Demonstrações de carinho, de reconhecimento e muita emoção marcaram a despedida do Rei Pelé durante seu velório e sepultamento, na última terça-feira (3).
Edson Arantes do Nascimento, considerado o maior jogador de todos os tempos, morreu no dia 29 de dezembro de 2022, aos 82 anos.
Ele foi vítima de câncer que começou a ser tratado no ano passado. Ele estava internado no Hospital Alberto Einstein, em São Paulo.
Além dos parentes e amigos próximos, diversos ex-jogadores, atletas, autoridades esportivas e públicas estiveram presentes no velório realizado no gramado da Vila Belmiro.
Dessa forma, para prestar as últimas homenagens ao ídolo, entre elas os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da FIFA, Gianni Infantino.
Segundo estimativas da Assessoria de Imprensa do clube, cerca de 230 mil pessoas compareceram ao estádio para prestar as últimas homenagens a Pelé.
Além disso, o prefeito santista Rogério Santos manifestou pesar em nome da Cidade, decretando luto oficial de sete dias.
“Pelé é imortal. Seus feitos estão gravados na primeira página da história da humanidade. O Rei do Futebol, o maior atleta de todos os tempos, sempre estará em nossos corações e em nossa memória como um mago da bola”, destacou.
As maiores emoções, no entanto, ficaram reservadas para o cortejo.
Dessa maneira, conduzindo o caixão com o corpo do Rei pela orla da praia até a casa de sua mãe, para uma última despedida.
Durante todo o trajeto milhares de pessoas aguardaram sua passagem, com acenos e muitas demonstrações de respeito e carinho pelo ídolo.
Carreira brilhante
Atleta do Século 20, idolatrado ao redor do mundo, Edson Arantes do Nascimento começou a jogar no Santos Futebol Clube em 1956.
Portanto, iniciava ali a carreira do personagem mais importante da história do esporte. Talento gigante, genialidade surpreendente, jogador de qualidades insuperáveis, Pelé suplantou todas as marcas do futebol.
Dessa maneira, sendo reconhecido dentre todas as modalidades esportivas como o Atleta do Século 20.
Dificilmente alguém achará as palavras para definir o que foi a estrela do Alvinegro Praiano, time pelo qual foi bicampeão do mundo em 1962 e 1963.
Assim como na Seleção Brasileira, na qual conquistou os mundiais de 1958, na Suécia, de 1962, no Chile, e de 1970, no México.
Em quase 21 anos de atuação, Pelé marcou 95 gols com a amarelinha, e mais 1.091 pelo Santos. Foram verdadeiras obras de arte nos gramados do País e mundo afora, que levaram todo o planeta a reverenciar Sua Majestade.
Contudo, Pelé também é o maior artilheiro da história do futebol Mundial com 1.283 gols em 1.363 jogos. Sendo que pela Seleção Brasileira foram 77 gols em 92 partidas.
Copa do Mundo
Com a Amarelinha conquistou três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970), em 58 foi eleito o melhor jogador jovem do torneio. Em 70 ganhou o prêmio de melhor jogador, com gols memoráveis e quase gols, tão importantes quanto os marcados.
Por exemplo, como a tentativa do meio de campo contra a Checoslováquia, ou o famoso drible de corpo contra o goleiro Mazurkiewicz do Uruguai.
Além de, uniformes amarelos, Pelé teve a imagem imortalizada com os uniformes brancos.
Desse modo, contrastando com a pele negra, como nas fotos em que realizava a famosa comemoração do soco no ar.
Santos
No entanto, o Santos já era um time vitorioso antes da chegada do Rei, mas com ele se transformou no maior time de todos os tempos, conquistou o mundo e fez o nome do time e, por consequência, da Cidade chegar a todos os cantos do planeta Terra.
Magistral nos campos e encantando multidões ao redor da Terra, Pelé, simultaneamente, encarnou o papel de embaixador de Santos.
Desse modo, estabelecendo uma ligação indissociável entre o personagem e a Cidade.
Contudo, se Santos já era reconhecida em âmbito internacional pelo café e pelo maior complexo portuário da América Latina, o vínculo com Pelé fez o nome da Cidade se expandir aos mais distantes territórios.
Pela projeção que rendeu à Cidade em quase 70 anos, pela satisfação e orgulho que proporcionou aos santistas, Santos tem gratidão infinita a essa figura incomparável.
Fruto do longo esforço do próprio atleta, de autoridades governamentais do Município e do Estado, e do apoio da população, o Município tem orgulho de ter entregado em vida o que era um dos maiores sonhos do Rei: o Museu Pelé. Às vésperas da Copa de 2014, a inauguração o fez chorar. “Eu agradeço a Deus por ele ter me dado saúde para receber essa honra”, disse à época.
Homenagens
O viaduto que dá acesso a Santos pelo Sistema Anchieta- Imigrantes, porta de entrada da Cidade, foi denominado Rei do Futebol.
Além disso, seu entorno também conta com um monumento em formato de camisa do Santos FC, que traz o nome e número 10 imortalizados pelo Rei.
Também será erguido um monumento em sua homenagem na orla da praia (ver matéria da página 5).
A FIFA também anunciou que recomendará às federações de futebol de todos os países filiados que denominem estádios de Rei Pelé, como forma de perpetuar seus feitos.
Museu Pelé
Na Cidade, o Museu Pelé abriga as maiores referências do ídolo santista. Instalado no antigo Casarão do Valongo, ele apresenta a incrível trajetória de Edson Arantes do Nascimento, o Rei do Futebol.
Desse modo, no local, estão expostos documentos, camisas, chuteiras, bolas, condecorações e troféus, entre muitos outros itens do acervo pessoal do Atleta do Século 20.
Portanto, nos 4.134m² do museu, o público também aprecia áudios, filmes, fotos, textos sobre a história de Pelé e painéis com os registros mais importantes da trajetória do maior jogador de todos os tempos. O melhor é que o museu tem entrada gratuita.
Contudo,um amplo acervo da trajetória do Atleta do Século, o equipamento guarda documentos como:
Camisas, chuteiras, bolas, condecorações, troféus, itens do acervo pessoal, áudios, filmes, fotos e textos desde o tempo em que era menino até se tornar ídolo.
Para além da apresentação de objetos, é uma honra para a Cidade que ele tanto difundiu se responsabilizar pela conservação desse material de interesse de turistas do Brasil e do exterior.
A constelação de vultos que elevaram o nome da Cidade, como José Bonifácio de Andrada e Silva, padre Bartolomeu de Gusmão, Saturnino de Brito e Quintino de Lacerda, agora ganha o brilho de mais uma estrela: Pelé.
Neste momento de dor e de despedida ao finito Edson Arantes do Nascimento, Santos se curva em gesto de profunda gratidão e reverência ao eterno Rei.
Andar por Santos é encontrar referências e homenagens ao Rei Pelé em vários cantos. As marcas estão em obras públicas, no Santos FC e em vias desde a entrada da Cidade até a Ponta da Praia.
Assim, fora o passeio pelo museu e pela loja dedicada a Pelé, existe um local exclusivo ao Rei, para que ele recebesse convidados especiais ou para funcionar como um escritório.