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25 DE JANEIRO DE 2020

Santos faz aniversário. Vamos lembrar da sua história

Por: Da Redação

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A cidade de Santos nasceu de um pequeno povoado, o povoado do Enguaguaçú, quando Martim Afonso de Souza, em sua missão colonizadora, distribuiu terras entre seus homens, na região da enseada do Enguaguaçú, no outro lado da ilha de São Vicente, atual centro da cidade de Santos. A região era excelente porque possuía terras para o plantio, boas águas e proteção natural contra ataques e invasões. Em 1541, o povoado passou a receber a denominação de Porto de São Vicente, em razão da transferência do antigo porto da Ponta da Praia para esse local.

A mudança logo se mostrou propícia ao desenvolvimento, tanto que já em 1546 o antigo povoado foi elevado à categoria de vila por Brás Cubas, a Vila do Porto de Santos, depois chamada simplesmente, Vila de Santos.

A Vila de Santos, fundada no século XVI, manteve até o século XIX, uma fisionomia provinciana. Esse aspecto começou a mudar um pouco no século XVIII, estimulado pela exportação do açúcar. Entretanto, só a economia cafeeira da província de São Paulo e a necessidade de aparelhar o porto para a exportação dariam a Santos um impulso para o seu crescimento, em termos econômicos, populacionais e espaciais. Primeiramente com a inauguração da ferrovia, ligando o interior produtor ao litoral exportador.

Em 1839, a Vila de Santos foi elevada à categoria de cidade. Já em 1870, é fundada a Associação Comercial de Santos, congregando o alto comércio cafeeiro, marcado pelo número cada vez mais crescente de casas comerciais, com as comissárias e as exportadoras de café.

A seguir, a partir de 1890, após inúmeras tratativas, ocorreu a construção do cais do porto, pois o atual era incompatível com o aumento da produção cafeeira e com a mudança dos tipos de navios, mais modernos, rápidos e maiores, os transatlânticos. Assim, a construção e a expansão do porto foram deslocando a população em direção à barra, impulsionando bairros populosos como a Vila Mathias e a Vila Macuco. O novo cais atingia a região dos Outeirinhos, na Vila Macuco em 1909.

Apesar desse crescente desenvolvimento, a cidade vinha sendo ameaçada e fustigada pelas epidemias, principalmente a febre amarela e o tifo que dizimavam a população. Além de fatores externos, essas epidemias se avolumavam por causa da infraestrutura urbana, deficiente até o início do século XX. As obras de saneamento serão motivo de superação desses males.

Para sanear a cidade, o engenheiro Saturnino de Brito inventou um plano urbanístico que, entre outras realizações, cortou a cidade em canais, juntando novos espaços de sociabilidade. Os fantasmas das epidemias iam desaparecendo ao se unir com outras obras sanitárias e com o trabalho de Guilherme Álvaro, na Comissão Sanitária.

Ao chegar no final da primeira década do século XX, muitos equipamentos modernos estão saneando e embelezando a cidade, atraindo mais população, desejosa de enriquecimento e de maior conforto: a rede de esgotos; a iluminação elétrica; os bondes puxados à tração elétrica, além da criação de uma rede de escolas, incluindo colégios religiosos e grupos escolares estaduais.

A expansão urbana caminhou em direção das praias ainda pouco povoadas e nos espaços intermediários das avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias polvilharam-se a ação dos construtores, entre eles os da Cia. Construtora de Santos.

As primeiras décadas do século XX consolidaram na cidade sua fase de transformação. Controlaram-se as epidemias, o porto foi reformado e o espaço da cidade e seus habitantes foram conhecidos, diagnosticados e classificados.

Em termos populacionais, a cidade de Santos saltou de uma população de 50.389 habitantes em 1900, perto de 5.000 prédios, para 88.947 e 10.578 habitações na zona urbana e rural em 1913, conforme dados da obra Recenseamento da Cidade e Município de Santos, publicada pela Prefeitura Municipal de Santos em 1914.

Esse início do século XX foi um divisor de águas para a cidade de Santos. O porto, impulsionado pelos negócios ligados ao café, já despontava como um dos maiores do mundo. Nessa época a cidade já era a maior exportadora de café do mundo.

A vida social crescia rápida, movida pelo dinheiro dos cafeicultores e dos negócios ligados ao porto. Surgiam assim, para essa nova sociedade, novos divertimentos, atrações e esportes.

A imigração assumiu um papel fundamental na construção sociocultural da cidade. Os ingleses e norte-americanos, dentro da corrente imigratória para Santos, eram minoria, mas detinham liderança no alto comércio do café, em agências de navegação e em serviços públicos. Com a chegada dos ingleses em Santos e São Paulo, muita coisa mudou. Foi de suma importância para a evolução das cidades o conhecimento transmitido nos processos de saneamento, arruamento, moradia, transporte e comunicação.

Contudo, é no aspecto cultural a grande contribuição transmitida pelos ingleses. Há uma profusão do estilo de vida inglês, notadamente pelo modo britânico de vestir, falar e alimentar. O mobiliário das casas e a arquitetura da cidade também se

modificaram. A presença dos imigrantes em Santos foi também marcada pelas Sociedades, Grêmios, Associações e Instituições que fundaram.

Santos assumiu assim uma condição cosmopolita e tornou-se centro irradiador desses novos hábitos e costumes. A cidade, ao longo do século XX, se manteve como uma das mais importantes do país.

Ao completar mais um ano de vida, Santos precisa olhar para o seu passado e projetar assim um futuro promissor. Santos foi berço de grandes personalidades e palco de muitas transformações políticas, econômicas e culturais. Essa história de protagonismo deve ser resgatada para orgulho dos santistas.

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