O fim de semana foi de alegria para o skate brasileiro.
Kelvin Hoefler de Guarujá e Rayssa Leal de apenas 13 anos conquistaram a medalha de prata na categoria street.

Kelvin foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha nos Jogos/ Foto: Rodolfo Vilela
Vale destacar que o Brasil teve outros atletas na competição, como Letícia Bufoni e Pâmela Rosa que não chegaram na final, mas estão nas primeiras posições do ranking mundial.
Esta é a primeira vez que o skate esteve nos Jogos Olímpicos. O objetivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) foi promover o esporte para os mais jovens.
Quem olha os dias atuais, não imagina que o skate já foi visto com uma intolerância e os praticantes sofreram preconceito, com ligações da imagem da modalidade com a marginalização.
Inclusive, o skate foi proibido em alguns municípios brasileiros na década de 80.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, a circulação do skate nas ruas foi proibido pelo prefeito Jânio Quadros em 1988.
A liberação veio no governo seguinte de Luiza Erundina.
Baixada Santista
O esporte tem uma forte ligação com a Baixada Santista, com milhares de praticantes.
A inauguração das pistas de skate na Praça Palmares no Canal 4 e a paixão do vocalista da banda Charlie Brown Jr, Chorão pelo skate foram pontos cruciais para o esporte ganhar mais adeptos na região.
Hoje, o skate está presente em qualquer horário na Praça Palmares.
Victor Vilella que dá aulas de skate no local cita que a visibilidade das Olimpíadas de Tóquio irá agregar valor a modalidade, com formação de diversos atletas profissionais.
“Nos últimos meses, houve um grande crescimento no número de alunos, principalmente das meninas”, ressaltou Victor.
Além disso, o professor de skate citou que 2021 é o início de uma nova era para a modalidade no País.

Professor dá aulas de skate na Praça Palmares/Foto: João Pedro Bezerra
O profissional de educação física, Marcílio Dias que dá aula de skate há 10 anos, salienta que a modalidade já é popular no Brasil há alguns anos.
“Em 2010, o Datafolha divulgou uma pesquisa mostrando que havia 3,8 milhões de skatistas no País, hoje este número deve ser ainda maior”, ressaltou Marcílio.
Além disso, ele também afirmou que a Praça Palmares foi um dos locais preferidos pelo medalhista Kelvin Hoefler em sua juventude.
Novos adeptos
O esporte já está no gosto das crianças.
Marco Antônio de 6 anos pratica semanalmente aulas de skate na Praça Palmares.
O pai, Victor Leal destaca que sempre incentivou o filho a praticar esporte, seja skate ou a natação.
“Minha esposa já andava de skate na adolescência e ele ganhou um skate pequeno quando tinha apenas um ano, em pouco tempo ele já conseguiu ficar em pé. Esperamos mais um pouco e neste ano colocamos o Marco para fazer aulas de skate”, frisou Victor Leal.
Apesar de ter apenas 6 anos, Marco Antônio ficou até de madrugada torcendo com os pais para os brasileiros nas Olimpíadas e pulou de alegria, quando Kelvin e Rayssa ganharam a medalha de prata.
Se depender dele, o futuro do Brasil no skate já está garantido.

Marco Antônio é apaixonado pelo skate/ Foto: João Pedro Bezerra
Estrutura
Para formar atletas de ponta é necessário uma boa estrutura.
A expectativa dos skatistas da região é que tenha mais pistas, sobretudo com cobertura e que o Emissário volte o mais rápido possível,