A saúde mental dos colaboradores tem ganhado espaço nas discussões corporativas. Nas clínicas médicas, a governança jurídica surge como um caminho estratégico para tratar a questão de forma estrutural. Segundo os advogados Andreia e Marcelo Barreira, especialistas em governança no setor da saúde, muitos dos fatores que afetam o bem-estar das equipes têm origem em falhas organizacionais invisíveis.
“Conflitos, sobrecarga e decisões inconsistentes muitas vezes decorrem da falta de estrutura”, aponta Andreia. Marcelo completa: “A governança atua como elo entre gestão, RH, contabilidade e demais áreas, organizando regras internas, canais de escuta e responsabilidades.”
A dupla explica que a governança jurídica vai além da conformidade legal. “Ela reduz ruídos, traz segurança e previne desgastes emocionais. É a base silenciosa que sustenta a saúde mental no ambiente clínico”, diz Andreia.
Para Marcelo, o sofrimento emocional está ligado a falhas sutis, como comunicação truncada ou papéis mal definidos. “A governança antecipa esses riscos, estabelece fluxos e clareza nas funções. Não elimina os conflitos, mas evita que virem passivos emocionais ou jurídicos.”
Aliás, a previsibilidade jurídica também é apontada como essencial. “Ela reduz decisões arbitrárias e traz confiança para equipes que já lidam com forte carga emocional”, afirma Andreia.
Sobre o método desenvolvido por eles, a Governança Empresarial Lucrativa, Marcelo explica: “Ele se adapta a qualquer porte de clínica. Com a figura do consiliário jurídico, é possível crescer com segurança, sem perder o equilíbrio interno.”
Investimento
Portanto, apesar da resistência de alguns gestores, os advogados destacam que a governança é um investimento em sustentabilidade. “Ela organiza as relações com clareza e reduz o improviso que gera tensão. Valoriza quem está dentro e dá consistência à operação”, diz Andreia.
A ausência de governança, alertam, aumenta os riscos: “Sem estrutura, a clínica se torna vulnerável a ações trabalhistas, conflitos societários e falhas na comunicação com pacientes”, aponta Marcelo.
Em relação ao burnout, a governança ajuda a desnaturalizar a sobrecarga. “Ela define funções, organiza fluxos e cria canais institucionais de cuidado. Com apoio jurídico na gestão, é possível antecipar riscos e proteger o time”, afirma Andreia.
Para quem deseja começar, os dois recomendam passos simples: “Mapeie as dores internas, formalize responsabilidades e estabeleça canais de escuta. A mudança começa com clareza e metodologia, não com grandes investimentos”, orienta Marcelo.
Por fim, destacam a importância do consiliário jurídico na tomada de decisão. “Ele orienta escolhas complexas, ponderando riscos e bem-estar. O jurídico deixa de ser barreira e se torna parceiro do crescimento sustentável”, conclui Andreia.
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