A Portuguesa Santista vive um dos momentos mais decisivos de sua história centenária. Com o leilão do Governo Federal, o terreno que pertencia à União, na qual a Briosa tinha a sede social, piscina e estacionamento foi arrematado pelo Grupo Peralta.
Assim, restou apenas a área do Estádio Ulrico Mursa.
Vale destacar que o terreno também era ocupado pelo Portuários. Agora, o Grupo Peralta busca uma parceria com a Portuguesa Santista, em um projeto ambicioso.
Dessa forma, o grupo propõe a construção de um novo estádio na cidade de Praia Grande para a Briosa.
O pré-projeto será apresentado nos próximos dias para a Comissão do Conselho Deliberativo do clube.
Um dos motivos que pesam para a mudança é a questão financeira e o lucro que o clube pode ter.
A reportagem tentou em entrar em contato com o presidente Antônio Carlos de Abreu, mas não teve retorno.
Torcedores
Se depender da maioria da torcida, o projeto do estádio em outra cidade não vai acontecer.
A torcida organizada Força Rubro-Verde realizou na semana passada um protesto contra a possível mudança em frente ao estádio Ulrico Mursa, na Avenida Senador Pinheiro Machado.
O grupo levou faixas criticando a atual diretoria do clube.
O torcedor e sócio conselheiro, Thiago dos Santos, destaca que a Briosa tem suas raízes em Santos.
“Eu mesmo moro em Praia Grande e sempre fui a Santos ver os jogos e viajei para assistir partidas no interior. São muitas histórias em Pinheiro Machado e acredito que o clube deva permanecer no local de sua fundação”.
Diego Dantas também se posiciona contra o projeto de mudança do estádio para a Praia Grande “É até louvável que um grupo tenha interesse em investir na Portuguesa Santista, ajudando a diminuir as dívidas do clube e ter uma visão moderna. Contudo mudar a Briosa para Praia Grande acaba com a história construída em Santos, como também o risco do clube deixar de existir há longo prazo”.
O torcedor e ex-dirigente Manoel Ruas Paulo cita que é preciso um diálogo firme entre o grupo e a diretoria para achar a melhor saída para ambas às partes .
“Talvez uma boa solução seja fazer o estádio do clube no fundo do terreno, assim o grupo empresarial ocuparia todo o espaço na Avenida Pinheiro Machado”.
Ato na Câmara
Na última quinta-feira (23) houve um ato na Câmara Municipal de Santos em defesa da permanência do clube na cidade.
Diversos torcedores estiveram presentes no local, o vereador Rui de Rosis (PSL) ressaltou que tirar a Briosa de Santos é um desrespeito com os torcedores e a cidade.
Dentro de campo
Por questões financeiras, a Portuguesa Santista não disputou a Copa Paulista de 2021.
No primeiro semestre, o clube fez uma campanha mediana na Série A2 e ficou de fora do grupo de classificados para às quartas de final, mas também não correu risco de rebaixamento, terminando o estadual na 11ª colocação.
Para fazer uma boa campanha no próximo ano e sonhar com o acesso é necessário planejamento e preparação com antecedência, ou seja, quanto antes montar um time para o início do campeonato em janeiro, melhor.
Exemplos
A mudança de cidade entre clubes no Estado de São Paulo não é novidade.
Em 2009, por exemplo, o Grêmio Barueri fez uma ótima campanha no Brasileirão da Série A, mas se mudou para Presidente Prudente no ano seguinte, e o nome do time ficou Grêmio Prudente.
O projeto não deu certo e o clube foi da ascensão ao esquecimento.
Outro caso é o Guaratinguetá que em 2011 virou Americana, mas no fim do ano retornou à cidade natal.
O Oeste talvez seja o caso mais lembrado. O time com uma história quase centenária saiu de Itápolis em 2016, passou por Osasco e agora está em Barueri.
Após o sonho de chegar ao Brasileirão da Série B, o time ficou em último na Série C e foi rebaixado para a D.
Além disso, o clube vive uma crise de identidade, sem torcida.
Enquete
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