A Escola Estadual Parque dos Sonhos, em Cubatão (SP), entrou no Top 10 do prêmio internacional World’s Best School, promovido pela organização T4 Education. A escola concorre na categoria Superação de Adversidades com um projeto de acolhimento, inclusão e valorização dos alunos, que vivem em uma região marcada por vulnerabilidade social.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18), durante uma festa na unidade, com participação de alunos, professores, famílias e moradores do bairro Jardim Nova República. A votação está aberta no site vote.worldsbestschool.org até 8 de julho.
A escola atende 536 alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e desenvolve 21 projetos extracurriculares. Entre eles estão patinação artística, teatro, dança e visitas dos professores às casas dos estudantes. A proposta criou vínculos com a comunidade e reduziu drasticamente os episódios de violência no ambiente escolar.
De “Parque dos Pesadelos” a exemplo global
O diretor Régis Marques Ribeiro assumiu a escola em 2016, três anos após sua inauguração. Na época, a unidade era conhecida como “Parque dos Pesadelos”, devido a episódios de vandalismo e furtos, como o roubo de 40 computadores em uma única noite.
“Hoje, todos os alunos são chamados pelo nome. Os professores criam projetos com os quais se identificam e os estudantes se sentem parte da escola”, diz o diretor. Desde 2021, não há registros de invasões ou vandalismo na unidade.
A transformação impactou também os números: a matrícula cresceu 500% nos últimos anos. O projeto de patinação, que começou com nove alunos, hoje conta com 80 atletas. O Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) nos anos finais do Fundamental subiu de 2,27, em 2014, para 4,5 em 2024.
Histórias que inspiram
A escola formou campeões e profissionais reconhecidos. Rafael Henrique Santos, de 12 anos, começou na patinação artística na escola. Hoje, é bicampeão brasileiro, vice-campeão mundial e conseguiu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos.
Jordana Vieira, de 21 anos, ex-aluna e hoje sócia de uma escola de idiomas, afirma que os projetos ajudaram a moldar sua trajetória pessoal e profissional. “Você entra de um jeito e sai uma pessoa totalmente diferente. A escola é um lugar de conforto e transformação”, diz.
Outros ex-alunos também relatam experiências marcantes com teatro, liderança de grêmio, clubes juvenis e apoio mesmo durante a pandemia. “A escola me ajudou a melhorar minha fala, meu vocabulário e me preparou para o mercado de trabalho”, conta Vinicius Ferreira, jovem aprendiz.
Reconhecimento que se repete
Esta é a segunda vez que uma escola da rede estadual de São Paulo figura entre as finalistas do prêmio. Em 2024, a Escola Deputado Pedro Costa, da capital, ficou entre as três melhores do mundo na categoria Colaboração com a Comunidade.
O secretário estadual da Educação, Renato Feder, celebrou a nova conquista. “Essa escola é especial.
Os estudantes sonham com o futuro porque se sentem respeitados, engajados e acolhidos. Vamos espalhar esse modelo por outras escolas do estado”, afirmou.
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