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10 DE FEVEREIRO DE 2022

Vergonha nacional

Por: Da Redação

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O nosso Porto, batizado na sua fundação, em 1892, como Companhia Docas de Santos (CDS), pelos concessionários de então, e depois rebatizado com o nome de Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), após o término da concessão, em 1980, deixou de ser santista, paulista e, ao que parece, brasileiro.

Os entreguistas de plantão lhe deram uma nova denominação, em 2019 recebeu o nome de Santos Port Authorith, acreditem se quiserem, botaram um nome gringo em nosso Porto.

Onde anda a nossa tão desvalorizada língua, o português? Estão, passo a passo, nos submetendo a um processo de aculturamento permanente.

Não bastasse o fato de estarmos submetidos ao peso da moeda norte-americana, o dólar, a língua inglesa vem se infiltrando há décadas em nossa nação e hoje se mantém dominante em virtude do poderio dos irmãos do norte e a fragilidade cultural/patriótica do nosso povo.

Somos o que os argentinos chamam de “macaquitos”, símios que costumam imitar o que veem, já que imitamos literalmente tudo e todos, seja na arte, seja na economia, seja no cotidiano…
Nos deixamos aculturar por modismos, enlatados importados sem qualquer avaliação crítica.

Aceitamos qualquer tipo de domínio como algo natural.

Pois bem, já entregaram todas as atividades portuárias mais lucrativas para empresas multinacionais. O argumento usado foi que o estado brasileiro não tem competência para administrar empresas, então é necessário entregá-las para o capital internacional.

É o que eu denomino transferência de renda, dos trabalhadores para os acionistas mundo afora.

No passado, doqueiros, estivadores, conferentes, consertadores e demais categorias que atuavam no Porto eram bem remunerados, o dinheiro circulava em nossa região, Santos era uma cidade rica, próspera, e seus habitantes tinham orgulho da qualidade de vida que possuíam. Hoje, não preciso nem escrever sobre, todos conhecem perfeitamente a nossa realidade.

A última tacada em nosso Porto, que já tem nome gringo, é entregar o pouco que sobrou, a borra do café, aos sanguessugas do planeta, ou vocês pensam que algum grupo genuinamente nacional terá vez nessa privatização?

O pior, não estão sequer pensando no social, a autoridade portuária já disponibilizou para mais de 10% dos seus empregados a possibilidade de um acordo leonino de demissão voluntária, caso não aceitem já avisaram que serão demitidos sumariamente.

Em breve, outras sandices idênticas certamente ocorrerão.

Dos trabalhadores avulsos, só falta tirar o “couro” e ainda querem tirar mais.

ACORDA BRASIL.

Benedito Furtado é vereador em Santos, ex-presidente do Sindaport por quatro mandatos (1981 a 1993)

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