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05 DE AGOSTO DE 2011

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Em alta no Brasil, MMA busca afirmação na Baixada Santista

Durante muito tempo, falar do Brasil nos esportes de luta era o mesmo que lembrar do boxe e do judô. O primeiro, pelo sucesso de pugilistas como Eder Jofre e Acelino Popó Freitas. O segundo, pelas medalhas olímpicas que já circundaram o pescoço de atletas como Rogério Sampaio e Leandro Guilheiro. Mas há pouco mais […]

Por: Da Redação

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Durante muito tempo, falar do Brasil nos esportes de luta era o mesmo que lembrar do boxe e do judô. O primeiro, pelo sucesso de pugilistas como Eder Jofre e Acelino Popó Freitas. O segundo, pelas medalhas olímpicas que já circundaram o pescoço de atletas como Rogério Sampaio e Leandro Guilheiro. Mas há pouco mais de três anos, uma terceira modalidade não só entrou para esse hall como virou a referência do segmento no País, ganhando escolas e praticantes em todos os cantos, inclusive na região: o MMA.


MMA, ou Mixed Martial Arts é, como o nome diz, uma modalidade de combate que mistura golpes de diferentes de luta, envolvendo socos, chutes, queda e solo. Forjado com essa denominação em 1993, tem boa parte de suas raízes bem fincadas no Brasil, já que uma de suas origens é o vale-tudo, criado na década de 20 pela família Gracie e que colocava frente a frente atletas de diferentes segmentos da luta – daí o nome “vale tudo”, até hoje utilizado pelos mais “antigos” para se referir ao MMA.


O boom do MMA teve início com a chegada das lutas à televisão brasileira, em 2008. Para a Baixada Santista, no entanto, embora a demanda por interessados tivesse crescido, as academias ainda não sentiram totalmente essa “explosão”. Algo, porém, que não preocupa o treinador Fábio Duarte (foto), responsável pela academia Brazilian Vale Tudo (BVT) e organizador de eventos do segmento na região. “É algo gradativo. Ainda se está preparando para receber esse boom. E acredito que a realização do UFC (Ultimate Fighting Championship) Rio, em (27 de) agosto, será o ponto definitivo para que a modalidade cresça aqui”, aposta.


A preparação para tal está à plena. Segundo Duarte, já há pelo menos cinco academias em Santos com treinamentos especificos de MMA, além de outras que se especializam em modalidades que são utilizadas durante as lutas, como jiu-jitsu e muay thai, e que têm sido a “alavanca” para levar os atletas ao MMA. Além disso, se não faltam referências brasileiras para inspirar os mais jovens, também não estão ausentes destaques oriundos da região. “A Baixada Santista é um grande celeiro de atletas e na luta não é diferente. Você tem o (Rodrigo) Cavaca no jiu-jistu, o Alexandre Cosmo no muay thai, o (Genilson) Serrinha no boxe, o Charles Oliveira no MMA… Se nem todos são campeões mundiais, são referências internacionais”, enumera Duarte.


Exemplo


Charles, aliás, é tido como uma das grandes promessas do MMA brasileiro. Aos 21 anos, está na modalidade desde os 18. É natural de Vicente de Carvalho e hoje intercala os treinos — muitos deles nos Estados Unidos — para lutas pelo UFC com as aulas que coordena em Guarujá e, desde a última semana, em Santos, na Academia Memorial Gold Team Fighters, nas dependências do Brasil FC. No currículo, vitórias como a de sua estreia no cenário internacional, ante Darrell Elkins, em apenas 41 segundos, ou sobre o campeão de um reality-show para lutadores, Efrain Escudero.


Conhecido como Charles “do Bronx”, o guarujaense iniciou no esporte aos 12 anos, por indicação de Jorge Luís Patino, o Macaco, um dos principais nomes da modalidade e proprietário de uma franquia internacional de centros de treinamento cuja matriz brasileira é justamente a Academia Memorial. O lutador, aliás, foi um que presenciou — e ainda presencia — as mudanças no conceito popular do esporte, antes considerado de difícil aceitação e hoje grande sucesso de audiência na TV à cabo e mesmo entre os pais de jovens interessados em conhecer o MMA.


A aceitação do MMA salta aos olhos e a mídia evidencia bem isso (página ao lado). Para Fábio Duarte, ela se dá pelo que a própria modalidade proporciona. “O MMA é dinâmico, não se restringe a chutes ou socos. Ela cosneguiu aglutinar várias possibilidades e agradou. Além disso, contou com boas organização e divulgação. E a televisão veio para quebrar essa barreira que existia, mostrando que MMA é apenas um esporte, que dá recursos, capacita lutadores e profissionais”, destaca.


Eventos


O cenário promissor, todavia, necessita de incentivo. E é aí que reside a necessidade de massificação dos eventos, a começar pelos de pequeno porte. Neste domingo (7), por exemplo, a Academia Brazilian Vale Tudo (BVT) realizará um festival com 10 lutas, envolvendo MMA e outras modalidades, como muay thai. Os combates, que envolverão atletas de academias da Cidade, ocorrerão na própria BVT (Avenida Presidente Wilson, 143, José Menino) e iniciam às 17 horas. A entrada é R$ 5,00 mais um litro de leite, que será doado ao Núcleo de Amparo de Adulto e Criança com Câncer (Nacac).


Será a segunda edição do evento, que na primeira etapa, reuniu mais de 200 pessoas na academia. “Não havia espaço nem para moscas”, lembra o professor e treinador Fábio Duarte. Esse tipo de torneio, como explica, é importante para ajudar no amadurecimento dos atletas. “A Baixada já iniciou e recebeu torneios de médio para grande porte, como o Predador e o Gladiador. Mas quando o atleta é novo, ele chega para um torneio maior e o nervosismo consome, grosso modo, 70% do desempenho dele. E são esses eventos menores que, com sucesso, vão impulsionar empresários a olharem melhor e investirem em festivais de grande porte aqui para a região”, confia.


Em setembro, por sua vez, Charles do Bronx (foto) organizará um festival da modalidade no Guarujá, o Guarufight. O evento está previsto para dia 10, ainda sem local definido. E segundo o lutador, o campeonato terá a presença de nomes importantes da modalidade, como os brasileiros José Aldo e Demian Maia. “Eles não lutarão, mas estarão presentes no evento. Além disso, teremos transmissão ao vivo das lutas. Vai trazer uma divulgação grande ao Guarujá”, acredita.


Sucesso


Dotado de grande potencial comercial, o sucesso recente do MMA no Brasil passa pela chegada da modalidade à TV, em 2008, quando a RedeTV! adquiriu um pacote de lutas do Ultimate Fighting Championship (UFC), considerado o principal torneo de MMA no mundo. Até então, o nome do esporte mais conhecido pelo grande público no País era o de Vitor Belford, por sua participação no reality-show Casa dos Artistas.


Hoje, lutadores como os irmãos Rodrigo e Rogério Minotauro, Lyoto Machida, Mauricio Shogun e principalmente Anderson Silva já deixaram o anonimato. Este último, aliás, tem a carreira gerenciada pela empresa do ex-jogador Ronaldo e ficou marcado pelo grande público pela vitória sobre Belford (foto acima), em uma luta bastante aguardada, no último mês de fevereiro — na ocasião, Silva, com apenas três minutos de luta, acertou um chute perfeito no queixo de Belford e o nocauteou de imediato.Atualmente, as lutas, que ocorrem durante as madrugadas, são transmitidas pelo canal pay-per-view Combate, vinculado à Globosat.


Além disso, em 27 de agosto, será disputada a etapa do Rio de Janeiro do UFC. E a venda de ingressos, iniciada às 23h30 de 16 de junho, pela internet, esgotou-se em uma hora e 14 minutos. Isso porque as entradas disponibilizadas para pré-venda limitada e restrita a clientes de um banco patrocinador acabaram em menos de 40 minutos. O evento ocorrerá na HSBC Arena, na Barra da Tijuca, e deverá receber até 14 mil torcedores. Atualmente, de acordo com a organização do UFC, cada edição do torneio é assistida pela televisão em 354 milhões de casas em 145 países.

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