O grupo Peralta oficializou, em nota, que retirou a proposta para a construção do novo estádio da Portuguesa Santista em Praia Grande.
A iniciativa sofreu críticas por parte de torcedores.
Além disso, reverberou na Câmara de Santos na semana passada, com críticas sobre a saída do clube de Santos, onde está desde 1917.
A empresa ocupará os terrenos que foram adquiridos junto à União pela empresa Âncora, pertencente ao grupo nascido na Baixada Santista, no início de agosto após leilão público.
Ao todo, são pouco mais de 96 mil metros quadrados espalhados por áreas hoje ocupadas tanto pela Associação Atlética Portuguesa Santista (setor social) e Associação Atlética dos Portuários de Santos.
Além disso, há um amplo terreno localizado na Avenida Pinheiro Machado, hoje transformado em estacionamento.
As tratativas com a diretoria dos Portuários estão avançadas e não sofrem resistência.
Afinal, a área do clube já era federal – clube nasceu dos servidores da antiga Companhia Docas e depois Codesp – atual SPA.
Situação diferente em relação à Portuguesa Santista, especialmente em relação à torcida e conselheiros.
O grupo Peralta decidiu retirar a proposta da construção do novo estádio em razão da rejeição pela comissão, nomeada pelo Conselho da entidade, da proposta de mudança de endereço.
Na ocasião, o grupo abriu a possibilidade apenas se o empreendimento fosse erguido em Santos, onde o clube nasceu há 104 anos.
Assim, o grupo empresarial Peralta pretende construir empreendimentos comerciais e residenciais nas áreas de sua propriedade, alterando a parte urbana daquela região da Cidade.
Além disso, Prefeitura e Câmara analisarão o futuro projeto para o local.
Primeira mão
Pela manhã, o ex-jogador da Briosa e atual vereador, Rui de Rosis, havia antecipado, em primeira mão, que ontem se encontrou com os empresários do grupo Peralta na prefeitura e que ambos haviam confirmado a desistência da transferência e construção do estádio.
De Rosis participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias desta quarta (6).
Além disso, ele integra a comissão nomeada pelo conselho da entidade que optou, por 7 votos a 2, em aceitar o novo estádio “apenas se for em Santos”.
“Nós vamos agora manter o estádio. Daqui para frente, a Portuguesa começa a tomar um novo posicionamento do que irá fazer”, ressalta.
Praia Grande
Inicialmente, a proposta previa a transferência do estádio Ulrico Mursa para Praia Grande.
E manteria uma sede social em Santos, no litoral paulista.
Assim, trata-se de uma arena multiuso localizada na divisa entre Praia Grande e São Vicente, no Japuí/Xixová.
Além de jogos, o espaço serviria para shows e grandes eventos, ficando todo o lucro e gerenciamento por parte do clube.
Dessa forma, a empresa investiria R$ 80 milhões no novo estádio e demais dependências.
Dessa forma, a ocupação para os futuros empreendimentos ocorrerá sem a área pertencente ao clube, de cerca de 13.800 metros quadrados.
Assim, a área pertencente ao clube contempla apenas o estádio e dependências internas.
Portanto, ficam excluídos o estacionamento e a parte social , como a piscina, cuja área era cedida pela União e agora foi arrematada pelo grupo empresarial.
Tombamento
Portanto, De Rosis chegou a pensar no tombamento do estádio Ulrico Mursa.
No entanto, ele voltou atrás em razão dos impactos que isso poderia provocar ao clube.
“Chegamos a levantar todos os pontos para o tombamento, mas vi que isso mais atrapalharia do que ajudaria a Briosa”, explica.
Nota oficial
Confira a nota oficial do grupo Peralta
O grupo Peralta retirou, nesta terça (5), a proposta de investimento na Associação Atlética Portuguesa.
A decisão se deu após a informação de que a comissão, nomeada pelo Conselho da Entidade, rejeitou a proposta de investimento no Clube, em troca do seu estádio atual.
A proposta, que sempre foi construída em conversas com a Diretoria do Clube, tinha como objetivo oferecer ao Clube uma nova Sede Social, com toda infraestrutura modernizada.
Além de um novo Estádio de Futebol, em uma área de 40 mil metros quadrados, com mais de 10 mil lugares, incluindo a transferência definitiva de todos os terrenos à entidade.
O investimento daria ao clube um novo patrimônio próprio, estimado em R$ 80 milhões.
O Grupo Peralta, que também possui origem portuguesa e já investe atualmente na Portuguesa Santista como patrocinador, ressalta que respeita o desejo da comissão, bem como toda a história gloriosa do Clube e suas tradições.
Atenciosamente,
Grupo Peralta