Brasil integra projeto de supertelescópio para mapear céu por 10 anos | Boqnews
Foto: Banco de Imagens Freepik

astronomia

19 DE AGOSTO DE 2024

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Brasil integra projeto de supertelescópio para mapear céu por 10 anos

Parceria garante a participação de 170 pesquisadores brasileiros

Por: ana cristina campos
Agência Brasil

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Um dos empreendimentos mais grandiosos da astronomia moderna, o supertelescópio que terá utilização pelo projeto Legacy Survey of Space and Time (LSST), inicia em breve a sua fase operacional. Sendo assim, todas as noites, durante dez anos, ele mapeará o céu do Hemisfério Sul e disponibilização as informações para a comunidade científica.

O Brasil fará parte da empreitada internacional inédita de US$ 1 bilhão, ao lado dos EUA, do Chile. Desse modo, que hospeda o observatório, e de 43 grupos de pesquisa internacionais de 28 países.

Portanto, para isso, um acordo de cooperação científica até 2038 acaba de ser assinado pelo Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA), do Brasil, com o SLAC National Accelerator Laboratory, associado da Universidade Stanford, que representa o Departamento de Energia americano.

Dessa maneira, na semana que vem, já começam os testes com a câmera e, em setembro, haverá produção das primeiras imagens do telescópio. A parceria garante a participação de 170 brasileiros no projeto, 80% deles jovens pesquisadores. Além de estudantes e técnicos, envolvendo 26 instituições de ensino de 12 estados que formam o Grupo de Participação Brasileiro conhecido por BPG-LSST.

Instalado em Cerro Pachón, no Chile, o supertelescópio de 8,4 metros de diâmetro, com a maior câmera digital do mundo, de ultradefinição, com 3,2 bilhões de pixels, representa um avanço monumental na observação do Universo e vai escanear o céu para capturar imagens detalhadas de “objetos” (estrelas, galáxias, asteroides) no espaço.

Sob a liderança do Observatório Vera C.Rubin, dos EUA, ocorrerá um levantamento fotométrico do Hemisfério Sul, com imagens de altíssima resolução com seis diferentes filtros de cores. Cada posição será observada mil vezes, em dez anos, com grande profundidade, produzindo um filme do Universo jamais feito.

Contudo, a contrapartida do Brasil será a gestão de um grande centro de dados para armazenamento e processamento de parte das informações geradas pelo LSST. Uma equipe de tecnologia da informação desenvolveu e vai operar um software de Big Data com características únicas.

Em 2021, o LIneA iniciou a implantação desse centro de dados, conhecido como Independent Data Access Center (IDAC), que fará parte de uma rede mundial formada por outros centros internacionais. Anualmente, haverá produção de um imenso catálogo com dezenas de bilhões de objetos, que pode chegar a cerca de 37 bilhões em dez anos.

Além disso, o astrofísico Luiz Nicolaci da Costa, diretor do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA), informa que já haverá dados disponíveis a partir do segundo semestre. “Os jovens pesquisadores terão acesso privilegiado aos dados e poderão fazer ciência de qualidade. Esse projeto é único. É uma mudança de paradigma. O universo está numa expansão acelerada e isso está sendo causado pela energia escura”, disse.

Objetivo

Segundo Nicolaci, o objetivo do projeto é entender a natureza dessa energia escura, conhecimento de fundamental importância para a física básica. “O projeto para fazer isso tem que observar um volume de espaço enorme. Então o que ele vai fazer é se dedicar a fotografar o Hemisfério Sul por dez anos, todas as noites. Esse projeto vai explorar um volume do universo gigantesco, sem precedentes. É uma oportunidade única para o Brasil participar num projeto de vanguarda”, explicou.

O LSST, diz o diretor do LIneA, não apenas ampliará nossa compreensão do universo, mas redefinirá a forma como os dados astronômicos serão analisados e interpretados. A expectativa é que a experiência permita ao país desenvolver novas soluções computacionais para gerenciar e processar grandes volumes de dados. Além de avançar no campo da inteligência artificial.

Sendo assim, a Associação LIneA é um legado do programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). Portanto, uma parceria entre o CNPq e fundações de apoio à pesquisa estaduais. É o único da área de astronomia e dá sustentação às atividades científicas do INCT, mantendo um centro multiusuário de e-ciência e um intenso programa de desenvolvimento de projetos e plataformas científicas.

Dessa forma, o Observatório Vera C. Rubin possui operação da Association of Universities for Research in Astronomy (AURA). E teve financiamento, em conjunto, pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA (NSF) e pelo Departamento de Energia dos EUA (DOE). Desde 2015, o Brasil se integrou ao projeto.

Além disso, o Linea, responsável pela contrapartida brasileira, ainda busca recursos para viabilizar a iniciativa, estimada em R$ 6 milhões anuais, basicamente para o custeio da equipe de operação do centro de dados e de desenvolvimento de software para analisar o grande volume de informações coletadas.

 

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