A taça erguida pelo atacante Robinho em 2010 traduziu mais que um título inédito para os alvinegros da Vila Belmiro. Representou o passaporte carimbado para o destino que nenhum torcedor santista deixa de acompanhar anualmente. A América Latina está para o Santos FC assim como o carnaval está para o Brasil. E para que essa dupla dinâmica possa se unir novamente, o Santos viaja à Teresina para buscar uma série de vitórias que leve ao título e à vaga para a Libertadores. O primeiro dos desafios está marcado para quarta (10), às 22h, contra o Flamengo-PI, no estádio Alberto Silva, o Albertão.
Diferente das demais edições, o Santos encara outros adversários. São as novas regras determinadas pela CBF, que aumentou o número de participantes (serão 86 clubes, 22 a mais em relação à edição anterior) e que inclui agora todos os clubes que atuam pela Série A do Campeonato Brasileiro. Ou seja: grandes disputas estão garantidas ao longo do ano. É isso mesmo: ao longo do ano. Diferente dos anos anteriores, quando a competição iniciava em março e terminava em julho, agora estreou na semana passada e terminará somente no dia 27 de novembro, em 2013. O objetivo com essa nova regra é diminuir o número de zebras na disputa por um título que pode levar a uma competição internacional, embora exemplos no passado como o Paysandu (PA) em 2003 demonstraram que, sim, é possível um time de menor expressão competir em alto nível, dependendo da gestão do treinador e dos jogadores.
Mas antes de pensar nos possíveis clássicos e disputas com os favoritos vindos da Libertadores, o Santos precisa ficar de olho no modesto time do Piauí. O Flamengo-PI possui um retrospecto de seis vitórias, dois empates e 16 derrotas em 24 jogos computados entre 1989 e 2010, segundo dados do site O Gol, que armazena todas as partidas. Se o retrospecto do time pode vir a ser uma vantagem para o Peixe, a desvantagem pode estar no fato de que o Santos nunca encarou o Flamengo-PI pela Copa do Brasil, tornando-se, na teoria, um adversário até então desconhecido por experiência.
Uma estrela surge
Há três anos, o atacante Neymar consolidou o que já era previsto por técnicos e jornalistas setoristas há mais tempo quando ainda era da base: ser um jogador de ponta e ídolo de torcedores santistas (e até de muitos não-alvinegros). Dessa maneira, a Copa do Brasil assinou – e protocolou – o início de uma carreira seguida dentro e fora de campo, também ao lado de Robinho, ídolo santista que, como um “bom filho”, voltou em 2010 para o Campeonato Paulista e Copa do Brasil, ganhando os dois títulos. E nessa alegria de meninos, Neymar encontrou seu lugar no coração santista, pois ajudou na primeira partida da final contra o Vitória marcando um dos três gols no resultado de 3 a 2 (enquanto que a segunda partida o Santos perdeu, mas a soma de resultados garantiu o título ao Peixe).