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Opiniões

24 DE SETEMBRO DE 2019

Um político Justo

Por: Da Redação

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O último dia 15 de setembro marcou a data de nascimento de Oswaldo Justo, um dos maiores prefeitos que Santos já elegeu. Dono de uma forma peculiar de agir no campo político, seguidor e praticante do zen-budismo, notadamente nos aspectos medicinais, tinha no caratê seu esporte preferido. Aluno de Mestre Shinzato, levou para a politica os mais variados ensinamentos, inclusive o de começar seu dia de trabalho pelas seis horas da manhã.

E assim, durante os anos em que administrou nossa cidade, todos nós, os membros de sua equipe, estávamos a postos a partir desse horário, em nossos locais de trabalho. Herdou uma Prefeitura falida, cheia de dívidas e sem dinheiro no caixa. Em dois anos, conseguiu colocar tudo em ordem e passar a construir uma nova cidade, deixando aos sucessores um caminho mais suave.

Vereador por várias legislaturas, foi eleito vice-prefeito na chapa com Esmeraldo Tarquinio, e com a cassação deste último, se negou a assumir a Prefeitura, o que o levou a passar alguns meses na prisão. Só voltou à política para disputar a Prefeitura em 1984. Posteriormente, foi deputado estadual por duas legislaturas, onde se tornou um dos grandes membros da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Se vivo estivesse, Oswaldo Justo estaria completando seus 93 anos de existência. Uma vida dedicada à política, aos ensinamentos do zen-budismo e às dietas macrobióticas, além de se constituir em amigo fraternal dos seus amigos. Assumiu a Prefeitura de Santos, após 16 anos da cidade estar sendo dirigida por prefeitos nomeados, encontrou os cofres públicos vazios, sem condições até de pagar o funcionalismo público.

Recorreu ao então governador Franco Montoro, conseguindo com ele os recursos necessários para saldar os compromissos urgentes, incluindo aí os salários dos funcionários. Aplicou uma rígida política econômica, criando inclusive um setor para controlar os bancos que recebiam os impostos municipais. Já naquela época, meados dos anos 80, descobriu-se uma série de trapalhadas, com bancos que recebiam os tributos e não repassavam para as contas da municipalidade.

Adotou então a postura de só trabalhar com bancos oficiais, colocando ordem na situação e mantendo um severo controle junto a esses bancos. Só então se lançou a realizar projetos para a cidade, terminando seu mandato com mais de 80% de aprovação da população santista.

Entre esses projetos estava a construção de um enrocamento na Ponta da Praia, no final da faixa de areia, para contenção das marés evitando-se o que hoje ocorre na região, com a invasão do mar. O referido projeto, além da proteção que iria exercer sobre as marés, serviria também como marina, com locais para atracação de barcos e outros melhoramentos. Se tal projeto não tivesse sido bombardeado por dois vereadores que levaram a Câmara Municipal a rejeitá-lo, os moradores daquele bairro não estariam hoje amargando os prejuízos com a invasão do mar. (…) Um homem adiante do seu tempo, Justo foi um dos maiores prefeitos de nossa cidade, administrando com mão de ferro, e não permitindo aos seus subordinados qualquer tentativa de ilicitudes. Deixou bons exemplos para a comunidade política de Santos e de nosso Estado. (…)

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