No dia 7 de setembro último foi comemorado 202 anos que o Brasil se transformou em uma nação autônoma.
A coluna vai contar a história de quatros ruas que conversam diretamente com essa a data.
São elas: Rua 7 de Setembro (Vila Nova), Rua Dom Pedro I (Vila Belmiro), Praça da Independência (Gonzaga) e Rua Imperatriz Leopoldina (Ponta da Praia).
PEDRO E LEOPOLDINA
A Imperatriz Leopoldina, nasceu como Josefa Leopoldina Francisca Fernanda, a Maria Leopoldina da Áustria, no dia 22 de janeiro de 1797, em Viena, na Áustria.
Filha do Imperador Austríaco, Francisco I, cunhada de Napoleão Bonaparte e primeira Imperatriz do Brasil.
Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil ou Dom Pedro IV foi o vigésimo-oitavo rei de Portugal.
Nasceu no dia 12 de outubro de 1798, em Queluz, Portugal.
Recebeu o nome Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim.
Veio para o Brasil em 1808 na fuga da família Real.
Ela, primeiro casou-se com Pedro em Viena, no dia 13 de maio de 1817, mas seu marido estava representado por seu tio.
A benção matrimonial só aconteceu quando Leopoldina desembarcou no Rio de Janeiro em 6 de novembro daquele ano.
Ela falava e escrevia em alemão, italiano, francês, inglês e aprendeu com facilidade o português. Ele vivia no Brasil a vida de um mulherengo incontestável, ao ponto de no futuro isso atrapalhar seu casamento.
MATRIMÔNIO
Juntos tiveram 7 filhos: Miguel (falecido no parto), João Carlos (falecido aos 11 meses), Marina da Glória, Januária, Paula Mariana, Francisca e Pedro (Segundo Imperador do Brasil).
No entanto, o casamento imperial foi marcado por diversas traições de D. Pedro, segundo relatos não oficiais, ele teria tido mais de 50 filhos fora do casamento.
Em seu caso mais famoso, com Domitilia de Castro, a Marquesa de Santos, nunca teve filhos, porém chegou levá-la para morar na capital do Império após ficar viúvo.
Leopoldina faleceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1826 e a causa de sua morte é cheia de mistérios. Ela não teria resistido as sequelas de um aborto espontâneo, no entanto, a relação com seu marido era das piores, pairando sobre o Imperador boatos de agressão doméstica.
SEGUNDO CASAMENTO E VOLTA PARA PORTUGAL
D. Pedro viveu 3 anos viúvo e neste período a culpa bateu, apesar de conviver diariamente com a Marquesa de Santos, relatava ver o espírito da falecida e se arrependia pela forma que a tratou enquanto viva.
Com a fama de mulherengo espalhada por toda Europa, não foi fácil arranjar uma nova esposa, a sortuda (ou a que aceitou a bomba) foi Amélia de Leuchtenberg, princesa da Baviera, com quem teve mais uma filha, Maria Amélia.
Para conseguir se casar novamente, Pedro teve que provar que mudou. Expulsou Domitila para São Paulo antes da chegada da nova Imperatriz e nunca mais a viu.
Durante a relação com Amélia não foi registrado nenhum caso extraconjugal.
Com uma situação política insustentável para si no Brasil, Dom Pedro abdica do trono, em prol do seu filho mais novo com Leopoldina, de apenas 5 anos, Pedro II e retorna para Portugal, assumindo o comando da Coroa como Dom Pedro IV, até sua morte, em Queluz, no dia 24 de setembro.
7 DE SETEMBRO
O embrião da Independência do Brasil se dá com retorno da família real para Portugal em abril de 1821, após a Revolução Liberal do Porto, deixando no Brasil o então Príncipe-regente, Pedro I, mantendo assim o controle sob a Coroa e sob a colônia.
O dia 9 de janeiro de 1822 foi o pontapé para o que viria se tornar a nossa soberania como nação.
Pedro recebe ordens para retornar para Portugal, mas decide ficar soltando a famosa frase “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”, ficando conhecido como o dia do Fico.
Isso enfraqueceu as relações com os portugueses, piorando ainda mais em maio, quando é oficializado a lei do “cumpra-se”.
Com essa lei, toda e qualquer ordem vinda da Coroa só poderia ser cumprida após autorização do Príncipe-regente.
Essa rebeldia da colônia acentou a crise com os portugueses e no dia 28 de agosto.
RETORNO
Assim, Portugal determina o retorno imediato do futuro Rei português ou todas as concessões e dinheiro dados ao Brasil seriam cortados, além de prenderem todos os nossos ministros.
Ao receber a notícia, no dia 2 de setembro, a então Princesa-regente, Leopoldina, decide proclamar a indepêndencia do Brasil, mesmo na ausência de seu marido.
Enviando um recado a ele que retornava de Santos, após mais uma visita à Marquesa.
No dia 7 de setembro, Pedro recebe o aviso de sua esposa as margens do rio Ipiranga, em São Paulo, dando seu famoso grito “Independência ou morte”.
O ato foi oficializado no dia 12 de outubro, aniversário do Imperador, que ainda teve que lidar com revoltas nas regiões norte, nordeste e da Cisplatina (atual Uruguai) que se recusavam a ir contra a corte Portuguesa.
Apenas em 1825, após assumir uma dívida portuguesa de 3,1 milhões de libras esterlinas, Portugal reconhece a nossa independência.
Com isso, permitiu que outras nações fizessem o mesmo.
AS HOMENAGENS PELAS RUAS DE SANTOS
RUA DA INDEPENDÊNCIA
De 1873 a 1876 a cidade Santos contou com a Rua Independência entre seus logradouros, substituindo a então Rua Otaviana, atual Avenida Conselheiro Nébias.
A iniciativa iniciativa foi do então vereador Xavier Pinheiro.
Posteriormente a via Independência substituiu a Rua do Valongo.
PRAÇA MARECHAL DEODORO
Entre 14 de novembro de 1917 e 1 de janeiro de 1922, a Praça Independência teve o nome de Marechal Deodoro
A propositura foi do vereador Tito Livio Brasil.
RUA DOM PEDRO II NO LUGAR DE DOM PEDRO I
Construída pela Companhia Santista de Habitações Econômicas, antiga dona da área da antiga Vila Operária, atual Vila Belmiro.
A rua que leva o nome do primeiro Imperador do Brasil, chegou à se chamar Dom Pedro II durante um curto período em meados de 1914.
NOMEAÇÃO PARA MAIS DE 100 VIAS
Em 16 de fevereiro de 1921, o prefeito Coronel Joaquim Montenegro sancionou a lei n° 647, onde dava nome à mais de 100 logradouros aprovados, dentre elas a praça Indepedência, a rua 7 de Setembro e a rua Dom Pedro I.
+ 13 RUAS
No dia 12 de janeiro de 1927, o prefeito José de Sousa Dantas sancionou a lei n° 806 onde foram nomeadas um total de 13 vias, dentre elas a rua Imperatriz Leopoldina.
BAIXADA SANTISTA
Na Baixada Santista, apenas a cidade de Bertioga não tem em nenhum dos seus logradouros alguma dessas 4 vias.