Lúpus: doença autoimune que desafia diagnósticos e impacta milhares de mulheres | Boqnews
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08 DE MAIO DE 2025

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Lúpus: doença autoimune que desafia diagnósticos e impacta milhares de mulheres

No Dia Mundial do Lúpus, reumatologistas reforçam a importância da informação para o diagnóstico precoce e qualidade de vida

Por: Da Redação

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Crônica, inflamatória e autoimune, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) continua sendo um enigma para muitos especialistas. A doença, que afeta entre 150 mil e 300 mil pessoas no Brasil — segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR/2024) —, é marcada por sintomas variados e muitas vezes confundidos com outras enfermidades, o que atrasa o diagnóstico e o início do tratamento.

No Dia Mundial do Lúpus, celebrado neste sábado (10), a informação se torna uma aliada essencial. Predominante em mulheres em idade fértil, o lúpus acontece quando o sistema imunológico, que deveria proteger o organismo, passa a atacar tecidos saudáveis, afetando órgãos como pele, articulações, rins, pulmões e até o cérebro.

“O lúpus é uma doença séria, mas não precisa definir a vida do paciente”, afirma a reumatologista Dra. Luiza Fuoco, da clínica Imuno Santos. “Com tratamento adequado e suporte, é possível estudar, trabalhar, ser mãe, viajar e viver com plenitude. Informar é uma forma de cuidar”, completa.

Do diagnóstico à convivência: os desafios do lúpus

O diagnóstico do lúpus é clínico e baseado na combinação de sintomas, achados físicos e exames laboratoriais. Entre os sinais mais comuns estão dor articular persistente, manchas na pele que pioram com o sol, fadiga intensa, queda de cabelo, febre sem causa aparente, úlceras orais recorrentes e alterações renais ou neurológicas.

Outro desafio é o “efeito camaleão” da doença: os sintomas variam tanto que podem ser confundidos com outras condições, como artrite reumatoide ou síndrome de Sjögren. “O lúpus pode imitar diversas doenças, o que exige atenção redobrada do profissional. Mas há padrões característicos de autoanticorpos e sintomas que ajudam a diferenciar”, explica a Dra. Luiza.

Exames como FAN (fator antinuclear), anti-DNA e anti-Sm são fundamentais para a detecção, além de avaliação renal e marcadores inflamatórios. Pesquisas recentes apontam para o uso de inteligência artificial e biomarcadores, como os interferons tipo I, para acelerar diagnósticos.

Mulheres são as mais afetadas

De cada dez pessoas diagnosticadas com lúpus, nove são mulheres. O fator hormonal, especialmente o estrogênio, é apontado como um dos principais responsáveis por essa prevalência, além da predisposição genética. “O histórico familiar de doenças autoimunes também é um alerta importante”, destaca a especialista.

Famosos com lúpus e a importância da visibilidade

Celebridades têm usado sua visibilidade para falar abertamente sobre a convivência com a doença. Casos como os da cantora e atriz Selena Gomez, que passou por um transplante de rins em 2017; da apresentadora Astrid Fontenelle, diagnosticada em 2012; e da cantora Toni Braxton, que convive com a doença há anos, ajudam a desmistificar o lúpus. Até Lady Gaga revelou predisposição genética, embora sem sintomas graves até o momento.

Cura ainda não, mas remissão sim

Apesar de não ter cura, o lúpus tem tratamento. O objetivo principal é alcançar a remissão da doença — quando não há sintomas ativos. “Hoje contamos com medicamentos imunomoduladores e biológicos, mais modernos e com menos efeitos colaterais que os antigos corticoides”, explica a Dra. Luiza.

A remissão pode durar meses ou anos, e o acompanhamento multidisciplinar é essencial para o controle da doença e prevenção de complicações como nefrite lúpica, infecções e até eventos cardiovasculares graves.

“O cuidado mudou. Hoje, o tratamento do lúpus é feito com uma equipe multiprofissional, envolvendo dermatologistas, nefrologistas, psicólogos e outros especialistas”, finaliza Fuoco.

 Imuno Santos

A Imuno Santos é uma clínica de referência em tratamentos para doenças autoimunes e oncológicas na Baixada Santista. Localizada no Hospital São Lucas, em Santos, conta com estrutura moderna e atendimento humanizado. O espaço oferece consultórios, boxes individuais de infusão, suíte exclusiva, farmácia interna e sistema de agendamento inovador, com capacidade para 60 atendimentos por dia. Atende pacientes particulares e de convênios médicos, oferecendo especialidades como reumatologia, oncologia, gastroenterologia, pneumologia e outras.

Sobre a Dra. Luiza Fuoco

Médica pela UERJ, com residência em Clínica Médica pela UFRJ e especialização em Reumatologia pela USP, Dra. Luiza Fuoco é referência no tratamento de doenças autoimunes. Doutora em Ciências Médicas, professora e pesquisadora, atua também como supervisora no ambulatório de imunobiológicos da UNILUS e é diretora regional da Imuno Brasil. É membro da Comissão de Artrite Psoriásica da SBR e do GRAPPA, além de contar com ampla experiência clínica desde 2011.

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