Torneios de base existem essencialmente para a revelação de jogadores, mas é certo que em se tratando da Copa São Paulo, o principal campeonato dessa natureza, sagrar-se campeão também tem um peso importante. Nem tanto para dizer se aquela geração dominará o futebol brasileiro no futuro, mas ao menos para que os olhos da comissão técnica do time principal olhem com mais carinho para aquele grupo.
Até por isso, a boa campanha que vem fazendo o Santos até o momento na competição não deve passar despercebida por Muricy Ramalho para o desenrolar da temporada. E neste final de semana, haverá uma nova oportunidade de conhecer melhor os garotos que pleiteiam um espaço no elenco de cima alvinegro — se não para o ano do Centenário, pelo menos para que já marquem território pensando em 2013. É que neste domingo (15), o Peixe estreia no mata-mata da competição às 17 horas, diante do Guarani, em Limeira (SP). A partida terá transmissão da Band (TV Aberta), do Bandsports e Sportv (TV à cabo).
Até o momento, o Santos é 100% na Copinha: foram três jogos e três vitórias, com 12 gols marcados e nenhum sofrido. No todo, foi a terceira melhor campanha da primeira fase, inferior apenas a de Corinthians e Coritiba no saldo de gols (14). O curioso é que em um time cuja história sempre foi pautada por atacantes goleadores, quem tem brilhado na hora de mandar a bola para as redes são os zagueiros Gustavo Henrique e Jubal — juntos, foram às redes cinco vezes. O matador é Jubal, que com três gols, é o artilheiro do Peixe no torneio.
Para além da dupla de zaga, quem também tem chamado atenção é o setor de meio-campo, apontado como um dos mais técnicos da Copa São Paulo. Tanto os volantes Leandrinho e Lucas Otávio como os meias Bruno Lamas e Pedro Castro têm se destacado justamente por jogar com a bola no chão e próximos à dupla ofensiva Neílton e Victor Andrade.
No banco
Treinador do Santos na Copa São Paulo, Claudinei Oliveira sabe bem o que é estar onde hoje estão garotos como Victor Andrade, Neílton e Guido. Afinal, entre 1986 e 1989, o hoje comandante do Alvinegro Praiano era mais um menino da Vila. A carreira do ex-goleiro no profissional do Peixe não foi das mais longas. Segundo o próprio, em entrevista ao site do Santos, uma lesão no antebraço esquerdo logo após subir da base que o deixou dez meses parado, emperrou sua afirmação no time de cima.
Sem espaço, acabou emprestado e, um ano depois, despediu-se da Vila Belmiro para retornar em 2006, já como técnico do projeto Nasce um Peixe, no qual realizava avaliações com as escolinhas Meninos da Vila. No currículo, Claudinei jogou na Portuguesa Santista, no Nacional de Uberaba (MG), no São Bento de Sorocaba (SP) e no Remo (PA), encerrando a carreira na Ferroviária de Araraquara (SP).
A partir de 2009, o ex-goleiro passou a ter um contato mais próximo com as equipes de base, ao se tornar auxiliar da equipe sub-17 e, em julho daquele ano, assumir o time sub-15 e sagrar-se campeão paulista da categoria. No ano seguinte, retornou ao elenco Juvenil, dessa vez como treinador, e tornou a vencer o Estadual. E muitos garotos das duas safras com as quais Claudinei trabalhou estão com ele na Copinha. Casos de Lucas Otávio, Neilton, Lucas Crispim, Paulo Henrique, Pedro Castro, Gustavo Henrique e Leandrinho. O que não falta, portanto, é entrosamento entre elenco e treinador.