De Santos, Israel Stroh garante a medalha de prata no Rio | Boqnews
Foto: Edgar Matuski/EBC

Paralimpíadas

12 DE SETEMBRO DE 2016

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De Santos, Israel Stroh garante a medalha de prata no Rio

Jornalista de formação, Israel Stroh não estava entre os mais cotados para garantir a medalha, mas surpreendeu e garantiu a prata no tênis de mesa.

Por: Edgard Matsuki
Da Redação

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Ex-jornalista, Israel Stroh como 12º no ranking mundial e garantiu a medalha de prata.

Jornalista por formação, Israel Stroh se desanimou com a profissão para conquistar seu sonho. Entrou como 12º no ranking mundial e garantiu a medalha de prata. Foto: Edgard Matsuki/EBC

Depois de surpreender na Classe 7 (para atletas com severa deficiência nas pernas ou no braço que joga ou ambos), o mesa-tenista brasileiro Israel Stroh perdeu a final da competição nesta segunda-feira (12) para o britânico William John Bayley por 3 sets a 1. Apesar da derrota na partida disputada no Riocentro, ele considerou a prata “com sabor de ouro”.

“Essa prata tem gosto de ouro porque não existe uma medalha mais forte do que isso. Eu não era favorito e a gente foi ganhando passo a passo. Então se ganharmos uma medalha de ouro em Tóquio não vai ter o mesmo gosto”, disse o mesa-tenista após o jogo.

Israel, que começou os Jogos Paralímpicos em 12º lugar no ranking mundial da Classe 7, entrou como zebra contra o britânico Bayley (1º no ranking mundial). Porém, ele contava com dois trunfos: o fato de ele ter vencido Bayley na estreia por 3 sets a 1 e de ter derrotado favoritos durante toda a sua caminhada nos Jogos Paralímpicos.

Quando entrou no torneio paralímpico, Israel estava longe de ser um dos favoritos. No grupo de Bayley e do chinês Liao Keli (10º do ranking), ele se classificou em segundo lugar. Nas oitavas de final, tirou o ucraniano Popov Mykhaylo (3º do ranking). Nas quartas de final, bateu o também ucraniano Maksym Nikolenko (2º do ranking) por 3 a 2. Nas semifinais, ganhou do chinês Yan Shuo também por 3 a 2.

Ao contrário da maioria dos brasileiros que disputam medalhas nas Paralimpíadas, Israel não teve o peso da torcida a seu favor. Dois fatores corroboraram contra o mesa-tenista: a posição da mesa, que estava mais próxima ao local reservado a torcedores britânicos (na maioria membros da equipe de tênis de mesa do país) do que do público em geral, e o fato de o jogo ter acontecido na segunda-feira, dia em que o Riocentro não estava lotado de brasileiros.

O jogo

O primeiro set começou bastante equilibrado. Mas na metade, o britânico assumiu a ponta e manteve a vantagem até chegar ao placar de 11 a 9 em sete minutos. Ao final do primeiro set, a torcida inglesa que estava no local comemorou.

A derrota no começo parece ter acordado Israel. No início do 2º set, ele abriu 6 a 1 logo de cara. Os problemas dele começaram quando Bayley começou a reagir e a vantagem caiu para 7 a 5. Depois da queda, ele apertou o ritmo e fechou em 11 a 5, depois de cinco minutos. Durante todo o set, a torcida ajudou o brasileiro.

No terceiro set da partida, o equilíbrio voltou a imperar. Bayley e Israel disputaram o set ponto a ponto. O britânico conseguiu abrir vantagem apenas no sétimo ponto (com 7 a 5). Mas novamente, o brasileiro acordou. Virou o jogo com três pontos seguidos. Mas Bayley reagiu novamente e fechou em 11 a 9 com sete minutos de jogo. “O terceiro set foi muito nervoso. Quando ele virou o jogo novamente, eu dei uma sentida. E aí caí no quarto set”, afirmou.

O quarto set foi o pior do brasileiro. Já temendo a derrota, ele deixou o inglês abrir vantagem. Em seis minutos, ele fechou o jogo por 11 a 4. Após a partida, Israel admitiu que sentiu o peso do jogo.

“Acho que eu senti um pouco da responsabilidade de jogar uma final. Não foi um jogo bom, foi nota 6, 6 e meio. Nos outros jogos não senti. Na final, eu não consegui me desligar da atmosfera da partida”, afirmou. Mesmo assim, ele apontou que o resultado pode ajudar o tênis de mesa paralímpico: “espero que mais pessoas busquem o esporte depois desta prata”.

 

Decepção com jornalismo

A história de Israel é um pouco diferente de outros atletas paralímpicos. Com uma paralisia cerebral causada por problemas no parto, ele começou a praticar tênis de mesa aos 14 anos. Jogando com atletas sem deficiência, ele teve destaque. Chegou a largar o esporte, mas voltou, como ele contou a jornalistas após a final:

“Eu comecei com 14 anos na escola, comecei a ganhar e disputar torneios. Com 20 anos, deixei de lado para fazer a carreira de jornalista. Com 24 anos, descobri a deficiência por causa de conseguir uma vaga dentro das cotas coma pessoa com deficiência. Na época, eu jogava badmington por hobby. Mas aí me convidaram para jogar no parabadmington. Quando eu descobri que poderia jogar no parabadmington, fui para o tênis de mesa que era o que eu gostava. Como estava decepcionado com o jornalismo, troquei de profissão e entrei no esporte”.

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