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Opiniões

22 DE DEZEMBRO DE 2014

Um difícil recomeço

Por: Humberto Challoub

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A poucos dias de iniciar um novo mandato, a presidente reeleita Dilma Rousseff enfrentará, a partir do dia 1º de janeiro, o grande desafio de alcançar as metas estabelecidas para os próximos quatro anos de seu governo. Além de perseguir audaciosos projetos dirigidos a solucionar problemas crônicos enfrentados há décadas pelo País, especialmente os que envolvem as áreas sociais, Dilma terá que, em um primeiro momento, sobrepor com seu estilo próprio o descrédito gerado pelas metas não cumpridas no seu primeiro mandato e, principalmente, a desconfiança motivada pelos muitos casos de corrupção que envolvem integrantes de seu partido e aliados.

Sem dúvida, em razão de sua pouca disposição para ceder aos acordos políticos realizados com partidos não alinhados à ideologia petista, a presidente terá agora obstáculos maiores para superar em seu reinício de mandato, momento em que se poderá revelar, na fria realidade do cotidiano palaciano, sua real competência em unir ideais antagônicos, atender demandas clientelistas e superar com destreza as inevitáveis críticas oposicionistas reforçadas pela insatisfação de quase a metade dos eleitores brasileiros que optaram por outras candidaturas na última eleição. Não será uma tarefa fácil, especialmente porque, ao que tudo indica, sua nova equipe, forjada a partir dos muitos acordos políticos que garantiram sua recondução ao cargo, não dispõem do mesmo entusiasmo e disposição comuns aos que iniciam um novo trabalho.

Da mesma forma, a necessidade de promoção de um ajuste fiscal em 2015, que obrigará a realização de cortes de gastos em diversas áreas da administração, obrigará a adoção de medidas impopulares e contraditórias, colocando em xeque sua capacidade em lidar com os antagonismos que permeiam o universo político. Restará, portanto, Dilma seguir sua intuição, ser criativa e demonstrar firmeza de propósitos para colocar em ação seu ambicioso plano de elevar o patamar econômico e social do País, priorizando investimentos em infraestrutura, na educação, na preservação do meio ambiente e na melhoria do atendimento nas áreas de saúde pública e previdenciária.

Há de se recordar que tantos outros governantes tiveram o mesmo dissabor no início de seus mandatos e souberam entender que o cargo exercido delega direitos incontestáveis, mas impõe deveres institucionais que incluem a obrigação de dar total transparência e a devida publicidade aos atos praticados na função. Com Dilma não é diferente. A ela foi dado mais um voto de confiança subscrito pela maior parte do eleitorado brasileiro, uma outorga que deve ser entendida como o apoio necessário para colocar em curso todas as medidas propaladas durante a campanha eleitoral. A todos, sem exceção, interessa o sucesso do novo governo, uma vez que seus bons resultados serão benéficos ao conjunto da sociedade, especialmente aos que ainda permanecem à margem dos direitos fundamentais.

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