Colaboração: Arucha Fernandes
O estudante Bruno Fernando de Oliveira Buzo, de 17 anos irá representar o Brasil na International Science and Engineering Fair (ISEF) nos Estados Unidos. A ISEF acontecerá de 10 a 15 de maio, no estado de Nevada, e é considerada a maior competição internacional de Ciências e Engenharia entre estudantes pré-universitários.
Buzo carimbou seu passaporte na 7ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace 2009) ao ser premiado por causa de sua pesquisa ao desenvolver um filtro solar a base da semente de urucum. O estudante explica que a ideia surgiu da observação estatística, de acordo com dados da Sociedade Brasileira Dermatologia (SBD), que os índios têm a menor freqüência de casos de cânceres de pele, sobretudo aqueles que utilizam pintura corporal. A partir daí, ele relacionou que a pintura corporal é responsável direta para a proteção da pele.
A semente urucum – em tupi-guarani conhecida como uruku que significa vermelho – é utilizada tradicionalmente pelos índios como matéria-prima para a pintura corporal. O princípio ativo de ação do urucum é o norcarotenóide Bixina, extraído do arilo das sementes do urucum, que se mostrou eficaz para refletir a luz solar incidente.
Essa pesquisa foi desenvolvida enquanto Buzo ainda cursava o Ensino Médio no Colégio Koelle, em Rio Claro, São Paulo. Seu objetivo era o desenvolvimento de uma proteção barata – a produção do filtro solar de urucum custa em media R$ 11, cerca de 55% mais barata que os filtros convencionais – para de torná-la acessível à população carente. “Queria que sua aplicação fosse feita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) na população, que necessita de cuidados com a pele cada vez maiores”, diz o estudante, via email, que hoje cursa o primeiro período de Medicina na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp). Assim como no Ensino Medio, Buzo é bolsista, desta vez, pelo ProUni, do Governo Federal.
Em relação à participação na feira, ele se diz confiante quanto ao seu trabalho que nesse último ano atingiu um nível aceitável de rigor científico e aprimoramento. Mas faz um adendo: “Participar da maior feira de ciência do mundo é complexo, pois a concorrência por muitas vezes é desleal, diz. “Porém farei o máximo para representar bem o País, e o que vier é consequência”, afirma.