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15 DE SETEMBRO DE 2018

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Boatos nas redes sociais podem causar danos irreversíveis, diz especialista

Internautas tentam se promover em seus perfis com botatos ou histórias comoventes inventadas apenas para obter os holofotes do mundo digital

Por: Da Redação

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A internet de fato é um local que da espaço para que todos possam se expressar. Basicamente, todos têm o mesmo direito e o mesmo espaço de fala.

No entanto, a plataforma tem sido usada de maneira equivocada, para promover minutos de famas. Onde internautas fazem postagens inadequadas das quais geram polêmicas.

Tudo isso apenas para obter prestigio virtual, ou seja, as curtidas e compartilhamentos.

No mundo digital, é perceptível a diversidade e a quantidade de “conteúdo”. Portanto alguns buscam tragédias alheias, invenção de boatos, ou até mesmo a própria exposição para obter os holofotes por alguns instantes.

Popularizada nas redes sociais, as “fanfics’’ – termo usado por fãs que criam histórias de ficção de seus ídolos – tem sido apontadas cada vez mais pelos internautas.

O caráter das publicações tende a ser uma crítica social ou política.

No entanto, são postadas como se ocorrido realmente acontecesse, promovendo o interesse particular do autor.

Responsabilidade

A ausência de provas geram as discussões sobre a veracidade do conteúdo, e até mesmo podem causar problemas na justiça.

Acusar alguém de algum crime e não tiver provas para contestar se configura como calúnia. De acordo com o Código Penal, a pena é detenção de seis meses a dois anos, e multa.

De acordo com o advogado especialista na área digital, Mateus Pirani, de 25 anos, geralmente a vitima de falsas acusações sofre um transtorno que transcende a própria vida, e os danos podem ser irreversíveis.

O especialista também orienta os internautas a terem cuidado com o que eles repassam em seus perfis.

Pois um simples compartilhamento pode tornar uma pessoa como coautor de um crime.

“Assim que receber alguma informação, um link, ou uma corrente é importante pesquisar quem foi o responsável pela publicação. Avaliar se o site há, ou não, credibilidade. Na maioria das vezes o mais recomendado é apenas absorver aquilo, e não repassar.”

O advogado explicou que ainda não existe nenhuma lei que enquadra a disseminação de uma informação falsa, mais conhecido como ‘fake news’. Para ele, essas publicações tem como objetivo de gerar um rebuliço social.

Vidas em risco

Pirani relembrou o caso que ocorreu anos atrás em Guarujá.

Neste caso ocorreu a divulgação de um boato, que ocasionou o linchamento público e a morte de Fabiane Maria de Jesus.

Recentemente, após o atentado contra o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, foram divulgados vídeos e postagens acusando um homem de socar a ferida do presidenciável enquanto ele era carregado para o carro.

Ainda nas publicações, os internautas alegavam o homem estaria tentando agravar ainda mais a situação de Bolsonaro. O caso teve tanta repercussão que foi necessário que o filho do candidato, Eduardo Bolsonaro, desmentisse o ocorrido em suas redes sociais.

“O homem que supostamente deu um soco em Bolsonaro é um Policial Federal. […] ele estava direcionando o corpo de JB para entrar no carro”, publicou.

Se o boato não tivesse sido desmentido, e criasse maior proporção a vida do homem do vídeo poderia estar em risco.

Além disso todos aqueles que republicaram os boatos também seriam responsáveis.

O advogado explicou que é essêncial solicitar ao provedor que faça a retirada do conteúdo improrio, assim evitando maior danos.

Ainda no raciocíonio do especialista, caso a postagem seja uma ofensa ou uma chantagem direta, é preciso se direcionar a polícia para abrir um Boletim de Ocorrência. E em seguida, procurar um advogado particular, ou a Defensoria Pública.

Comunicação

E não são apenas as publicações que podem trazer problemas judiciais que ocupam a internet.

Além disso, há também conteúdos dos quais não possuem relevância alguma para o internauta. Mas tem se tornado uma referência entre os youtubers.

O professor de Teoria da Comunicação, André Ritts, explicou que ainda não existe uma teoria concreta que esclareça esse fenômeno, onde as pessoas fazem de tudo para receber destaque na internet.

No entanto, como um profissional acadêmico ele tem a sua própria percepção sobre essa atual necessidade de ganhar atenção por poucos instantes.

Para ele, atualmente o mundo é uniforme, e isso faz com que as pessoas façam as mesmas coisas.

“Todos leem os mesmos livros, assistem as mesmas séries, literalmente fazem tudo igual”, afirmou.

Ainda no raciocínio de Ritts, pelo fato das pessoas serem as mesmas surge à crise de identidade. E isso faz com que elas façam de tudo para chamar atenção.

O especialista acredita que com a internet, chamar atenção se tornou algo mais fácil, pois não há a necessidade de produzir algo que seja reflexivo.

“Não há mais mérito por fazer algo notório. Antigamente o reconhecimento era dado quando você realmente fazia algo. Hoje, as banalidades estão se tornando tendência. Por exemplo, muitas crianças e jovens acompanham um sujeito que dentre os conteúdo dos vídeos é encher banheira de Nutella e mergulhar nela.”

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