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Opiniões

30 DE SETEMBRO DE 2011

Sai, chiclete!

Por: admin

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Quem é que não gosta de ser paparicado? Receber elogios, sentir-se amado, desejado num início de relação muito mais pela novidade e explosão de sentimentos recém descobertos, dando uma euforia típica desse momento. E isso é muito natural e prazeroso. Mas, tudo tem a dose certa. É como um doce que não pode passar do ponto. Porque demonstração de carinho em excesso esgota a paciência e azeda.


Realmente existem pessoas exageradas e parece que nasceram para grudar. Mas, até que ponto homens e mulheres necessitam estar o tempo todo ao lado do outro, fazendo suas vontades, marcando presença? É detestável rotular, mas sem dúvida é alguém que não se basta!


Portanto, só se apaixona pelo outro quem reconhece qualidades e se a pessoa  não souber quais são esses atributos e não mostrá-los ao mundo – muito menos pela beleza do que pelas atitudes – ninguém se apaixonará por ela e nenhuma relação será duradoura, apesar das mil e uma demonstrações de carinho.


Quem não é capaz de viver só, se existir apenas a partir do que significado que tem para outra pessoa, não terá estofo suficiente para levar qualquer relação ao patamar de sua excelência. E isso é válido tanto para homens e mulheres.


Nossa sociedade ainda valoriza muito o sacrifício em detrimento da felicidade e da alegria. Muitos podem não concordar, porém essa crença de que os melhores sentimentos estão na dor e na renúncia, ainda que subliminarmente, valorizam as pessoas.


No entanto, vale lembrar que qualquer tipo de dependência afetiva é patológica e não motivada por causas nobres como amor, admiração e cuidado. Só se admite a dependência da criança com a mãe e, assim mesmo, até certo ponto. O indivíduo grudento é, antes de tudo, imaturo. E isso não acontece apenas nas relações de paixões.


Afinal, quem nunca teve um amigo ou amiga chiclete? Quase nunca percebemos isso até nos sentirmos sufocados, pois a agressão vem revestida de carinho, atenção e gentileza. Não percebem que, ao querer demonstrar afeto, exageram. Ao invés de aproximar, afastam. Os casais ficam mais verdadeiramente juntos quando conseguem se separar para que cada um viva suas circunstâncias


Bom, de modo geral falamos mais sobre a mulher-chiclete, como se isso fosse uma característica feminina. Não! O homem quando gruda tem reações iguais ou piores. Esse comportamento é muito típico de homens, talvez em percentual maior pelo simples motivo de ainda termos o ranço de que o homem como provedor, senhor e autoridade, deva ser mimado e ter suas vontades indiscutivelmente satisfeitas.


Não só por serem homens, mas também pelos resquícios de uma sociedade patriarcal que não se adaptou à realidade de que hoje homens e mulheres têm as mesmas responsabilidades e os mesmos direitos. Pela vida, acho que todos nós já deparamos com algum caso de amor ou amigo-chiclete. Os dois grudam, os dois ligam insistentemente, os dois cobram, agridem e exigem um relacionamento a dois, sem mais amigos, familiares, nada… Tudo se resume ao “eu e tu”.


Amor ou amizade insistente, dependente, doente, enfim, nada trazem de bom, porque rouba e lesa algo que nos pertence e apenas a nós mesmos a nossa vida.

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