A forma como o Santos FC conquistou o título brasileiro em 2002 se encaixaria perfeitamente em um roteiro cinematográfico.
Mas com final improvável.
Assim, descreve o jornalista e escritor Alex Sabino, autor do livro O Time que Nunca Seria Campeão, lançado em 2017.
E que ganhará um novo lançamento a partir de janeiro ou fevereiro (a pré-venda já iniciou no site da Editora Dolores)

Nova edição do livro já está disponível para pré-venda. Foto: Divulgação
A obra relançada ganhará atualizações no texto, nova introdução do jornalista Miro Neto e novo prefácio, aumentando das atuais 324 páginas para 428.
O título faz referência “à libertação santista”, como descreve Sabino.
“Conta as histórias de bastidores deste título tão importante para a história do Santos FC”, salientou o jornalista, hoje na Folha de S. Paulo.
Atualmente, ele cobre pelo jornal a Copa do Mundo no Catar, de onde gravou concedeu entrevista para o Boqnews.
De cinema
Sobre o livro, Alex lembra que o tema é digno de um filme.
“O Santos FC saiu da fila de um jeito que ninguém esperava. Foi um time formado do acaso, sem planejamento algum e com um técnico em baixa, recém-saído da seleção brasileira (Emerson Leão)”, lembra.
Na ocasião, o time foi desclassificado de todos os torneios do primeiro semestre, parando suas atividades em abril de 2002.
Por sua vez, só retomou em agosto, com o início do Campeonato Brasileiro (na ocasião, só havia um turno).
Classificou-se em 8º lugar para iniciar o mata-mata – previsto naquele campeonato.
E a história parecia improvável até para a classificação nesta etapa.
Afinal, havia necessidade de uma soma de resultados para que isso ocorresse.
Ou seja, bastavam vitórias de Grêmio sobre Atlético Mineiro.
Além do Fluminense vencer a Ponte Preta.
E o Coritiba não ser surpreendido contra o já rebaixado Gama na última rodada para que o Santos ficasse de fora da fase seguinte.
Por ironia, o Gama goleou por 4 a 0 a equipe paranaense.
E assim, o resultado ajudou o Santos a se classificar.
Vitórias e final dramática
Na sequência, o clube da Vila Belmiro enfrentou e venceu, pela ordem, o São Paulo – melhor classificado na primeira fase – seguido pelo Grêmio e, na final, o Corinthians, o mesmo carrasco no ano anterior.
Nos primeiros minutos, um dos destaques do time, Diego, que se aposentou do futebol neste ano após temporada no Flamengo, se machucou e foi substituído.
Assim, alguns daqueles garotos ganharam a dimensão que os colocaram no patamar nacional e internacional.
Caso do então garoto Robinho e do goleiro Fábio Costa, com defesas milagrosas.
Como o enredo de um filme, o Santos começou vencendo com pênalti sofrido por Robinho ainda no primeiro tempo.
No entanto, aos 30 minutos do segundo tempo, Deivid, que depois jogaria no Santos, empatou.
Nove minutos depois, o zagueiro Anderson desempatou a favor do Corinthians.
Assim, o pesadelo do ano anterior voltava à cabeça da torcida santista.
O título caminhava para o Corinthians, mas, aos 43 minutos, Elano empatou para o Santos FC.
O empate favorecia o clube da Vila Belmiro.
Mesmo assim, Robinho decidiu garantir o título com chave de ouro ao virar o jogo aos 47 minutos, coroando um título que ficará na memória da torcida santista.
Livro
No livro, Sabino retoma a data de 13 de maio de 2001.
Na ocasião, quando faltavam sete segundos para o time ir à final do Campeonato Paulista, o Santos levou um gol no final da partida do hoje comentarista esportivo Ricardinho, selando mais um ano de jejum de títulos, que se arrastava desde o paulista de 1984.
Alguns, porém, colocam na conta neste período o título da antigo torneio Conmebol, em 1998, hoje inexistente, e da Copa Rio-São Paulo, de 1997.
De qualquer forma, o título de 2002 é simbólico, pois representa a maneira como o Santos FC reconquistou os trilhos de conquistas.
Incluem-se os títulos do Brasileiro (2004), Paulista (2006,2007, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2016), além da Libertadores (2011) e vice-campeão da mesma competição em 2003.
“É um dos títulos mais importantes da história do Santos FC e um dos mais improváveis do futebol brasileiro”, acrescenta.
Relembre os melhores momentos (edição Papo de Bola)