A palavra que dá o nome ao livro, Entrepetas, não tem no dicionário.
Nem a tecnologia do word – a tipologia da máquina escrever da nova era – a reconhece.
E na internet, ela só faz relação à obra do jornalista, diretor, ator, dublador, publicitário, radialista e servidor público, Clóvis Duduka Monteiro.
O título acima finaliza o prefácio do livro, escrito pelo jornalista Mauri Alexandrino, falecido no ano passado, e muito amigo de Duduka (com k mesmo!).
O livro sintetiza o humor e a vida deste santista, nascido há 58 anos, que já atuou como repórter esportivo, chefe de reportagem da TV Tribuna, e ator-dublador do programa Cabaré do Barata, com o falecido Agildo Ribeiro.
Afinal, humor é uma marca registrada de Duduka, responsável pelo primeiro programa do gênero no rádio da Baixada Santista, no final dos anos 80, o Elvis Clovis Show, um sucesso à época.
Uma espécie de stand up comedy radiofônico. Mas, sem dúvida, bem mais inteligente que muitos que ocupam os canais do you tube por aí e enchem plateias que gostam do rir de qualquer coisa.
A morte de Mauri, aliás, foi a razão deste material ser editado, após 22 anos aguardando o prelo.
O livro foi escrito na primavera de 1996 – em “apenas quatro ou cinco dias”, como recorda o autor.
Mas foi em 2001 que o mesmo foi registrado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Foi instigado pela também jornalista e colega, Fátima Francisco, também falecida.
Assim, Mauri Alexandrino teve contato com o material e resolveu escrever o prefácio. Ainda que fosse um exemplar apostilado.
Junto com outro amigo, Fernando Montanha, dono da agência Fenômeno Propaganda, autor da ‘orelha’.
O tempo passou e o material foi esquecido.
Até que outro amigo, seu compadre, Paulo Maurício, que trabalha na mesma agência de Montanha, entregou-lhe a única cópia existente.
“Ao ver aquela versão, o Paulo Maurício insistiu para que eu publicasse. E o fiz, homenageando nosso colega Mauri Alexandrino, cujo prefácio me emocionou”, lembra Duduka, que mandou a obra para o prelo em fevereiro passado.
E o trabalho ganhou um toque especial, com as ilustrações – sempre maravilhosas – do Sergio Ribeiro, o Seri, pai da Bigail!, que ilustrou alguns capítulos graciosamente.
Além da capa original, de autoria do publicitário Cuca Campbell, também da Fenômeno.
Entrepetas em busca do lançamento oficial
A vontade de homenagear o antigo amigo resultou na impressão de alguns exemplares, entregues a amigos e profissionais de Imprensa.
Lançamentos, como gostaria Duduka, ainda não ocorreram. Mas vontade não lhe falta.
“Nunca tive pretensões literárias. Mas se tiver que fazer algo, espero com o tempo conseguir pelo menos um pequeno lançamento”, enfatiza.
Portanto, para conhecer um pouco desta obra, basta contatá-lo pelo e-mail [email protected].
Certamente, você se divertirá com as histórias de um dos mais competentes jornalistas – e humoristas – que esta Cidade já lançou.
E que está na ativa. Do seu jeito, do seu modo.
Afinal, Duduka fazia comédia antes mesmo da onda dos atuais stand up , moda que ganhou espaço via redes sociais, onde o humor fácil é a regra.
Aliás, nem sempre com inteligência.
Algo que Duduka sabia fazer com muito mais competência. Já no século passado.
Afinal, como escreve Alexandrino, Entrepetas é vida não embalsamada.
Afinal, o que vale é rir.