Nabil quer “deixar legado para a história” do Santos Futebol Clube | Boqnews
Foto: Thalles Galvão

Eleições Santos Futebol Clube

25 DE NOVEMBRO DE 2014

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Nabil quer “deixar legado para a história” do Santos Futebol Clube

Candidato da Avança Santos (chapa 2) quer estimular novas ações no dia dos jogos para atrair o torcedor para o estádio; ele destaca ainda a importância da valorização da base do clube que hoje, na sua opinião “é muito ruim”

Por: Da Redação

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Como sanear as dívidas do clube e montar um time competitivo?

Com relação ao saneamento de dívidas eu só vejo um caminho, que é seguir pelo marketing, fazendo novos projetos. As nossas receitas são provenientes de projetos de marketing e do match Day, o dia do jogo. Existe hoje um público pagante médio de cinco mil pessoas nos jogos do Santos na Vila Belmiro. Nós precisamos saber o que está havendo, porque esse distanciamento da torcida com o clube. A gente pretende se aproximar do prefeito Paulo (Alexandre Barbosa), buscar uma aproximação maior com a prefeitura e a cidade de Santos.  Eu não vejo outro caminho a não ser esse do que apostar no dia do jogo, nos ingressos e, também, em um projeto muito maior, social, que já estamos prevendo junto com nosso departamento de marketing que tomará conta do clube. Com relação à equipe competitiva, eu acredito que a Copa do Mundo foi uma grande lição, o clube tem que se espelhar. Não dá mais para  o Santos, que é um grande protagonista do futebol brasileiro, continuar com essa mesmice que anda o futebol. O nosso  futebol está decadente e nós precisamos buscar alternativas para mudar isso, com novas alternativas, apostando na base. Nós conversamos com muita gente de fora, técnicos, managers, ex-jogadores. Viajei para conversar com mais dois outros técnicos. Nos anos 1980 o Brasil exportava tecnologia, desde mão de obra, mesmo técnica e preparação física. Hoje isso se inverteu. Temos ainda matéria prima no futebol, mas estamos muito aquém do que hoje a metodologia implantada na Europa exige. Acho que o Brasil precisa ter uma aproximação maior entre a nossa mão de obra e a metodologia do futebol europeu. É isso que a gente vai buscar para manter o futebol em alta. O Santos é protagonista disso, precisamos apostar na base. Nossa gestão não pretende trazer jogadores apenas para compor elenco. Para se gastar um “x” valor mensal com este tipo de atleta, que nem entra no campo, não dá, não pode existir. Vamos ter uma célula de inteligência formada por santistas ilustres – já temos este time na cabeça, montado, que vai responder diretamente para a pessoa que vai cuidar do futebol no comitê de gestão, e essas pessoas vão tentar, junto com o comitê e o sccout trazer jogadores para resolver. Vamos apostar na base que é, de norte a sul, hoje a mais conhecida do Brasil. Se você perguntar para qualquer um no Brasil, todos dirão que a base santista é a melhor. É nela que precisamos investir, na infraestrutura da base que precisamos investir. O torcedor santista pode confiar, pois temos profissionais da mais alta categoria dentro deste comitê de gestão, será um espelho, nós vamos fazer com que cada membro cuide da sua área, para que este membro seja cobrado e tenha sua meta. Se ela não for cumprida, ele não ficará dentro do comitê. Eu vim de gestão, só faço isso na minha vida e é isso que quero passar para o Santos, tratar o Santos como uma empresa.

 

A maioria dos torcedores prefere uma ampliação da Vila a construir um novo estádio. Como vê essa questão?

Eu penso que a primeira coisa que temos que fazer é fazer uma pesquisa e procurar saber o que o torcedor pensa da Vila Belmiro. Eu tenho cadeira cativa, para nós a Vila é uma das coisas mais gostosas do mundo, pois a gente fica em um setor privilegiado. Mas como eu fui de Torcida Jovem, fui membro de torcida organizada nos anos 1970, quando eu ficava ali, onde na época era alambrado embaixo ou na arquibancada ali em cima. Se você não está ali naquele setor entre as sócias e a torcida jovem, é o único bom ponto para você assistir tranquilamente ao jogo. Então, precisamos fazer esta pesquisa com o torcedor, qual e o problema, se é ponto cego, comida, o entrono, A princípio prefeito fazer um estádio tipo boutique, um estádio mais aconchegante. Se tiver que reduzir pra 12, 13 mil pessoas, diminuir um pouco sua capacidade, mas melhorar a visibilidade, fazer novas acomodações para quem vem assistir, servir refeições. O dia do jogo deve ser tratado como entretenimento. De fora, na rua, até dentro do estádio. Então, você precisa realmente trazer o torcedor com sua família e dar tranqüilidade e um retorno para ele vir ao estádio. Sobre esta questão da Vila Belmiro, se pode ser ampliada, existe alguns projetos. Eu não me aprofundei ainda nisso, a gente vai se aprofundar. Se der para derrubar e fazer um novo estádio, ou ampliar ele, vamos tentar fazer, desde que o Santos não desembolse nenhum tipo de dinheiro. Acho que aí que entra realmente a conversa com a Prfeitura da cidade, ou até mesmo com o governador (Geraldo Alckmin) e com o vice (Marcio França), que são santistas. A gente precisa nãos e beneficiar disso, mas ter uma aproximação maior, já que são ilustres santistas.

 

Aprofundando a questão do mando dos jogos, o Santos tem torcida espalhada por todo o País. É possível levar jogos para outros locais como o Interior do Estado e o Norte do Paraná, além de outras capitais?

Eu penso o seguinte: a cidade de Santos tem 400 mil habitantes e a maioria de sua população torce para o Santos. Mas a nossa grande torcida fica mesmo em São Paulo e na Grande São Paulo. Eu acho que a gente tem que dividir um pouco mais, e isso não quer dizer que vamos levar todos os jogos para São Paulo. A partir do momento que sai a tabela do Brasileirão, em março, mais ou menos, temos que definir os jogos que serão feitos na Capital. Acho que tem que ser umas sete partidas, aproximadamente, dos 19 nossos como mandante. Nós sabemos que depende muito da Polícia Militar em relação a isso, mas nós temos que definir as datas e, se tiver jogos em São Paulo e a PM não permitir, vamos jogar em Barueri. Mas o torcedor tem que ser avisado sim, e com antecedência, dos jogos que acontecem na Capital e Grande São Paulo.

Nabil

“Eu acho que a gente tem que dividir um pouco mais, e isso não quer dizer que vamos levar todos os jogos para São Paulo. A partir do momento que sai a tabela do Brasileirão, em março, mais ou menos, temos que definir os jogos que serão feitos na Capital” Foto: Thalles Galvão

 

 

Falando em Grande São Paulo o senhor se refere apenas a Barueri ou pensa no ABC também?

Sim, pensamos também. São José dos Campos também, o norte do Paraná. Estes já entram em uma outra fatia. O que não podemos fazer é ter uma torcida tão grande como no norte do Paraná e jogar contra o Londrina e levar o time reserva, depois de 40 dias parado por causa da Copa do Mundo. O que tinha que fazer era satisfazer o torcedor e levar os titulares para lá, para satisfazer o torcedor.

 

Como o senhor vê o papel do Comitê de Gestão do Clube atualmente?

Olha eu sou a favor, vim de gestão, sou de gestão, trabalho com marcas internacionais. Eu gosto. Só acho que a maneira como ele é conduzido é errada. Existe um modelo espelho, ou modelo caixinha, com cada um respondendo pela sua área. A gestão comandada pelo ex-presidente Laor (Luis Alvaro Ribeiro) e o presidente Odílio (Rodrigues) não age desta maneira, porque já percebi algumas pessoas comentando. É uma questão pura de gestão, cada um comanda de uma maneira. Acho que a gestão deve ser dividida e responsabilizada por áreas, e isso não foi feito até hoje e precisamos fazer isso.

 

Dividir as atribuições de cada membro seria uma das mudanças propostas? Não seria uma alteração no estatuto,mas na organização do comitê?

Eu acho que uma mudança estatutária tão repentina soaria como um golpe. Todos os grandes times de futebol europeu possuem comitê de gestão. E o Santos é protagonista. Nós somos protagonistas no futebol brasileiro. O Estatuto redemocratizou o Santos, que hoje é um espelho para quem eu converso de multinacionais e empresas ligadas ao futebol, falam que somos espelho e vitrine.

 

A base é reconhecida internacionalmente como um celeiro de craques. Como o senhor vê hoje a estrutura da base? Quais ações o senhor planeja para esta área?

Acho ruim. Aí entra o networking com as prefeituras, seja de Santos, São Vicente, Cubatão. Tem que sentar com os prefeitos para saber se existem áreas. Sentar com as empresas privadas. Aquela área do CT é muito rica, que muitas empresas gostariam de tê-las em seu escopo. Temos que ir por este caminho: gestão, conversas, bussisnes. O que não dá PE para ficar com aquelas instalações e aquela infraestrutura, para a gente conseguir mais ganhos ainda no material humano. Junto com isso, pensamos em um projeto social, junto com a prefeitura, para a gente dar escolaridade aos atletas, desde o sub-11, fazer um projeto social muito grande e não só criar atletas, mas criar cidadãos.

Nabil

“Acho ruim (a estrutura da base). Aí entra o networking com as prefeituras, seja de Santos, São Vicente, Cubatão. Tem que sentar com os prefeitos para saber se existem áreas. Sentar com as empresas privadas. Aquela área do CT (Meninos da Vila) é muito rica, que muitas empresas gostariam de tê-las em seu escopo” Foto: Thalles Galvão

 

 

Falando do profissional agora, o senhor pretende manter o Enderson Moreira? Com pouco tempo até a estréia do Paulista, como montará a equipe?

O Enderson tem contrato até o final de 2015, contrato que existe tem que ser cumprido. Ele será o técnico sim, não mexeria nele, não dá para ficar trocando de três em três meses sem ter base de nada. É um processo um pouco mais longo. Eu penso um pouco diferente, futebol não é imediatismo. Mesmo porque eu não posso ser só torcedor, tenho que pensar na gestão como um todo, mas é lógico que o resultado é importante, é o que move o torcedor, a paixão.  Então, a princípio, o Enderson Moreira fica. Com relação ao elenco, eu acredito que temos uma base boa, uma espinha dorsal boa. Um bom goleiro,não temos o que reclamar dele. O Gustavo Henrique voltando, qu e para mim é um grande zagueiro, tem o Arouca, que é um baita jogador. Temos o Robinho, até o meio do ano. Temos uma espinha dorsal que acho que precisa ser complementada, ou com jogadores da base ou com alguém que venha para resolver. Jogadores apenas para compor elenco pagando um salário de R$ 200 mil, R$ 150 mil está fora, não tem sentido, isso não vai existir, é dinheiro jogado pelo ralo.

 

Hoje o senhor é tido como o único candidato situacionista entre todos que disputam o pleito, já que o presidente Odílio está no grupo que o apoia. Ele teria alguma função em uma eventual gestão do senhor?

O presidente Odílio é uma pessoa idônea e que deve ser respeitada. Ele já falou que vai pendurar as chuteiras, não quer continuar. Fala que já cumpriu a obrigação dele, como ele mesmo fala, caiu no colo dele a gestão do clube, ele foi chamado para ser vice. Só está tentando terminar o mandato dele, e nós demos esta sustentação sim para o mandato dele chegar até o fim,  porque nós não queríamos o impeachment do comitê gestor naquela época, um ano e meio atrás. Não me sinto situacionista sozinho. Me sinto junto com a chapa Mar Branco, do Fernando Silva e a Pense Novo, do Orlando Rollo, porque fomos eleitos juntos. Alguns continuam lá no Conselho Deliberativo e decidiram abrir uma chapa. Essa é uma das grandes vantagens do novo Estatuto do clube. Pela primeira vez teremos cinco candidatos. Mas não me sinto situacionista, não. Me sinto situacionista como eles. Mas não tenho problema nenhum. Se tiver que perguntar algo, é obvio que vou ligar para ele, mas ele mesmo falou que não quer participar de mais nada. Perguntaria para ele, assim como e prguntaria para qualquer outro ex-presidente do clube. Todos são santistas e querem o bem do clube.

 

Hoje o senhor mora em São Paulo. Pensa em se mudar para Santos caso vença?

Eu acho até uma certa arrogância ver isso antes. Sempre digo para trabalharmos, tentar chegar na vitoria. Depois de chegar na vitória dá para ver onde vou ficar e manter a minha base. Já estou, graças a Deus, com a minha vida particular resolvida, tenho duas filhas, sou casado há 21 anos, e não teria problema algum de vir morar em Santos que, aliás, é uma cidade super agradável, com praia. Quem não gosta de uma praia? E ainda por cima é a cidade do meu clube. Então, não teria problema algum. Isso já está resolvido.

Nabil

“Depois de chegar na vitória dá para ver onde vou ficar e manter a minha base. Já estou, graças a Deus, com a minha vida particular resolvida, tenho duas filhas, sou casado há 21 anos, e não teria problema algum de vir morar em Santos que, aliás, é uma cidade super agradável, com praia. Quem não gosta de uma praia?” Foto: Thalles Galvão

 

Qual a marca que o sócio e torcedor pode esperar do mandato do senhor à frente do Santos Futebol Clube?

Minha maior referência, inclusive conversando com o Celso Loducca, que vai cuidar do marketing no caso de uma vitória nossa, é deixar um legado. O brasileiro está cansado de promessas, do “vamos fazer, vamos acontecer”. A gente não promete nada de anormal, prometemos apenas coisas que sabemos que podem ficar de legado para o clube, como, por exemplo, fazer uma verticalização do futebol, desde a base até o profissional. Deixar esse projeto social, que já conversamos com algumas empresas multinacionais que estão interessadas neste projeto e estão querendo, junto com a nossa chapa, dar um segmento novo ao clube. Hoje nosso espelho é o futebol europeu, não dá para ficar mais na mesmice. Então, já falei para o meu pessoal, quando escolheram meu nome, que se eu fosse presidente para fazer as mesmas coisas que vi até hoje, preferia cuidar do meu negócio e tocar minha vida. O legado que significa mudar a base no sentido de dar mais foco e mudar o futebol, que precisa ser mexido. A Copa do Mundo foi um grande exemplo disso, então nós vamos mexer sim, na maneira de jogar, vamos jogar para frente, bonito, ousadia e alegria. Vamos buscar o gol. Que é o que o santista gosta, o que a gente quer e o que aprendi a gostar.

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