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Opiniões

20 DE JUNHO DE 2013

Vida torta

Por: admin

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O bom desse espaço é que, mais do que escrever uma crônica, na busca de temas que interessam aos leitores, acabo sendo uma observadora mais perspicaz da vida,  ganhando e aprendendo muito com isso.
Há alguns  dias estive em uma festa, organizada com muito carinho, buscando antes de tudo a diversão e a leveza.
Talvez com esse mesmo espírito os decoradores bolaram um centro de mesa, meio desarticulado, meio tombado ou para a direita ou para a esquerda, sugerindo movimento no lugar da rigidez.
Adorei a proposta, mesmo porque quem me conhece, por meio dos meus textos, sabe de meu horror a engessamentos ou rigidez.
É sobre isso que vou falar hoje, pois observei que a maioria dos convidados tinha “endireitado” os arranjos de sua mesa, colocando-os bem centralizados, dando exatamente o efeito contrário ao desejado pelos idealizadores e isso me fez pensar, em quanto não suportamos conviver, olhar ou participar daquilo que não está dentro de nossos padrões.
Nesse contexto, posso refletir sobre diversidade sexual, a homofobia e outros desencontros por desejos diferentes. Essa mania ou hábito permeia as relações afetivas e familiares trazendo desgostos,brigas e desencontros.
No âmbito da sexualidade então, “nem te conto” quantas queixas – eu diria vazias  – por não terem a possibilidade de viver aquilo que acham certo ao invés de viver aquilo que o desejo sugere, quer seja em posições,em apaixonamentos,em novidades ou mesmo curiosidades,que raramente são satisfeitas em nome do “não é normal”.
Para completar, já que o universo conspira a favor, encontrei uma velha amiga e naquele papo de como vai a vida, me contou com ar constrangido, quase envergonhado, que sua filha tinha optado por fazer um curso de gastronomia, rompendo uma linhagem familiar de advogados.
Constrangimento que poderia muito bem ser substituído pela alegria em saber que um ente seu tinha tido respeito e sensibilidade para se observar e encontrar a sua verdadeira vocação.
Isso tudo me trouxe essa reflexão de quanto ainda precisamos evoluir , para enxergarmos o óbvio,que cada pessoa é uma e o respeito às pequenas coisas constrói o verdadeiro sujeito.
Portanto, aceitar a vida meio assim, talvez seja o que necessitamos, para, bem longe da rigidez, sermos mais tolerantes com aquilo que não conhecemos. Não  podemos mudar, aliás, um belo trecho da oração de São Francisco que diz isso.
Nessa época em que são feitos tantos apelos de paz, em que tantas picuinhas viram grandes dramas, por que não começar dentro de nós mudando nossos paradigmas e olhares para o que é certo ou errado,do que é de homem e do que é de mulher, para levarmos a vida com mais leveza, com menos doenças e dançando mais conforme o ritmo da música.

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