Fernando Silva quer “recuperar o orgulho” do torcedor do Santos FC | Boqnews
Foto: Rom Santa Rosa

Eleições Santos Futebol Clube

28 DE NOVEMBRO DE 2014

Siga-nos no Google Notícias!

Fernando Silva quer “recuperar o orgulho” do torcedor do Santos FC

Candidato da Mar Branco (chapa 5) afirma que um dos projetos principais de seu mandato será o “santista de carteirinha”; ele também defende a permanência de Enderson Moreira

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Como sanear as dívidas do clube e montar um time competitivo?

Isso faz parte dos nossos sete pilares de governo. Ninguém fica confortável com uma dívida em curto prazo de quase R$ 130 milhões que será herdada desta diretoria amadora e irresponsável, mas me sinto confortável porque fizemos isso. E essa é a grande diferença que o eleitor tem que considerar. Em 2010 entramos com o clube terra arrasada. Tivemos que, no tocante à dívida, chamar todos os credores, alongar a dívida, rediscutir prazo, juros e trazer dinheiro para o Santos. Isso que será feito. Time competitivo a mesma coisa. Hoje eu reputo que teremos um time um pouco mais bem estruturado do que pegamos em 2010. Mas o que fizemos, e isso não é segredo: promovemos e demos segurança e estabilidade para a molecada da base e fomos fazer três ou quatro contratações pontuais para reforçar o elenco.  Ou seja: time competitivo e reorganização de dívida são matérias nas quais nós já passamos de ano uma vez e vamos passar novamente. O torcedor santista pode ficar tranqüilo, pois nossa equipe é muito bem preparada para resolver estes assuntos. Nós temos sete pilares onde se destaca o relacionamento com o sócio. O Santos tem um projeto de conversão de torcedor para sócio. O Sócio Rei está estagnado desde o final de 2011, e aí temos várias ações para começar novamente a colocar sócios com várias ações das quais se destaca o “Santista de Carteirinha”. Ele não vai mais pagar ingresso para ver jogo do Santos. Logicamente que este projeto prevê um programa de milhagem muito moderno que dará vantagens aos sócio do Santos, que hoje não tem nenhuma vantagem. A outra parte importante do nosso programa é a equalização de jogos entre Vila e São Paulo. Temos que fidelizar e trazer “para dentro” os jovens que são herança do Neymar. Segundo estatísticas, ele deixou mais de 1, milhão de jovens torcedores entre 7 e 11 anos, e temos que ter programas específicos para colocar essa molecada dentro do Santos. Pois, para cada moleque que o Neymar converteu a santista, tem um pai , uma mãe ou uma família tentando seduzi-lo a voltar ao time da família ou do colega de escola. Esse é um desafio grande que deve ser encarado rapidamente. Outra coisa que destaco no nosso plano é a questão do Centro de Treinamento. Temos que rapidamente consolidar nosso CT. Somos reconhecidos por ser um time formador, mas sem infraestrutura nenhuma. E CT se faz com renúncias fiscais. Os melhores Centros de Treinamento do País são feitos desta forma. Para isso, temos que equacionar o problema dos impostos.

 

Explique melhor a questão do “Santista de carteirinha”.

Não só quanto mais ele comprar, mas como quanto mais ele participar de ações de marketing do Santos Futebol Clube, algumas que são econômicas outras não. Hoje, por exemplo, o Santos participa do “Por um Futebol Melhor”. Tem mais de mil produtos (registrados no movimento) e, se o Santos divulgasse ou criasse combos específicos para o torcedor, comunicasse isso provavelmente a mensalidade sairia de graça, se somarmos todos os descontos que eles ganham. Eu tenho um familiar que gosta de cerveja ou que consome uma margarina especifica, que está no movimento, e o que ela compra durante o mês poderia ter desconto na mensalidade. É comunicar isso (ao sócio) e criar ações de marketing, logicamente num programa complexo de milhagem que vai resultar que o “Santista de carteirinha” não vai mais pagar ingresso.

 

A maioria dos torcedores prefere uma ampliação da Vila a construir um novo estádio. Como vê essa questão?

Essa é uma questão importante. Tem candidato que acha que fala o que o torcedor santista quer, e eu gosto de fazer tudo baseado em pesquisas. Temos acesso a um levantamento feito por um instituto independente que já vem acompanhando o torcedor de futebol em geral desde 2009. Nós temos vários pontos a serem considerados no nosso projeto. Primeiro que o mercado de futebol vai se dividir entre os clubes que faturam mais de R$ 150 milhões/anos e os clubes que faturam menos que isso. Se você fizer uma “conta de português” e deixar de lado receita com venda de jogador, você terá os R$ 150 milhões divididos em três principais itens: o marketing, ações mercadológicas; os direitos de tevê e o item de arena. Dividindo os R$ 150 milhões por três dá R$ 50 milhões que terá que faturar com uma arena, e o equipamento Vila Belmiro ao tem condição nenhuma de dar R$ 50 milhões/ano de faturamento. Qual a alternativa para isso? Algumas aparecem na nossa frente: primeiro, revitalizar a Vila, tirando atividades que não geram recursos e trazer atividades que gerem recursos. Dar conforto e segurança ao estádio, pois o que aparece na pesquisa é que o torcedor santista chá que na casa dele não tem conforto e não tem segurança. Isso seria trabalhado. Seria um projeto de revitalização trazendo jogos importantes para cá, porém fazendo receita. Recentemente estive no clube Vasco da Gama e pude ver toda a obra que lá foi feita, praticamente um clube novo, contando com parcerias da iniciativa privada. Acredito que tem vários investidores e empresários que estariam interessados em uma permuta ou parceria com a Vila, revitalizá-la, torná-la segura e confortável para o torcedor assistir o jogo.

 

fernando02

“Acredito que tem vários investidores e empresários que estariam interessados em uma permuta ou parceria com a Vila, revitalizá-la, torná-la segura e confortável para o torcedor assistir o jogo” Foto: Rom Santa Rosa

O senhor disse que pretende levar atividades que geram mais recursos à Vila. Que tipo de ações o senhor imagina?

Você pode fazer uma analogia com Puerto Madero, na Argentina. Era uma área que estava abandonada, não gerava recurso, e a iniciativa privada foi lá, revitalizou, colocou restaurante, atividades e aquilo virou um Centro Turístico. No Santos é assim: criar um restaurante, uma academia, um museu melhor adaptado, uma loja melhor. Ou seja: começar a fazer receita na Vila Belmiro. Logicamente prevalecendo o campo de jogo, a segurança e o conforto do torcedor. Com isso você teria receita em um local hoje que só dá despesa.

 

Aprofundando a questão do mando dos jogos, o Santos tem torcida espalhada por todo o País. É possível levar jogos para outros locais como o Interior do Estado e o Norte do Paraná, além de outras capitais?

Temos que ir até onde a nossa grande torcida está que é a região de São Paulo. Temos que jogar mais em São Paulo, tornar um hábito. Seguramente, o Santos vai jogar na Vila Belmiro e em São Paulo. Quanto ao Pacaembu que todo mundo fala que deveria “tomar” o estádio, isso não existe. A Secretaria Municipal de São Paulo colocará uma licitação na rua, e quem tiver condições de ter os pré-requisitos necessários pegará o Pacaembu. Qualquer business plan (planejamento de negócios) que for feito no Pacaembu o primeiro item de receita é o estacionamento subterrâneo, não é show. Por que não é show? Porque a Arena do Palmeiras, recém-inaugurada, vai abocanhar 70, 80% dos eventos de São Paulo, pois é uma Arena excomunal. Eventos de menor porte vão cair no Jóquei, em Interlagos, no Anhembi. Então, terá pouco mercado no momento, pouco espaço, para outra arena em São Paulo. Então, o Santos tentará um acordo basicamente como o Flamengo e o Fluminense fizeram com o Maracanã. Em jogos dos dois times ele se torna um estádio destes clubes, eles tem direitos pactuados em contratos que fazem do Maracanã a casa deles. É isso que o Santos vai buscar. E, basicamente, no que puder, desenvolveremos novas praças para a torcida. Onde o Santos deveria desenvolver, segundo nossa ideia, que deve ser referendada por pesquisa, não é “achômetro”. Eu acho que um bom indício é o Santo s jogar onde não há nenhum clube predominante, ou seja arenas construídas sem time de futebol relacionado. E aí surgem Brasília, Cuiabá e Manaus como potenciais candidatos a terem jogos do Santos e desenvolver uma nova torcida. Uma outra coisa que é possível fazer para chamar a torcida e reverter essa tendência de baixo público na Vila Belmiro é ter a mesma lei municipal que você tem em São Paulo, onde criança até 12 anos não paga ingresso. Atrás de uma criança vem um adulto, e você começa a novamente ter o hábito do pai, filho e amigo irem ao estádio. Em São Paulo é mais fácil porque há uma lei municipal, e vão muitas crianças ao estádio. Aqui em Santos precisaremos imediatamente da ajuda do prefeito e vereadores para colocar essa lei e tentar reverter essa tendência.

 

Como o senhor vê o papel do Comitê de Gestão do Clube?

Essa questão veio colocada na reforma do estatuto novo e todos sabem que nós tivemos parte atuante na elaboração dele. O Conselho de Gestão hoje está mal utilizado, de forma incorreta da que foi prevista para ele. O Conselho de Gestão era para atuar como um conselho de administração de uma grande empresa, para ter executivos, pessoas com experiência nas suas atividades, santistas que pudessem cooperar com a estratégia do Santos, para onde o time vai, assuntos importantes. O que aconteceu?Por uma fraqueza de quem dirige o Santos, foram trazendo o comitê para uma função executiva, para participar das decisões diárias do Santos. Com isso foi mal utilizado e desgastou e não deu uma figura de comando, hoje ninguém sabe quem manda no clube. Na nossa gestão, quem manda no Santos é o presidente, um regime presidencialista. E nós faremos valer de um Conselho de Gestão que nos ajudará a acertar mais que errar. Um gestor de qualquer coisa, você gerindo sua casa, empresa, grande clube de futebol, tem a obrigação de entregar melhor que ele recebeu. Obrigação de criar alguma coisa, colocar um tijolo a mais no que ele havia recebido. Nós temos a ciência de que entregamos o clube no final de 2011 muito melhor do que recebemos em 2010. E hoje, vão entregar no final de 2014, muito pior do que receberam no final de 2014. Esse é um compromisso nosso de campanha, entregar melhor do que recebemos

fernando04

“Na nossa gestão, quem manda no Santos é o presidente, um regime presidencialista. E nós faremos valer de um Conselho de Gestão que nos ajudará a acertar mais que errar” Foto: Rom Santa Rosa

A base é reconhecida internacionalmente como um celeiro de craques. Como o senhor vê hoje a estrutura da base? Quais ações o senhor planeja para esta área?

Vejo a base ainda tendo frutos daquele trabalho de 2010/2011 revelando jogadores que na época eram nascidos em 1999/2000 e hoje começam a dar frutos. Mas soube de coisas muito preocupantes. Acabou a rede de olheiro. E você para tentar jogar no Santos você precisa enviar um DVD, que precisa ser aprovado e ai sim ser convidado. Isto é um absurdo. Acabaram com o projeto Nave, projeto pioneiro do Santos, de parceria com prefeituras locais para capacitação de garotos . Ou seja entregaram para quem não conhece nada de base. E além disso a infraestrutura continua a mesma. Nós não podemos continuar dependendo da sorte. O Santos é reputado como um time de garotos. Santos tem que manter seu DNA, que é o de jogar alegre, bonito, pra frente e competitivo. A base tem que jogar assim. E tem que ser preparada para isso. O que vamos fazer é dar recursos físicos e materiais para que você aumente a chance de sucesso de formar jogadores.

 

Falando do profissional agora, o senhor pretende manter o Enderson Moreira? E como você vê o elenco do Santos?

O elenco do Santos eu vejo competitivo. Bom. Na média ele é bom. Ele precisa de três a quatro contratações pontuais como eu falei. E o Enderson é um técnico, que apesar de protestar aqui contra a atual diretoria que fez um contrato até o final de 2015 – isso ninguém faz, quer dizer ninguém faz um contrato que exceda o seu mandato. Mas no meu caso eu gosto do perfil do Enderson. É um cara que estaria na minha lista de treinadores que eu consideraria para o Santos. Preciso conversar com ele. Tem o perfil que meu grupo e especialmente eu gosto.

fernando02

“Mas no meu caso eu gosto do perfil do Enderson. É um cara que estaria na minha lista de treinadores que eu consideraria para o Santos. Preciso conversar com ele. Tem o perfil que meu grupo e especialmente eu gosto” Foto: Rom Santa Rosa

O senhor tem o apoio do ex-presidente Luis Álvaro. Ele participará de um eventual mandato? Qual é a formação política do grupo que o apóia?

Participação do Luiz Álvaro será como ex-presidente, como os demais. Não me pediu nada. Eu não ofereci nada. Ele esta apoiando porque é uma decisão dele. Politicamente a gente se forma com um pessoal ligado a mim desde 2001, quando fui candidato. A gente fala que são os veteranos da Resgate. O pessoal mais experiente. Aqui em Santos temos o grupo da Tradição Santista, o grupo do DNA e o grupo do Reinaldo Guerreiro que é o nosso vice e disputou a última eleição contra o Luiz Álvaro. Está muito bem estabilizado. Acho que temos na qualidade um grupo muito homogêneo. Muita gente boa e disposta a ajudar neste momento, que eu reputo ser um dos mais difíceis senão o mais difícil da história do Santos. O buraco que o Santos está e a inércia que o time está, eu nunca vi igual.

 

Qual a marca que o sócio e torcedor pode esperar do mandato do senhor à frente do Santos Futebol Clube?

Eu imagino que o Santos vai ter um time com a cara de 2010/2011, quando nós fomos bi-campeões Paulista, campeão da Libertadores e da Copa do Brasil . Com jogadores engajados dentro deste projeto. E nós vamos mudar totalmente o relacionamento do clube com seu associado. O “Santista de Carteirinha” não vai pagar ingresso. Isto é só o começo de um programa de relacionamento com o sócio e assim que a gente quer terminar o mandato. Com você tendo o orgulho de ser santista e com um time que honre seu passado de glória dentro do campo de jogo.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.