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Opiniões

17 DE AGOSTO DE 2014

No segundo tempo

Por: Fernando De Maria

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Na terça-feira (19), começará o horário eleitoral gratuito no rádio e TV. Por ironia do destino, a estreia será com a coligação Unidos pelo Brasil, formada pelo PSB, PSL, PPS, PHS, PRP e PPL. Só que a estrela maior estará ausente.

A morte trágica do ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência, Eduardo Campos, alterou completamente os destinos das campanhas faltando pouco mais de 45 dias das eleições. Nestes poucos dias pós-tragédia, os políticos, na prática, apenas tateiam e fazem previsões, sem encontrar luzes que apontam o impacto desta mudança na opinião do eleitorado.

Ainda é cedo para assegurar qualquer análise mais robusta. Sabe-se apenas que as previsões até então existentes, incluindo as pesquisas eleitorais realizadas, serviram apenas como especulações, pois diante da nova realidade política, as peças deste intrincado xadrez foram alteradas. Um novo jogo político será colocado em campo. E já estamos no segundo tempo, pois a metade do período dedicado às campanhas já se passou.

É claro que muitos falarão que é cedo para se tratar deste assunto, pois, talvez, leitor, você esteja lendo este artigo antes mesmo do enterro do ex-governador. Seria um desrespeito à memória das vítimas. Mas é inevitável que a partir de terça-feira, o clima eleitoral começará a ganhar espaço no noticiário e no cotidiano das pessoas, seja com inserções nos horários eleitorais, seja nos intervalos comerciais.

Além disso, a coligação tem prazo legal para definir seu futuro e indicar o nome que substituirá Campos, podendo até desistir, o que é pouco provável. A decisão precisa ser tomada nesta semana.

Neófita no PSB, a ex-ministra Marina Silva, que deixou de entrar na disputa por não ter tido tempo hábil de fundar o seu partido, a Rede, surpreendeu ao ter aceitado ser vice de Eduardo Campos, uma liderança bem avaliada em Pernambuco e no Nordeste, mas desconhecida no restante do País.

Marina, que obteve 20 milhões de votos em 2010, é a natural herdeira da vaga de Campos. Mesmo sem querer, a possibilidade de disputar a presidência cairá-lhe no colo. Ao PSB, não resta outra alternativa, caso queira realmente ter alguma chance na disputa pela sucessão de Dilma Rousseff. Apesar de contrariar alguns caciques do partido.

Todos sabem o quanto Marina Silva não morre de amores pelo PSDB. E neste cenário, o partido está coligado com os tucanos em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, responsável por mais de 30 milhões de votos.

Não bastasse, seu presidente estadual, o deputado Marcio França, será o candidato a vice de Geraldo Alckmin. Antes desta escolha, Marina relutou no apoio do PSB aos tucanos. Queria que o partido lançasse candidatura própria, com alguém ligado à Rede. Campos a convenceu que seria importante esta parceria.

Este é apenas um exemplo. Afinal, a dúvida que fica é saber como será a convivência PSB-Rede sem a presença do principal aglutinador desta aliança.

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