A pesquisa Enfoque/Jornal Boqnews publicada na semana passada revela que a disputa eleitoral em 2012 será acirrada e o segundo turno inevitável. Resta saber quem estará lá. Ainda é cedo para antever como será o quadro eleitoral, mas a pesquisa serve para colocar em discussão um tema que certamente chamará a atenção de boa parcela dos santistas, especialmente quando iniciar o horário eleitoral gratuito. Isso vale tanto para os pleiteantes ao cargo do Executivo como do Legislativo.
Os resultados não surpreendem. No Legislativo, a maioria dos citados de forma espontânea é formada por atuais ou ex-vereadores, fator que facilita a continuidade de muitos. Ainda mais com a ampliação do total de cadeiras de 17 para 21 a partir da próxima legislatura. O fato é que – se a eleição fosse hoje – poucos neófitos na política seriam conduzidos à Câmara.
No Executivo, os números apresentados não surpreendem e são reflexo da eleição ocorrida no ano passado. Na pesquisa induzida (quando o pesquisador apresentava o nome de possíveis pré-candidatos), a liderança inequívoca do deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), com 24,1% da intenção de votos (a margem de erro é de 2,9 pontos para mais ou menos), é reflexo da expressiva votação que ele obteve na eleição passada na Cidade, onde recebeu 59.997 votos de um total de 234.865 votos válidos entre os eleitores santistas (25,545% do total) para o cargo.
Raciocínio semelhante pode ser aplicado à segunda colocada, a deputada Telma de Souza (PT), com 15,6% da intenção de votos. Ela recebeu o apoio de 41.063 santistas (17,484%). Tendência não muito diferente em relação ao deputado Beto Mansur (PP), com 9,3% dos votos, e que recebeu 32.855 sufrágios (13,69% do total) em Santos ou o ex-deputado Vicente Cascione (DEM), que obteve 25.503 votos dos santistas (10,632% dos votos válidos), tendo aparecido com 5,9% na pesquisa (votos gerais).
Dois dados chamam a atenção. Primeiro, o interessante índice de citações do atual secretário do Meio Ambiente, professor Fabião, que mesmo não tendo concorrido no ano passado obteve 6,6% dos votos. Outro dado é o percentual que o candidato do Governo Papa (a pesquisa foi finalizada dois dias antes do anúncio oficial do nome do secretário de Assuntos Portuários, Sérgio Aquino, do PMDB) recebeu (9,3%), mesmo sendo desconhecido do público, reflexo da confiança direta em quem o prefeito apoiará.
O índice é superior ao que Papa aparecia nas pesquisas iniciais em 2004. No final, ele venceu Telma por 1.771 votos e quatro anos depois tornou-se o prefeito mais votado da história da Cidade, com 190.705 votos. Está claro que Papa terá peso considerável na eleição. O desafio é saber o quanto a sua popularidade será capaz de ser transferida para Sérgio Aquino, ainda um desconhecido do eleitorado. Ainda…