Neste mês é sinônimo do Outubro Rosa, período dessa campanha que reforça e visa a conscientização das mulheres sobre o câncer de mama.
Desse modo, uma história de superação que serve de exemplo é da corretora de seguros de Santos, Wanessa Alves, que venceu o câncer.
Em 2016, com seus 36 anos, Wanessa descobriu o câncer de mama através de exames de rotina. Na época, a corretora estava fazendo transição de carreira, saindo de uma concessionária e ingressando em uma multinacional. Ela lembra como foi: “Eu percebi a minha mama com uma parte mais dura. Não era uma bolinha, mas perto do colo. Eu achava que estava inchada porque eu tinha amamentado até poucos meses antes”.
Ela informa que demorou três meses para ir fazer a ultrassonografia. “Eu tinha uma guia médica porque o ginecologista tinha passado como rotina, mas eu estava adiando por causa da correria do dia. Eu havia passado no processo seletivo de uma multinacional e não queria ficar faltando para ir ao médico. Decidi fazer os exames de rotina para ficar tranquila. Jamais esperava este diagnóstico. Assim que recebi o laudo, procurei um mastologista e fizemos a biopsia para saber os próximos passos. Em dois meses, fiz a cirurgia e depois de um mês e meio já partimos para quimioterapias”.
Seguro de vida
Wanessa conta que mesmo trabalhando no ramo de seguros, ela não tinha uma apólice até 2015, pois não fazia parte da sua cultura familiar. “Entretanto, eu tinha meta de vendas de seguro de vida e para atingir, eu fiz uma apólice de seguro voltado para mulher – em caso de diagnóstico de câncer a pessoa recebe uma indenização em vida. Receber essa indenização foi muito importante porque como eu trabalhava com vendas, passei quase um ano recebendo o seguro social. A minha renda caiu bruscamente, porque o meu salário base era praticamente um salário mínimo”.
Desse modo, ela comenta que sua filha era pequena e tinha necessidades, assim como ela. Havia as contas básicas, alimentação, plano de saúde para pagar e não seria a hora ideal de perde-lo. Além das necessidades que vieram com a doença como terapia e transportes, pois nem sempre ela podia dirigir. “Hoje, sou uma corretora especializada em seguro de pessoas e ajudo famílias a proteger a renda mesmo em caso de acidentes ou doenças. Mesmo sendo o meu negócio, é um ato social trazer essa consciência”.
Vitória e desafios
Sobre como se sente após vencer essa luta, ela aborda que passar por uma doença grave não é fácil, principalmente o câncer que é super estigmatizado como uma sentença de morte. “Eu achava que morreria e deixaria minha filha de 1 ano. Mas, tive apoio familiar e de amigos para seguir à risca o tratamento. Não posso dizer que não existe uma sombra que a doença pode voltar, mas sempre penso que o câncer pode acontecer com qualquer pessoa. O que posso fazer é cultuar hábitos mais saudáveis, fazer meus exames de rotina e viver a vida de forma mais leve”.
Além disso, outra questão é que ela contou com ajuda do psicólogo durante o tratamento, fator que foi essencial em ter acompanhamento psicológico para ajudar a entender o processo. Ela explica que existem muitos altos e baixos durante ao tratamento e o câncer mexe muito com a autoestima do paciente. Porém, mesmo com o fim da doença, ela segue com tratamento psicológico, pois não existe “ex-paciente oncológico. A sua vida é transformada para sempre”, revela a corretora.
Além disso, ela também manifesta seu pensamento sobre o que aconselha para outras mulheres tanto sobre exames de rotina para prevenção e seguro de vida.
“O diagnóstico precoce é o melhor remédio”, esse slogan é bastante falado e eu concordo. É preciso estar acompanhando através de exames a nossa saúde. Assim como é importante também ter consciência que é preciso ter um amparo financeiro em caso de doenças como o câncer.
Eu falo que nós queremos curar a doença, sobreviver a ela, mas não terminar a doença com nome no Serasa e com dignidade de manter o mesmo padrão de vida. Trabalhamos muito para construir patrimônio, mas muitas vezes o perdemos na doença porque não soubemos proteger o mais importante: Nós mesmos que geramos o nosso dinheiro”.
Atualmente aos 44 anos de idade e com sua filha, Maria Fernanda de 9 anos, a corretora olha para trás e só tem a agradecer pela oportunidade da vida, de poder ver a filha crescer e encorajar outras mulheres que passam pelo o que ela enfrentou.
Incentivo
Sobre o impacto das mulheres em incentivar umas as outras para prevenção do câncer de mama, a médica mastologista Doutora Mariana Baraldi informa que a sororidade não deve ocorrer somente para as causas sociais e que as mulheres devemos incentivar umas às outras a buscar os direitos, entre eles o de realizar a mamografia anual. O câncer de mama tem cura e a saúde deve ser prioridade.
Além disso, ela comenta do impacto da campanha. “Em outubro a procura por consultas médicas e aos serviços que realizam mamografia aumenta, o que mostra a importância de termos campanhas de conscientização”.
Desse modo, Mariana também aborda que a rede de apoio é fundamental. “Costumo dizer que a paciente tem câncer mas a família toda está doente. Devemos fornecer apoio psicológico para a paciente e a família, acolhendo todos nesse momento difícil. Ninguém vence o câncer sozinho!”
Diagnóstico
Na questão do diagnóstico precoce, ela aborda que câncer de mama tem cura e o rastreamento anual proporciona diagnósticos precoces com taxas altíssimas de cura e tratamentos menos invasivos. Além disso, também menciona que o histórico pessoal ou familiar de câncer de mama são os fatores de risco mais importantes.
Mitos e verdades
Alguns mitos sobre o câncer de mama são que o câncer não tem cura, toda paciente tem que tirar a mama e ficar careca e que se sua mãe tiver câncer de mama, você também terá.
Agora verdades são que pacientes com diagnóstico precoce podem fazer cirurgias pequenas e estéticas sem causar deformidade a mama. Assim como, a descoberta do câncer em estádios iniciais pode reduzir as etapas do tratamento, por vezes não sendo necessária à quimioterapia. E uma pequena parcela dos cânceres de mama é hereditária.
Além disso, ela reforça que ter um parente com câncer não determina que você também terá. Deve ser realizada uma consulta médica para analisar qual o risco e quais as medidas de rastreio e prevenção necessárias.
Como evitar?
A doutora também comenta as formas de evitar. “Hoje temos estudos que demonstram a importância do exercício físico na prevenção do câncer de mama. Rastreamento anual, consulta médica, exercícios físicos e hábitos de vida saudáveis são o segredo para a prevenção do câncer de mama”.
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