Na semana em que as três maiores cidades da Baixada Santista fazem aniversário, vamos relembrar seus primórdios em que todas eram apenas a capitania de São Vicente.
Assim, mais especificamente o início de sua expansão, com o Porto de Enguaguaçu que anos mais tarde viria a se tornar o Porto e a cidade de Santos.
PRIMÓRDIOS
Em 26 de maio de 1532, o genovês Paschoal Fernandes e o português Domingos Pires receberam a autorização de Martim Afonso de Sousa, capitão-mor da capitania de São Vicente, para que pudessem plantar cana-de-açúcar em um local onde os povos nativos chamavam de “Enguaguassu”.
Portanto, o local era na saída do Rio da Bertioga, em frente onde fica atualmente a Alfândega.
Dessa forma, a área abrangia toda a região até o que seria hoje o bairro do Paquetá, facilitando seu acesso ao mar, tornando aqueles que ali se assentaram, o povoado de “Enguaguassu”.
PORTO DE SÃO VICENTE
Por essa razão, com o desenvolvimento da região devido ao plantio de cana, o local ficou conhecido como Porto de “Enguaguassu”.
No entanto, em 1541, tudo começou a mudar graças a Braz Cubas, que a esta altura já havia se tornado capitão-mor da região.
Assim, ele decide transferir o ancoradouro do porto da capitania de São Vicente que se mantinha na atual praia do Góes, em frente à Ponta da Praia, para o Outeiro de Santa Catarina.
O objetivo de facilitar o embarque das primeiras safras de açúcar produzidas na região, ficando conhecido como Porto de São Vicente
SANTOS
Em 1543, Braz Cubas ajuda a fundar a primeira Irmandade de Misericórdia do Brasil, a Santa Casa de todos os Santos.
Dessa forma, a instituição em pouco tempo passa a ser a Irmandade Santa Casa de Santos.
Isso faz com que a região passe a ser chamada de Santos ou ao invés do povoado de “Enguaguassu”.
Por sua vez, em 1546 Braz Cubas funda a vila que passaria a ser chamada de Vila de Santos.
Caso não houvesse a criação do hospital, a população santista seguiria os mesmos caminhos de outras cidades da Baixada Santista.
Assim como Itanhaém, Peruíbe, Mongaguá teria um nome indigena, Enguaguaçu.
ETIMOLOGIA
“He-N-Guaá-Guaçu” significa enseada de maior saída.
Portanto, vem da junção de “He-N” que significa saída, com “Guaá” que significa enseada e “Guaçu” que pode ser traduzido por grande ou maior.
Assim, o nome acaba explicando o local em que se situava, a saída do Rio da Bertioga.
Além do significado já explicado, o vocábulo “Enguaguaçu” teria origem na língua Guaianá.
Por essa razão, significaria “Pilão Grande”.
No entanto, existe ainda um outro significado para o mesmo nome.
Há uma vertente que alega que o nome vem de uma fruta nativa típica da região, o ingá.
Sendo assim, seria uma das formas de chamá-la, pois “Ingá-guaçu”, significa “Ingá Grande” e quando Paschoal e Domingos chegaram à região, estaria repleto de ingás.
ENGUAGUAÇU OU ENGUAGUASSU?
Ao fazer uma breve pesquisa, não é difícil encontrar o termo escrito com dois “s” ao invés de “ç”.
Isso porque, em seus primórdios e em documentos, o correto era Enguaguassu.
Porém ambas as grafias são aceitas, sendo possível ver nomes de um bairro no Guarujá (Jardim Enguaguassu) escrito com “s” ao invés de “ç”.
A RUA
Localizada na Ponta da Praia, com cerca de 830m, a Rua foi criada pelo prefeito Dr. Edgardo Boaventura, em 1946.
Era ano do quarto centenário da cidade, por meio do Decreto-lei 423, nomeando a Rua 361 de Enguaguaçu.
Sendo a única da Baixada Santista.