Dados oficiais e estimativas feitas por especialistas apontam que, mais uma vez, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá fechar o ano abaixo das previsões iniciais, em torno de 1%, comprovando a dificuldade de o País retomar níveis desejados de crescimento econômico.
Os resultados pouco expressivos atestam que as iniciativas adotadas em governos anteriores, de promover medidas de isenções fiscais e de incentivo ao financiamento em algumas atividades produtivas, revelaram-se meros paliativos diante das possibilidades que poderiam existir em um contexto mais amplo, que obrigatoriamente denota uma política tributária realmente comprometida com o desenvolvimento social e econômico do País.
O atual momento é mais que propício para a formulação de um pacto, envolvendo empresários, trabalhadores e Governo, dirigido à retomada do crescimento da produção, afim de recuperar e consolidar um mercado interno capaz de equalizar os desequilíbrios motivados pelas turbulências econômicas.
É preciso dar ênfase à formulação de políticas econômicas realistas, adequadas à capacidade de geração de recursos e do controle dos gastos públicos, de forma a recuperar a credibilidade do País e sustentar quaisquer políticas sociais que sejam introduzidas com a finalidade de salvaguardar garantias de vida digna à população.
A todo custo, diante do grande contingente de desempregados, é necessário assegurar oportunidades no mercado de trabalho, pois só assim teremos como resultante a redução da grande distância que separa os poucos ricos dos muitos pobres brasileiros.
A evolução dos métodos de trabalho e a realidade econômica vigente impõem novas formas de relacionamento entre patrões e empregados, com o entendimento de que a união de objetivos pode garantir ganhos para ambas as partes, revertendo uma ordem que sempre favoreceu os empresários brasileiros, acostumados a obter abundantes margens de lucros geradas pela possibilidade de contar com mão de obra barata e com benesses fiscais.
Dispensar funcionários e reduzir a massa salarial apenas agravará o quadro recessivo que, ao que tudo indica, pode ser revertido com criatividade, empenho e boa vontade de todas as partes envolvidas. É justo reconhecer que os trabalhadores sempre pagaram mais por uma conta que não lhes é devida.
Cabe às empresas e ao Governo o sacrifício maior para assegurar a retomada do crescimento econômico, em níveis compatíveis com a atual necessidade. Desconsiderar esse ciclo virtuoso acarretará no agravamento de um problema que, sem dúvida, a nenhuma das partes interessa.
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