Flamengo versus Corinthians – final do campeonato mundial entre clubes. Você pode imaginar o frisson das torcidas desses que são apontados como os times de maior número de fãs no Brasil?
A mesma, ou maior, expectativa, com certeza, é a que envolve as horas que antecedem a decisão da Liga dos Campeões marcada para este sábado, a partir das 16h, no Stade de France, em Paris. O mesmo cenário em que o Brasil foi vítima de Zinédine Zidane e perdeu o Mundial de 1998 para a França por inapeláveis 3 a 0.
Para os europeus, a Champions League é a vitrine maior do futebol mundial, especialmente quando reserva ao planeta a decisão deste ano, entre Liverpool e Real Madrid. Ambos acumulam 19 títulos dos 66 já disputados nesta competição. Praticamente, 30 por cento das taças. O Real, 13 vezes campeão, e o time inglês meia dúzia.
Não bastasse o peso desses dois gigantes, o espetáculo (o adjetivo é indispensável) traz ainda desafios individuais dos protagonistas. O egípcio Mohamed Salah demonstra em uma frase o espírito que alimenta desde que foi alijado da final de 2017/2018, contra o mesmo Real Madrid: “Temos contas a ajustar”. Naquela ocasião, quando o Liverpool perdeu o título para o Real Madrid, Salah ficou apenas 20 minutos em campo, o suficiente para deslocar o ombro após entrada dura do então capitão merengue, Sérgio Ramos.
Salah também precisa de uma vitória para amenizar a perda da vaga do Egito ao Catar. Na final das eliminatórias contra o Senegal, do amigo Mané, companheiro de equipe na Inglaterra, Salah desperdiçou um dos pênaltis que tirou do bolso sua passagem de ida ao Mundial de Seleções no final do ano.
Do lado contrário, é o francês Karim Benzema quem reserva uma batalha particular. Ele sonha bater o recorde de gols em uma única edição da Champions – 17 -, de posse do seu ex-companheiro de Real, Cristiano Ronaldo. Benzema já balançou as redes 15 vezes e sabe que mais gols e o título neste sábado devem significar ser eleito como o melhor jogador do mundo nesta temporada.
Desafios e recordes individuais à parte, a pergunta que circula entre todos aqueles amantes do futebol, mais especificamente na Europa, é qual equipe sairá vencedora desta vez.
A resposta só saberemos, é claro, no sábado, mas os possíveis desfalques de Fabinho e Tiago Alcântara, além dos recentes problemas de contusão que envolveram Van Dijk e Salah nas últimas jornadas (mesmo que joguem não estão cem por cento), levam a um pequeno favoritismo do Real Madrid.
Embora boa parte da imprensa esportiva europeia enalteça o Liverpool como um time técnica e taticamente superior à equipe merengue, quase todos esses jornalistas ressaltam o poder de superação do Real Madrid. Que o digam, especificamente, o Paris Saint Germain e o Manchester City, atropelados pelo poder da camisa da equipe 13 vezes imbatível na Liga dos Campeões. A história se repetirá?
Pouco importa. O que vale será assistirmos ao jogo que toma conta do mundo. Para os brasileiros, com um ingrediente a mais: deverão estar em campo sete homens que Tite pode levar ao Catar: Alisson, Fabinho, Roberto Firmino, Éder Militão, Casemiro, Rodrygo e a grande estrela jovem da Europa, Vinícius Jr. Que o sábado chegue logo!