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Opiniões

22 DE OUTUBRO DE 2018

Retóricas da superficialidade

Por: Humberto Challoub

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Faltando apenas uma semana para a realização do segundo turno das eleições que escolherão o futuro presidente e governadores nos estados em que o pleito não foi definido do primeiro turno, como o caso de São Paulo, o que se viu até aqui foram trocas de acusações entre os candidatos e a supervalorização das posições maniqueístas, onde os defeitos são destacados e as virtudes omitidas.

No embalo das notícias falsas, as fake news, as campanhas optaram por concentrar forças na desconstrução de seus oponentes, reservando pouco ou quase nenhum espaço à abordagem do que realmente interessa aos eleitores: quais e como serão realizados os principais projetos dirigidos à melhoria da qualidade de vida da população.

Diante da constatação de que o sacrifício imposto aos empresários e, principalmente à população, não são compartilhados no âmbito governamental, que por sucessivas administrações não demonstrou qualquer disposição de cortar gastos e mordomias, fica difícil dar crédito às propostas que apregoam austeridade e sugerem investimentos sem o devido respaldo orçamentário.

Como agravante, se soma a elevação das despesas decorrentes dos aumentos salariais e verbas destinadas aos parlamentares ao longo dos últimos anos, o que demonstra, mais uma vez, a imensa distância que separa os interesses dos representantes políticos da população.

São muitos custos e poucos benefícios, especialmente diante do cenário preconizado para o próximo ano, uma vez o custeio das instituições que alicerçam o estado político brasileiro já é por demais oneroso diante as imensas necessidades da população.

Nesse sentido, sejam quais forem os vencedores, havemos de exigir maior afinco à tarefa de promover as reformas que o País tanto espera e precisa, na qual, sem dúvida, se inclui a revisão da legislação e dos princípios que norteiam o sistema político-eleitoral vigente.

Mais do que nunca o atual momento, polarizado pelo desejo contumaz de evitar a ascensão do oponente e dos valores morais e éticos que ele representa, impõe a adoção de uma postura mais participativa do cidadão nas futuras decisões políticas, por meio do engajamento nas entidades de classe, conselhos de moradores e organismos civis de representação.

Cobrar transparência no uso dos recursos públicos e, sobretudo, fiscalizar os atos e ações dos mandatários eleitos representam, juntamente com o exercício do voto, a única fórmula realmente capaz de moralizar, de forma eficaz e perene, a atuação dos representantes legitimamente eleitos.

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