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Opiniões

27 DE MARÇO DE 2010

Sonho realizado

Por: Fernando De Maria

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Véspera de Natal de 2006. Um incêndio de grandes proporções atinge 166 barracos de moradores da Alemoa, localizada na entrada de Santos. Na ocasião, a população se mobilizou para garantir um final de ano digno às famílias afetadas, doando milhares de mantimentos e vestimentas, fruto da caridade habitual que corre nas veias dos santistas.
Véspera da Páscoa de 2010. Nesta terça (30), o residencial Cruzeiro do Sul 2, no Morro da Nova Cintra, será oficialmente entregue às famílias  da tragédia que, por sorte, não teve vítimas fatais. A tristeza do passado será substituída pela alegria no presente.


Ao longo deste período, 30 famílias viveram em alojamentos montados no próprio bairro, 96 receberam subvenção da Prefeitura para locação social e os demais mudaram-se para casas de familiares.
Embora lento em razão da burocracia por envolver as três esferas públicas (município, estado e União), deve-se salientar o esforço do Poder Público municipal em agilizar a situação e apresentar ao governo do Estado a utilização do Cruzeiro do Sul 2, integrante do Programa de Arrendamento Residencial – PAR da Caixa.
Tanto que três meses após o incêndio, foi baixada a Portaria 86, que autorizou o acordo de cooperação entre Estado, Ministério das Cidades e Caixa Federal permitindo a compra pelo CDHU de empreendimentos habitacionais paralisados ou desocupados, como o Cruzeiro do Sul 2, cujas obras estavam interrompidas desde 2004.
Para que a aquisição fosse concretizada, o Ministério das Cidades editou uma medida provisória garantindo que todas as obras do PAR paralisadas pudessem passar pelo mesmo processo. A solicitação santista contribuiu para resolver o problema de outras 2.639 famílias paulistas.


A expectativa é enorme na comunidade. Conforme a líder da Frente Popular da Alemoa (nascida em razão do incêndio), Maria Lúcia Cristina de Jesus Silva, as pessoas estão encaixotando seus bens para mudar para a nova casa. Até um churrasco está sendo programado para comemorar a  transferência para o conjunto.
Com a retirada destas famílias, outras que residem na área do mangue do núcleo ocuparão o espaço deixado pelas atuais. E assim, o antigo e  fétido local, onde a água canalizada teima em não chegar, será, paulatinamente, recuperado. Além disto, o núcleo deverá ser urbanizado e um novo conjunto será construído  com 249 apartamentos no vizinho Jardim São Manoel, com verbas do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento.
Portanto, se tudo der certo, as 1.113 famílias da Alemoa deverão, em  breve, ter vários motivos para comemorar um sonho que, finalmente, se transformará em uma realidade coletiva.

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