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Opiniões

15 DE JULHO DE 2017

Vitória de Pirro

Por: Fernando De Maria

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Mais uma vez, nossos parlamentares foram contra a vontade popular e decidiram votar de forma contrária ao parecer elaborado pelo deputado Sergio Zveiter (PMDB/RJ), que sugeria a admissibilidade de corrupção passiva contra o presidente da República, Michel Temer, junto à CCJ – Comissão de Constituição e Justiça.

Com o risco real de perder a luta na comissão, o governo liberou a rodo verbas a parlamentares de olho na manutenção da sua estabilidade política. O custo desta manobra será cobrado em breve lembrando a vitória de Pirro, expressão utilizada para se referir a uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. A conferir.

Nos últimos dias, 13 nomes foram alterados da CCJ para virar o jogo favorável ao governo. Deu certo. A proposta de Zveiter foi rejeitada por 40 dos 66 deputados que fazem parte da comissão.

Agora, a proposta favorável a Temer vai a plenário e caberá à oposição obter os 342 votos para conseguir rejeitá-la, conforme a explanação apresentada pelo deputado mineiro Paulo Abi-Ackel (PSDB). A votação está marcada para o dia 2 de agosto.

O feito oposicionista é praticamente impossível, exceto se novos fatos surgirem com eventuais delações que poderão ocorrer até lá via doleiro Lúcio Funaro ou o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos presos. Salvo alguma surpresa inexplicável, o tempo será o maior amigo do presidente.
Assim, após dias de tantas acusações, Temer saiu-se fortalecido e terá um final de semana para relaxar. Além da vitória na CCJ, dando-lhe maior fôlego para governar, a aprovação da Reforma Trabalhista foi um feito favorável.

A nova lei, que flexibiliza as relações de trabalho e altera mais de 100 pontos da CLT, tinha um consenso maior por parte dos parlamentares em relação a outro tema polêmico, por exemplo, como o da Previdência, outro pilar prometido pelo presidente, mas que enfrenta maior resistência.

Não bastasse, a decisão do juiz Sergio Moro em condenar a pouco mais de 9 anos o ex-presidente Lula por causa da suposta compra do triplex em Guarujá tira o foco do governo e retoma os holofotes a Lula, nome mais cotado para sucedê-lo apesar das graves acusações.

Portanto, o batalhão de choque pró-Temer funcionou, a despeito dos parlamentares passarem por cima dos desejos da população. Afinal, é difícil acreditar por qual razão o presidente se reuniu com um empresário corrupto em sua casa na calada da noite, teve um assessor flagrado com uma mala de R$ 500 mil logo na sequência e, no final, concluir que os fatos não têm ligação. A população deve ficar atenta como votarão os parlamentares a respeito da proposta contra o presidente. Afinal, 2018 está chegando e a pressão popular será a maior arma contra eles.

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