação que os mais antigos certamente irão lembrar. A emissora, que chegou a pertencer ao Rei Pelé, cedeu seu nome ao bairro mais populoso da Zona Noroeste por abrigar sua antena transmissora. Sou da época que seus estúdios ficavam nos fundos do Cine Alhambra, na Rua José Cabalero, terreno hoje substituído por mais um dos espigões da Cidade.

Minha relação com o rádio, aliás, é antiga e apaixonante. Cheguei a me formar como radialista ainda nos anos 80 no Colégio do Carmo. O carimbo na carteira de trabalho atesta esta fase. Na faculdade, juntamos um grupo que montou um estúdio dentro do Sesc, graças ao apoio do ótimo chargista Lauro Freire. Recém-entrado na faculdade, cobri as eleições de 1986 na ótima 95 FM, uma emissora ícone daquela geração que deixou saudades. Em outros momentos, trabalhava de madrugada durante o Carnaval na extinta Atlântica AM. Bons tempos.

No último ano da faculdade e sem perspectivas de encontrar emprego na área surgiu a oportunidade de um emprego como radialista na Nova Tribuna AM, do grupo A Tribuna, a convite do competente Eduardo Silva. Não pensei duas vezes. Larguei o emprego promissor em uma empresa de navegação e dias depois já estava na emissora, em substituição a Luciano Faccioli, hoje um nome de repercussão nacional, tendo no comando o também professor Eron Brum.

Passei a ganhar menos da metade do emprego anterior. Mas realizava meu sonho. Graças ao professor Dirceu Fernandes Lopes, consegui um estágio na Assessoria de Comunicação da UniSantos, o que me garantiu uma bolsa de estudos e ajudou a equilibrar as finanças. Naquela época, até bebida na praia cheguei a vender para não chegar no vermelho no final do mês.

Mas o esforço valeu a pena. Hoje, vejo como o rádio soube bem aproveitar as vantagens tecnológicas. Talvez os jovens não lhe deem a devida atenção, mas ele permanece como a mídia mais instantânea existente. Até que a própria internet.

Por isso, alegram-me as tentativas dos profissionais tentarem manter vivas as chamas do rádio regional, sejam nas AMs, sejam nas FMs, onde no meio da mesmice surgem propostas interessantes, especialmente entre as que fogem do poderio das emissoras de redes.

A pesquisa publicada nesta edição do Boqnews não tem a pretensão de apontar os líderes de audiência, mas mostrar a potencialidade do meio, independente dos perfis segmentados. Trata-se de uma homenagem ao Dia do Rádio, comemorado na quinta (25), e aos seus profissionais.

https://www.boqnews.com/boqnews-tv/panorama-regional-17/

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