As alterações climáticas, com frequências cada vez maiores nos seus impactos à humanidade, vieram para ficar.
A tragédia no Sul do Brasil, como casos semelhantes em países como Afeganistão, com mais de 350 mortes, e até na Europa, como a Alemanha e França, são alguns exemplos de como os impactos ambientais se tornarão mais frequentes no cotidiano mundial.
E os recursos empregados para reconstrução de cidades e investimentos serão cada vez maiores.
Assim, está claro que no caso do Brasil, a reconstrução dos municípios passa pelo planejamento e prevenção dos impactos decorrentes das mudanças no clima.
Ou seja, de nada adianta investir milhões neste momento para a reconstrução e atendimento à população se nada for feito para evitar que novas tragédias voltem a acontecer.
O alerta é do pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Nacionais (Cemaden), José Marengo, em evento realizado pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP) nesta semana.
Segundo o docente, o Brasil gasta quase o triplo para remediar os impactos provocados pelos desastres climáticos do que a própria prevenção.
Entre 2013 a 2023, quase 2 mil pessoas morreram em consequência destas tragédias, com prejuízo de R$ 485 bilhões.
Por sua vez, os recursos destinados para a prevenção diminuíram desde 2014.
Reflexos
Como reflexo, estima-se que das mais de 5.500 cidades brasileiras, 1.500 podem ser afetadas de diferentes formas em razão das mudanças climáticas.
Aliás, provando que erros do passado não podem se repetir.
Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas estimavam que entre 2030 a 2040 previa-se uma elevação em 1,5º C neste período.
Mas pesquisadores já admitem que chegará a 2º C a elevação nas temperaturas até 2050. E os efeitos serão nefastos.
Assim, importante que as cidades revisem seu planos diretores e façam as devidas adequações para antever ou minimizar possíveis tragédias.
Além disso, dispor de recursos de todas as esferas – federal, estadual e municipal – para investir em ações visando minimizar as tragédias que ocorrem em cidades brasileiras decorrentes das chuvas e consequentes alagamentos – e mortes.
Portanto, o tempo urge para que os investimentos públicos – finitos, aliás – sejam empregados em ações no controle e minimização dos efeitos climáticos.
Em 2025, o Brasil receberá a COP30, a conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima, em Belém, no Pará.
Espera-se que até lá atitudes concretas ocorram para minimizar os transtornos decorrentes das alterações no clima, resultado da ação do próprio homem.
Deixe um comentário