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31 DE JULHO DE 2009

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Rock nas veias

Uma banda considerada como uma das de maior sucesso do Brasil no exterior e outra, natural de Santos, que segue os mesmos passos, com bem sucedidas excursões recentes a Estados Unidos e Espanha. Tratam-se, respectivamente, de Sepultura e Shadowside, que farão uma apresentação especial neste sábado (1), na Fantastic Chopperia, à Avenida Antônio Emmerich, 1643, […]

Por: Da Redação

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Uma banda considerada como uma das de maior sucesso do Brasil no exterior e outra, natural de Santos, que segue os mesmos passos, com bem sucedidas excursões recentes a Estados Unidos e Espanha. Tratam-se, respectivamente, de Sepultura e Shadowside, que farão uma apresentação especial neste sábado (1), na Fantastic Chopperia, à Avenida Antônio Emmerich, 1643, Jardim Guassu, na divisa entre Santos e São Vicente, a partir das 20h30.



O show terá algo que, no Brasil, não é comum em apresentações voltadas ao heavy metal, que é a mistura de estilos diferentes. De um lado, o Sepultura, com seu som mais agressivo. De outro, o Shadowside, com uma batida mais melódica, embora também com músicas fortes. “Shows assim tendem a expandir o público, dar maior visibilidade, além de seguir uma linha que é tradicional fora do Brasil. É algo que estamos tentando trazer para cá, até porque tudo é metal”, define a vocalista do Shadowside, Dani Nolden.



O guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, relembra que a banda já tocou por diversas vezes com artistas diferentes, inclusive fora do metal. “Já tocamos com Rage Against The Machine e Alanis Morissete, por exemplo. Compareceram pessoas que normalmente não assistiriam o show de um ou outro e todos se respeitaram. É bastante positivo”, conta, reforçando a ideia de que, independentemente do estilo, tudo é música. “É uma grande besteira ficar dividindo banda, isso é coisa para loja de disco”, enfatiza.

Um dos objetivos dessa “convocação” aos diferentes públicos fãs de heavy metal é também o de dar um novo empurrão ao estilo. Embora, reconhecidamente, o metal não tenha uma presença constante na mídia, é tido como um estilo com seguidores fiéis. Na visão de Dani, algumas das explicações para o menor apelo midiático estão na própria expressão das músicas, além do preconceito.

“Não adianta querermos que o metal seja forte como é na Finlândia, onde todo mundo fala, além do próprio idioma, o inglês, a língua característica do gênero. Lá, o metal é popular como é o Roberto Carlos no Brasil. Além disso, aqui se tem o costume de relacionar os headbangers com violência, dificultando, por exemplo, que façamos um show mais aberto, como na praia, como já tentamos”, lamenta.

Kisser diz não se preocupar com a falta de apelo de mídia do metal, até porque o gênero, ao redor do mundo, conseguiu superar a crise das gravadoras, seguindo com as produções próprias. “O brasileiro gosta de heavy metal e nesses 25 anos de história já não importa o que a mídia acha ou não, ou o que deixa de ser modismo. Aprendemos a nos adaptar às tendências com a experiência. Tanto que, quando começamos, moderno era o aparelho de fax”, recorda.

Dificuldades
Ainda assim, ele deixa clara a crítica à incompreensão que o estilo sofre. Para o músico, isso fica claro quando se comparam as festas de Carnaval aos shows de metal. “No Carnaval, você vê absurdos, com pessoas que se reúnem para fazer arruaça e estragar as coisas, mas dizem que é pela alegria e vale tudo. Enquanto isso, quando vêem o headbanger cabeludo, que vai ao show para ver a apresentação da banda, já pensam besteira”, compara.

Outra incompreensão trata  da alegação de que heavy metal é, simplesmente, barulho. “O pessoal esquece que é um gênero que necessita de estudo e conhecimento do instrumento  tocado. Há uma música bem específica, um estilo sempre forte, uma técnica própria, o que não é fácil de ser alcançado”, explica.

Uma consequência dessa dificuldade recai na forma como as bandas fazem sucesso. E se no Brasil, elas não são tão faladas, o mesmo não ocorre no exterior. Basta dizer que o Sepultura é considerada a banda nacional mais reconhecida ao redor do mundo, e em seus ritmos trabalha não apenas o metal pesado, mas inclusive ritmos brasileiros. Kisser tem como parceiros de banda Derrick Green (vocalista), Paulo Jr. (baixista) e Jean Dolabella (baterista).

A Shadowside, por sua vez, tem feito turnês internacionais constantes, angariando fãs em países como Estados Unidos e Espanha. Além de Dani, também fazem parte da banda Raphael Mattos (guitarrista), Edu Simões (baixista) e Fabio Buitvidas (baterista).

Kisser não acredita que o fenômeno do reconhecimento maior ocorrer fora do país de origem seja particular do Brasil. Segundo ele, outras bandas famosas também precisaram deixar suas casas para chegar ao sucesso. “Quando tocamos com o Scorpions, eles contaram que tiveram que sair da Alemanha, de onde são, para ganhar o mundo como o fizeram. Beatles e Deep Purple também deixaram a Inglaterra para estourarem”, relembra.

Importância
O show de sábado também pode representar uma ressurreição do cenário do heavy metal, apesar de a região já ter recebido a apresentação de bandas, como o Halloween (2006). “É a chance de podermos mostrar ao público headbanger que há esperança, mesmo sabendo que é complicado receber apoio”, define Dani Nolden. “Quanto mais bandas de grande porte vierem e mais notarem que os locais estão lotados, certamente vão perceber que é necessário um maior incentivo”, acredita.

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