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Futebol Europeu

24 DE JULHO DE 2014

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Brasileiros abrem liga ucraniana em clima de medo e incerteza

Três brasileiros voltam às atividades normalmente no FC Dnipro

Por: Leandro Colon
Da Redação

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Os jogadores brasileiros Léo Mattos, Douglas e Matheus, atletas do FC Dnipro, entram em campo nesta sexta-feira (25) para abrir a temporada ucraniana sem saber direito quando e onde serão os próximos jogos do campeonato.

Em meio à decisão de quatro brasileiros do Shakhtar Donetsk de não retornar para a Ucrânia por causa do conflito militar que atinge o país, os de outros clubes vivem a mistura de apreensão e incerteza não só no futebol, mas na vida pessoal por causa de suas famílias.

A reportagem encontrou nesta quinta (24) os três atletas do Dnipro, time de um banqueiro do país e vice-campeão da temporada passada. É uma das principais forças do futebol ucraniano, ao lado de Shakthar, Dínamo de Kiev e Metalist de Khakorv. Recentemente, perdeu o meia Giuliano, que preferiu retornar ao Brasil para jogar no Grêmio.

A estreia do clube na liga local deveria ser em Donetsk, contra o Metalurg, outra equipe da cidade, mas menos expressiva que o Shakthar, atual campeão. A partida, porém, será em Lviv, região oeste, por questões de segurança. É o primeiro jogo da rodada, que continua no sábado (26).

A reportagem entrevistou os jogadores no aeroporto de Dnipropetrovsk enquanto esperavam o embarque para Lviv. Apesar do clima descontraído ao encontrar um jornalista brasileiro, não escondiam a preocupação, inclusive por ter que jogar em campo neutro já na primeira rodada.

“Temos medo e o que mais preocupa é um possível fechamento do aeroporto, porque é a nossa forma de fuga se a situação piorar”, disse o zagueiro Douglas, ex-Vasco.

Para o lateral Léo Mattos, ex-Flamengo e Figueirense, o temor se mistura à necessidade de cumprir o seu contrato de três anos. “Eu respeito a decisão dos colegas do Shakthar, até porque em Donetsk está pior. Mas tenho mulher e filho comigo aqui. Não posso sair sem saber como vou sustentá-los. É um dilema. Por enquanto, não posso ir embora”, diz.

O lateral sentiu no campo efeitos da crise, quando jogava pelo Chornomorets, de Odessa, no primeiro semestre: “Voltamos do intervalo de um jogo e o estádio estava vazio. Os torcedores tinham ido protestar na cidade e muitos morreram”.

Dnipropetrovsk fica a 215 quilômetros de Donetsk, controlada pelos rebeldes pró-Rússia que agora são acusados de derrubar um avião comercial com 298 passageiros na semana passada. É uma das cidades mais relevantes da Ucrânia e, em razão da proximidade da região de tensão, sofre reflexos da crise por ser rota de fuga para ucranianos.

O que mais incomodou o clube foi a mudança de palco da estreia da fase eliminatórias da Champions League na semana que vem contra o Copenhagen, da Dinamarca. O jogo deveria ocorrer na cidade do time, mas, por pressão dos dinamarqueses, foi alterado para a capital Kiev, bem distante do conflito.

“É um dos jogos mais importantes do ano para nós. É uma pena que tudo isso esteja ocorrendo. Sou casado com uma ucraniana e tenho filho aqui. Para mim, ir embora é muito mais complicado”, diz Matheus, atleta que perambulou pelo futebol português e hoje é um dos principais nomes do Dnipro.

Shakhtar Donetsk
O atacante brasileiro Fred, ex-jogador do Inter-RS, retornou ao Shakhtar Donetsk, informou o clube nesta quinta, que não manifestou sobre os brasileiros Douglas Costa, Alex Teixeira e Dentinho, que se recusaram a viajar da França para a Ucrânia após disputarem um amistoso contra o Lyon no último sábado (19).

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