Às vésperas do início dos Jogos Olímpicos de Paris, na França, o campeão olímpico e medalhista de ouro, Rogério Sampaio, espera que o País invista cada vez mais no esporte para crianças, adolescentes e jovens.
E que a iniciativa se torne um programa de Estado e não do Governo que estiver no poder para evitar dissabores com altos e baixos nos valores orçamentários.
E assim, provocar a interrupção de programas sociais para atletas.
“Carecemos de um programa de Estado para o Esporte”, lamenta Sampaio, chefe da missão brasileira para as Olimpíadas de Paris.
Ele participou do Jornal Enfoque desta segunda (15), antes de embarcar para a Europa onde acompanhará a chegada das delegações brasileiras a partir desta semana.
A abertura da Vila Olímpica será na quinta (18), mas tanto o handebol como o futebol feminino já estreiam no dia 25 – a abertura ocorrerá no dia 26 de julho.
Para Sampaio, incentivar o esporte nas escolas permitirá uma melhor formação da sociedade, garantindo saúde e desenvolvimento de valores para as novas gerações.
“É algo para iniciarmos agora, cujo reflexo será sentido em 30 anos, por exemplo”, salienta.
Afinal, o esporte permite valores importantes para a vida, como disciplina, saber ganhar e perder e o trabalho em equipe, por exemplo.
PND
Dessa forma, Sampaio torce para a aprovação do Plano Nacional do Deporto (PND), cujo projeto encontra-se no Senado.
O plano contará com seis diretrizes.
Como garantir o acesso à educação física nas escolas de educação básica, incentivar a prática da atividade física e do esporte, promover o esporte de rendimento, livre de dopagem, da base ao alto rendimento,.
E ainda: tornar o PND como principal instrumento para planejar e desenvolver o esporte no Brasil, além de promover o futebol masculino e feminino.
Não bastasse, garantir a ética e a defesa dos direitos dos atletas ao jogo limpo.

Santista Rogério Sampaio participou do Jornal Enfoque, com apresentação do jornalista Francisco La Scala, antes de embarcar para Paris. Foto: Carla Nascimento
Olimpíadas
Sampaio, que embarca nesta terça (16) para Paris, quando chega no dia seguinte, aposta no aumento de modalidades que garantirão medalhas em Paris.
“Temos chances de medalhas em modalidades que nunca conseguimos, como no surf, ginástica rítmica, tênis de mesa e tiro com arco”, salienta.
Além da probabilidade de conquistas no judô, triatlo, natação de águas abertas, skate, boxe, vôlei de praia e ginástica artística, entre outras.
Em 2016, no Rio de Janeiro, foram 19 medalhas em 12 modalidades.
Em Tóquio, no Japão, em 2021, 21 medalhas em 13 modalidades.
“Queremos superar os resultados de Tóquio”, diz, sem adiantar os números – mas a certeza de uma performance ainda melhor.
A ausência da seleção brasileira de futebol também foi lamentada pelo dirigente, pois como é um esporte coletivo impacta diretamente na quantidade de credenciais e de atletas participantes.
Santos e Baixada Santista
Ao todo, a delegação brasileira contará com 670 pessoas, sendo 277 atletas, vários deles da Baixada Santista – radicados ou representantes.
Em Santos, por exemplo, 7 dos 18 atletas na natação são patrocinados pela Universidade Santa Cecília.
“A cidade de Santos tem um bom número de atletas nos representando. Santos tem característica diferente, pois se olharmos na nossa história, temos atletas olímpicos do judô, do triatlo, da natação, no vôlei e em diversas outras modalidades. Além dos esportes paralímpicos”
Uma ampla estrutura estará disponível para abrigar os brasileiros, trabalho iniciado em 2019.
“Nossa palavra de ordem é o planejamento”, diz o dirigente do COB.
A base ficará a 500 metros da Vila Olímpica, onde toda a estrutura montada permitirá o apoio aos atletas, como o trabalho psicológico, de saúde mental, de fisioterapia, massoterapia, alimentação e até para treinos.
Ao todo, embarcaram 20 contêineres de equipamentos, 9 cavalos e 23 embarcações para os atletas.
E serão entregues aos atletas 50 mil itens de uniformes olímpicos, além de 40 mil itens das áreas médica e fisioterápica.
Judô
Serão 13 atletas que participarão da modalidade, onde a Baixada Santista tem representantes olímpicos desde 1988.
Aliás, a modalidade garante medalhas ao Brasil desde 1984.
“Se ganharmos este ano, serão 40 anos com medalhas brasileiras na modalidade”, destaca Sampaio, ele próprio campeão olímpico no judô em Barcelona em 1992.
Bolsa – Atleta
Sampaio também destacou a importância de ações para apoio aos atletas, como o Bolsa Atleta, que completa 20 anos, assim como o Bolsa Pódio.
“São programas fundamentais para o esporte brasileiro”.
Hoje parte dos valores pagos pelas loterias esportivas acabam beneficiando projetos.
Ele próprio, porém, lembra do programa Adote um Atleta, criado em 1985 pela Prefeitura de Santos, na gestão do ex-prefeito Oswaldo Justo.
“Eu fui beneficiado pelo programa. Ele precisa ser revisto, pois o mundo avança para atender novos objetivos, mas sem dúvida é fundamental aos atletas”.
Sampaio também esteve à frente da Fupes – Fundação Pró-Esporte de Santos.
No programa, ele também falou sobre como a estrutura para comitê, nomes que poderão ganhar medalhas e outras questões.
Confira a entrevista completa
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