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08 DE OUTUBRO DE 2020

Remédio amargo

Por: Da Redação

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Certa vez, Molière, o célebre dramaturgo francês disse: “Quase todos os homens morrem de seus remédios, não de suas doenças”. Sua frase representa o remédio amargo que muitos brasileiros estão sendo obrigados a tomar hoje, mais especificamente os segurados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

E essa dose cavalar está sendo ministrada pelos médicos peritos do órgão, que, sob a alegação de falta de condições sanitárias para garantir a prevenção de contágio do covid-19, (o que o Governo Federal nega), se recusam a retornar ao trabalho.

Não bastasse isso, há a dificuldade de trabalhadores, desde o início da pandemia causada pelo coronavírus, em receber o auxílio-doença a que têm direito. Muitos segurados alegam que deram entrada no benefício antes da pandemia começar, e ainda estão tendo muitas dificuldades para receber o pagamento devido.

Sofrimento

E a alegação de que o prazo do INSS gira em torno de 45 dias é mais uma conversa fiada, pois há relatos de defensorias públicas país afora de que a demora, em alguns casos, já chega a um ano.

O resultado é que famílias inteiras sofrem com o descaso e a total falta de humanidade das autoridades responsáveis. Viúvas, aposentados que dependem do pagamento para sustentar seus lares, e trabalhadores que estão impossibilitados de trabalhar e não podem contar com o auxílio. São casos que envolvem diversos benefícios, como aposentadoria por idade, por tempo de contribuição, entre outros. São direitos revindicados e não pedidos de favores.

É comum o trabalhador reclamar sobre a postura médica no ato da perícia do INSS. Além de estar fragilizado por uma doença, sai da agência levando junto a indiferença e o desrespeito do médico, que, na maioria das vezes mal toca no paciente e se aprofunda em saber a gravidade da enfermidade.

Interesse

O que gera revolta é que, como sempre nesse País, os mais prejudicados por essa demora são os mais pobres. Milhões de pessoas estão nas ruas, pegando ônibus lotado. Médicos e enfermeiros há meses estão na linha de frente dos hospitais, muitos sem equipamentos completos de proteção.
Motoristas, funcionários de supermercados, coletores, autônomos e demais funcionários do serviço público, todos esses profissionais não tiveram opção de escolha e estão tendo que ir para a labuta, se aglomerando e rezando para não contrair o coronavírus. Vai dizer que existe risco maior do que o deles?

O interesse político sempre se sobressai nesse País e é o causador dessa demora. Os médicos brasileiros estão dando um grande exemplo nesse período de pandemia que estamos enfrentando e se tornaram exemplos para a população. Mas, nesse episódio, esse grupo não merece elogios. E o remédio está sendo muito amargo para todos os brasileiros.

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