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Opiniões

02 DE JANEIRO DE 2014

Vender a Baixada

Por: Fernando De Maria

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Durante as festas de final de ano, foram várias as reportagens veiculadas pela mídia sobre o volume de carros que passaram pelo Sistema Anchieta-Imigrantes (547 mil entre 27 de dezembro e 1 de janeiro). 
É claro que a região também foi objeto de matérias de fatos positivos (queima de fogos, shows, praias lotadas) como negativos (violência, acidentes de trânsito), mas, sem dúvida, a Baixada Santista está no noticiário das grandes redes, garantindo uma visibilidade espontânea. Um levantamento mais detalhado poderia afirmar se positiva ou negativa, mas pelo fluxo crescente de pessoas que descem ao litoral, fica evidenciado que os efeitos positivos superam. Os comerciantes, especialmente os localizados nas áreas próximas às orlas das cidades, agradecem.
Mas passada a temporada, a região volta à normalidade, sendo vista apenas como um local de veraneio perdendo, portanto, oportunidades para potencializar negócios que possam gerar receitas e empregos para os demais meses do ano.
Em termos de investimentos, somos a terceira região do Estado de São Paulo com maiores perspectivas de recursos – públicos e privados -, conforme o estudo PIESP – Perspectivas de Investimentos no Estado de São Paulo (dados de 2012), divulgado em outubro passado.  Pelo levantamento, foram anunciados 600 novos negócios, com recursos de US$ 59,8 bilhões (cerca de R$ 150 bilhões), o maior volume da história desde que foi iniciado (em 1998). Há, porém, concentração expressiva em duas regiões metropolitanas: São Paulo (com 42% ) e Campinas (16%). Ficamos  com meros 3,9%. Migalhas, sendo que a concentração dos recursos foram para os novos terminais da Embraport e BTP,  e  investimentos na Usiminas, em Cubatão.
Justamente nas áreas onde as cidades da região têm sua maior base econômica (com exceção de Cubatão), como os setores de serviços e comércio, que dependem da iniciativa privada, os indicadores de investimentos foram tímidos. Em serviços, ficamos com 0,37% do total a ser investido e no de comércio, com parcos 1,37%, em uma das últimas colocações no estado.
Portanto, temos potencialidade para vender melhor a Baixada Santista, mas somos tímidos em relação a isso. Infelizmente, não há uma articulação real metropolitana que sirva de apoio para vendê-la a empresas interessadas em aqui investir. Faltam estratégias de marketing integradas. A sensação é que cada governante cuida do seu município sem olhar para os vizinhos, esquecendo-se que na prática a metropolização é um realidade comum entre a população.
Caberia à Agência Metropolitana – Agem criar, em conjunto com as prefeituras, um verdadeiro estudo das potencialidades de negócios oferecidos pela região, com perfil econômico das cidades, potencialidades, participando de feiras e usando estratégias de marketing que possam apresentar nossa potencialidade. A criação de uma agência metropolitana de notícias de forma a agregar informações relevantes para alimentar a imprensa nacional também geraria fatores positivos. 
Está na hora dos nossos representantes unirem esforços para aproveitar o momento positivo da região e deixarmos de nos acostumar com as migalhas que nos sobram.

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