Apesar de sua importância histórica, o Estado de São Paulo não conta com qualquer patrimônio reconhecido pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Desde 2015, o Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional encaminhou ao órgão internacional um conjunto de bens seriados composto por 19 fortificações coloniais espalhadas pelo Brasil.
E no caso do Estado de São Paulo, duas fortificações estão na listagem.
Casos do Forte da São João, em Bertioga, e a Fortaleza da Barra Grande, em Guarujá, ambos mantidos atualmente pelas respectivas prefeituras municipais.
Após correções no projeto, o Iphan luta contra o tempo para ver o patrimônio histórico reconhecido de forma internacional em forma de pertencimento.
Ou seja, um dos atributos subjetivos a serem analisados pela Unesco, como um conjunto de bens seriados a serem indicados para o Patrimônio Mundial.
O prazo se encerra em 2025.
Se aprovado, será a oportunidade do Estado de São Paulo – o mais rico e importante da federação – ter seus dois primeiro patrimônios reconhecidos internacionalmente.
Ambos, aliás, na Baixada Santista.
Enquanto isso, pesquisadores, escritores, militares, artistas e outros profissionais se unem para destacar a importância dos nossos fortes e fortalezas.
Livro Fortins, Fortes e Fortalezas
Dessa forma, nasceu o livro Fortins, Fortes e Fortalezas – Por eles vereamos o Brasil edificado.
Ele será lançado em fevereiro, na sede da Unisanta – Universidade Santa Cecília, sede da Associação Santista de Letras. A data ainda não foi definida.
Ao lado de outros profissionais (Clotilde Paul – in memoriam, Cristian Carbone e João Jorge Peralta, ambos coautores), o professor, escritor e especialista em fortes e fortalezas, Elcio Rogerio Secomandi trava uma verdade luta pelo reconhecimento das autoridades para a importância destes patrimônios históricos edificados há mais de cinco séculos.
“Não entendo o porquê São Paulo não ter patrimônio da humanidade até hoje. Há necessidade de empenho de todos para cuidar disso”, salienta Secomandi, um dos autores da obra e membro da Academia Santista de Letras.
“Este assunto não pode morrer”, acrescenta.
Jornal Enfoque
Secomandi participou do Jornal Enfoque desta sexta (13).
Na ocasião, falou sobre o novo livro e a importância histórica dos fortes e fortalezas da Baixada Santista e do País.
Uma verdadeira aula de História.
Além da Fortaleza da Barra Grande e do Forte São João, a região conta com o Forte do Itapema (inativo).
Além de dois mantidos pelo Exército em meio à vegetação: Forte dos Andradas (Guarujá) e Itaipu (Praia Grande).
Outros dois integraram a defesa das terras do litoral paulista no passado.
No entanto, desapareceram: o Forte Augusto e de Nossa Senhora do Monte Serrat, padroeira de Santos, que também dá nome a um forte no litoral baiano.
Nascimento
Assim, o livro nasceu de um fato histórico envolvendo duas fortificações coloniais que tem o mesmo nome de santo (Forte São João, em Bertioga, e o homônimo, no Rio de Janeiro), que contribuíram para a manutenção territorial do Brasil.
Afinal, em 1565, a expedição de Estácio de Sá saiu do Forte de São João – em Bertioga – para reconquistar a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro.
E assim, uma expedição marítima realizada com veleiros, as ‘caravelas dos dias atuais’, realizou a epopeia 450 anos depois de Estácio de Sá que expulsou os franceses e deu origem à cidade do Rio de Janeiro, que se tornou a capital do País posteriormente.
Dessa forma, surgiu o Diário de Bordo Fotográfico, com base nas fotos cedidas pelo comodoro da expedição marítima, professor doutor Volnys Bernal.
Dessa forma, todo o material da obra contou com apoio da MSC, que imprimiu 500 cópias, para serem distribuídas gratuitamente.
Além disso, o conteúdo está disponível neste link
Programa completo
Confira a entrevista concedida ao jornalista Francisco La Scala pelo professor Elcio Rogério Secomandi.
Assim, aos 87 anos, ele mantém o vigor e sonho do reconhecimento de um importante momento da história colonial brasileira para tornar nossos símbolos como de reconhecimento internacional.