Na manhã desta quinta-feira (2), mais um atleta da Fundação Pró-Esporte de Santos (Fupes) brilhou nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão.
Dessa vez foi o jovem Nathan Torquato, 20 anos, que garantiu a medalha no taekwondo, na categoria até 61 quilos da classe K44 (atletas com limitações de apenas um lado do corpo).
Além da medalha de ouro, Nathan também entra para a história como o primeiro campeão paralímpico da modalidade, já que o taekwondo está estreando na competição.
Um feito inesquecível do lutador que nasceu em Praia Grande, mas foi adotado por Santos, onde encontrou apoio e estrutura para chegar ao topo do mundo, sendo orientado pelo técnico da Fupes, Rodney Saraiva.
O Caminho para Ouro
Nathan estreou contra Parfait Hakizimana, atleta de Burundi que compete pelo Time de Refugiados, e venceu por 27 a 4.
Ele, enfrentou o japonês Mitsuya Tanaka por 58 a 24, e avançou para a semifinal.
Na fase seguinte, encarou o italiano Antonino Bossolo e, em uma luta mais equilibrada, triunfou por 37 a 34.
Assim, na final, deveria encarar Mohamed Elzayat, do Egito.
O adversário até tentou voltar após sofrer um golpe irregular na semi, mas não teve condições e o brasileiro foi declarado campeão.
A Carreira de Nathan
Ao contrário da história de muitos paratletas, o esporte entrou na vida de Nathan quando tinha apenas três anos.
Ele, que nasceu com malformação congênita no braço esquerdo, conheceu o taekwondo por acaso e logo se apaixonou.
O talento e a determinação superaram qualquer deficiência e logo ele se destacou no taekwondo convencional, se tornando o líder do ranking brasileiro na sua categoria e garantindo vaga para o Mundial de Cadetes no Azerbaijão.
E foi aí que sofreu a sua maior decepção no esporte.
Nunca um paratleta tinha chegado tão longe.
A partir de 2017, Nathan começou a brilhar no circuito paralímpico.
Foram sequências de campeonatos brasileiro; Parapan-Americanos; além do ouro no Open do Egito, de Las Vegas, da Austrália, dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru e de Cancun, no México, neste ano.