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03 DE SETEMBRO DE 2010

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João Mellão quer encerrar sua participação na política nesta eleição

Secretário de Coordenação Governamental de Jânio Quadros na Prefeitura de São Paulo de 1989 a 1985, fundador do hoje extinto PL, deputado federal por dois mandatos, ministro do Trabalho e da Administração de Fernando Collor (1992), secretário Municipal de Habitação e Desenvolvimento Humano de Paulo Maluf na Prefeitura de São Paulo em 1993, criador do […]

Por: Da Redação

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Secretário de Coordenação Governamental de Jânio Quadros na Prefeitura de São Paulo de 1989 a 1985, fundador do hoje extinto PL, deputado federal por dois mandatos, ministro do Trabalho e da Administração de Fernando Collor (1992), secretário Municipal de Habitação e Desenvolvimento Humano de Paulo Maluf na Prefeitura de São Paulo em 1993, criador do Projeto Cingapura, secretário estadual de Comunicação de Geraldo Alckmin (2002) e deputado estadual. Esse currículo político extenso pode estar perto do fim. Jovem, aos 55 anos, o deputado estadual e candidato a reeleição João Mellão -foto- (DEM), em visita ao Jornal Boqueirão, afirmou que está é a sua última participação como candidato em um pleito eleitoral.


Visado divulgar sua candidatura, Mellão compareceu ao Jornal Boqueirão com seu amigo santista, o dentista João Domingues Neto. Jornalista e Administrador de Empresas, Mellão quer se dedicar ao jornalismo após cumprir, caso eleito, o próximo mandato como deputado estadual. Mellão só está participando da eleição para atender um pedido do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Confira abaixo a entrevista:


Como o senhor está vendo a eleição para presidente?
Estou unido e trabalhando muito pela eleição de José Serra (PSDB). Ele está atrás nas pesquisas, mas isso não me interessa. Eu vou até o fim apoiando o que eu acredito. Não é porque ele não vai ganhar que eu vou abandonar o que eu acredito e vejo o Serra melhor preparado para ser presidente do Brasil.


E a eleição para governador? Qual sua análise?
Fui secretário do governador Alckmin e sei de perto o que faz sua aprovação superior aos 50%. É prova de sua capacidade e popularidade, além do seu excelente trabalho gerindo São Paulo. O povo reconhece quem trabalha e quem tem compromisso.


Como o senhor vê essa continuidade na aprovação popular tanto na esfera federal como na estadual?
A cabeça do eleitorado é assim. O eleitor hoje divide bem o Governo Federal do Estadual e dos legislativos. Para o eleitor, os partidos hoje não existem. E de fato, os partidos hoje não fazem tanto sentido mesmo. O PSDB e o PT, se você for ler a filosofia dos partidos ao pé da letra, vai notar que são partidos muito parecidos. Não temos novidade na política. E como o eleitor aprova o presidente Lula e o governo de José Serra, é claro, vai votar em seus indicados.


O DEM nunca foi uma legenda muito forte em São Paulo. Desde a ascensão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo, este quadro está mudando muito não?
Sim. Hoje comandamos a Capital, temos diversos prefeitos no interior, enfim, estamos crescendo muito, pois temos bons quadros em todo o Estado.


O senhor que sempre foi um político sério, como vê essas candidaturas pitorescas que estão surgindo?
Você fala do Tiririca? Ele é um voto de protesto. Candidatos como ele sempre existiram. Em São Paulo tivemos o Cacareco, em Santos mesmo, o João Macaco foi eleito vereador com uma votação expressiva. Esse tipo de candidato, que representa o voto de protesto, sempre existiu. Acredito que ele vai superar o um milhão de votos. Vai ser um novo Enéas, um novo Clodovil.


E o DEM em Santos, o senhor está acompanhando?
Confesso que não. Em campanha, tenho procurado a ajuda dos meus amigos como o João Domingos Neto que sempre me representou muito bem em Santos.


O senhor hoje é deputado estadual, quais projetos você apresentou que foram significativos?
Apresentei um projeto que serviu de base para a reforma administrativa do governador José Serra. No mais, procurei defender a bandeira do Liberalismo. Esse sempre foi meu ideal. Meu pai sempre disse que quem se mexe muito não aparece na foto. Defendo o Liberalismo como opção política.


Em caso de uma vitória de Geraldo Alckmin, você aceitaria retornar a alguma secretaria?
Definitivamente não. Já estou com 55 anos, já passei da idade. Inclusive esta é minha última candidatura. Se eleito vou exercer meu último mandato. Sai candidato para atender a uma convocação do prefeito Kassab. Depois dessa, continuo apenas como jornalista, com minha coluna quinzenal no Estadão.


E o caso da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo. Qual sua opinião sobre o assunto?
Eu sou formado em Administrador de Empresas e comecei a atuar como comentarista na Jovem Pan nos anos 80 com o Fernando Vieira de Mello. Fui obrigado a tirar o diploma de jornalismo para continuar comentando economia e política nos veículos de Comunicação. Primeiro tirei o DRT em um curso em Santos, que fazia aos sábados, com o radialista Vicente Ayres. Depois ingressei no curso de jornalismo da Cásper Líbero e me formei jornalista, pois o sindicato estava no meu pé. Não acho que a pessoa precise ser jornalista para escrever um editorial maravilhoso. Precisa sim e saber escrever e ter compromisso com a verdade.


E o fechamento do Jornal do Brasil? O senhor acha que o jornal impresso vai acabar?
A indústria do jornal tem sofrido muito com a queda da tiragem. Até acredito que um dia acabe o jornal como ele circula hoje, no papel. Mas o jornalismo, este nunca vai se acabar, pois segue em constante atualização. O jornalismo dá credibilidade. Se não escrevesse com responsabilidade, não seria colunista a 23 anos do Estadão. Hoje, com a internet, muitos blogs publicam mentiras e bobagens sem checar. O que eu penso é que nada substitui a inteligência. Quem escreve com convicção vai sempre ter espaço. Não se pode brincar com a informação. A credibilidade de quem escreve com inteligência e responsabilidade é insubstituível. É isso que faz um bom jornalismo.


O senhor trabalhou com diversos políticos de renome. Qual foi o que mais te impressionou?
Jânio Quadros. Não conheci nenhum político com sua inteligência e habilidade de comandar. Por ser uma pessoa muito reservada, não dividiu sua intimidade com ninguém. Quem melhor definiu Jânio foi Carlos Lacerda: “Ele é um louco que pensa que é o Jânio Quadros”. Foi um político que contribuiu muito para a democracia brasileira.


Como o senhor virou ministro do presidente Collor?
Na verdade, quem me convidou para o ministério foi o Jorge Bornhausen, naquela época presidente do DEM. Em 1992, o Collor de fato, pouco mandava. Foi instituído um parlamentarismo em torno dele para manter a governabilidade. Ele tentou governar sem o Congresso Nacional e não conseguiu. E se cercou de pessoas pouco capacitadas. Parecia que ele nomeava ministros pelos jornais. Ele escolheu a Zélia de Mello porque era ela que atendia os governadores do Nordeste no Ministério da Fazenda. Zélia era do quarto escalão do ministério. Depois, no mistério do Trabalho, nomeou o Antonio Magri, que era de central sindical. Ele escolhia pelo jornal. Não conhecia as pessoas. Quando ele compôs com o DEM, o Bornhausen formou com ele o ministério. O Collor tinha que ter bom senso e procurado compor com o Congresso. Essa foi sua derrocada.


Que mensagem você deixa para os seus eleitores?
Considero-me o último dos liberais. Defendo o Liberalismo como alternativa de governo. Como disse antes, quem se mexe muito não sai na foto. Espero ser reeleito. Quem vota em mim sabe o que penso.

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