Rivalidade em jogo, disputa de título e qualidade técnica. Ingredientes não faltam para a grande decisão da Copa América entre Brasil e Argentina que acontece neste sábado (10), às 21h, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
As duas equipes chegam com diferentes objetivos para a final. Enquanto o Brasil busca mais um título – que para alguns torcedores é visto como obrigação, a Argentina quer quebrar um longo tabu, que já dura 28 anos sem qualquer conquista. Já diria o ditado, ‘em clássico não existe favoritismo’. A única certeza é que a partida será emocionante com as duas equipes querendo o título, pois ganhar do rival deixará o gosto da comemoração ainda mais saboroso.
Brasil e Argentina fizeram campanhas semelhantes nesta Copa América. Na primeira fase, as seleções tiveram três vitórias e um empate, sendo que ambas aplicaram uma goleada. (Brasil 4 x 0 Peru e Argentina 4 x 1 Bolívia).
Nas quartas de final, a Argentina não teve dificuldades para superar o Equador e o Brasil sofreu contra o Chile. Já na semifinal, mesmo com a vitória magra pelo placar de 1 x 0, o Brasil não correu riscos diante do Peru. Por sua vez, a Argentina garantiu a classificação para a final de forma emocionante contra a Colômbia nos pênaltis. O goleiro Emiliano Martínez foi decisivo defendendo três cobranças.
Equipes
Logicamente que o duelo entre dois de alguns dos melhores jogadores do mundo (Neymar e Messi) coloca ainda mais brilho na final. Todavia, o coletivo será de suma importância para ambos os times e nesta questão o Brasil tem vantagem, afinal Tite está no comando da seleção desde 2016 aplicando um padrão de jogo que tem dado certo. Não é à toa que o Brasil conquistou a Copa América de 2019 e lidera as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 com uma larga vantagem em relação aos adversários.
A única baixa da equipe comanda por Tite para a final é Gabriel Jesus, suspenso por mais um jogo, após a falta que culminou em sua expulsão nas quartas de final.
Dessa forma, o Brasil deverá ir a campo com: Éderson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi; Fred, Casemiro e Lucas Paquetá; Éverton, Neymar e Richarlison.
A Argentina aposta no talento individual de Messi que está fazendo uma grande Copa América. O camisa 10, eleito seis vezes melhor jogador do mundo pela FIFA, é o artilheiro do torneio com 4 gols. Além de Messi, os Hermanos contam com outros jogadores decisivos como Lautaro Martínez, De Paul e Di Maria, que não é titular, mas quando entra no segundo tempo coloca fogo na partida.
Após o péssimo desempenho na Copa do Mundo de 2018, a seleção da Argentina melhorou com a chegada do técnico Lionel Scaloni, que conseguiu fazer uma renovação da equipe com novos jogadores.
Freguesia?
Quando o assunto é Copa América, o Brasil tem sido uma pedra no sapato da Argentina nos últimos anos. No século XXI, as seleções chegaram nas finais em 2004 e 2007. Na primeira ocasião, a Argentina era favorita, já que o Brasil não tinha a presença dos principais jogadores no torneio, como Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho.
Os Hermanos venciam a decisão até os 47 minutos do segundo tempo pelo placar de 2 x 1, inclusive Tévez fez a famosa catimba sul-americana provocando os brasileiros, segurando a bola no ataque.
Mas os argentinos não contavam com um gol milagroso de Adriano faltando poucos segundos para a partida terminar. Nos pênaltis, melhor para o Brasil, que conquistou o título. Na Copa América seguinte, disputada na Venezuela, mais uma vez a Argentina tinha um grande time com Messi, Tévez, Riquelme, Verón e Mascherano e era considerada a favorita.
Porém, na final, o Brasil fez uma excelente atuação e colocou os adversários na roda, com gols de Júlio Baptista, Ayala (contra) e Daniel Alves. A equipe comandada por Dunga venceu por 3 x 0. Robinho e Elano eram um dos destaques da seleção.
Na última Copa América em 2019, os dois times se enfrentaram na semifinal e novamente o Brasil conseguiu a vitória. Apesar da Argentina fazer um bom jogo, a seleção pentacampeã mundial ganhou pelo placar de 2 x 0.
A última vez que a Argentina eliminou o Brasil na Copa América foi nas quartas de final em 1993