Após uma espera de mais de três anos e investimentos de cerca de R$ 5 bilhões, os motoristas que precisam enfrentar o trânsito caótico de São Paulo para chegar às cidades do interior estão prestes a ter uma boa notícia: a inauguração do trecho Sul do Rodoanel, cuja previsão de conclusão será nesta semana.
Apesar da data exata de inauguração estar indefinida pela Secretaria de Transportes, o trecho sul do Rodoanel Mário Covas vai interligar as rodovias Anchieta/ Imigrantes e Régis Bittencourt, cortando sete municípios.
O objetivo da obra é eliminar o trânsito de passagem nas principais vias de São Paulo. Como acontece com os caminhões, por exemplo, que atravessam a Capital em direção ao Porto de Santos, contribuindo para provocar os tradicionais congestionamentos.
Segundo expectativa da Secretaria de Transportes do Governo do Estado, o benefício imediato para São Paulo será a redução em 43% no fluxo de veículos pesados da Marginal do Rio Pinheiros e em 37% na Avenida dos Bandeirantes, aliviando o tráfego intenso dessas vias.
Para os motoristas da Baixada Santista que precisam realizar trajetos até cidades do interior, por exemplo, a inauguração vai representar uma dor de cabeça a menos na viagem, pois não será necessário passar por São Paulo para chegar até seu destino.
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| Trecho Maúa / Anchieta |
Trecho Sul
Os acessos ao trecho Sul do Rodoanel serão pelas rodovias do Imigrantes, Anchieta e Régis Bittencourt e também pelo município de Mauá, por meio da Avenida Papa João XXIII (mapa).
Assim como o lado Oeste, o trecho Sul do complexo será uma rodovia expressa, sem retorno ou entradas para bairro, trevos ou postos de gasolina. Os únicos acessos serão para as rodovias interligadas por ele.
De acordo com a Secretaria de Transportes, o trecho sul terá 61,4 quilômetros de extensão e contará com seis praças de pedágio: três delas estarão nas alças do trevo da rodovia Imigrantes, um na alça de acesso à Via Anchieta; um pedágio na interligação de acesso à Mauá e um no sentido de Mauá para a Régis Bittencourt e trecho Oeste. O valor só será definido após o processo de concessão do trecho. Até lá, não haverá cobrança.
A obra
A execução do Rodoanel foi dividida em quatro trechos: Oeste, Sul, Leste e Norte, sendo que antes apenas a parte Oeste estava concluída. Esse trecho, inaugurado em 2002, tem extensão de 32 quilômetros e interliga as rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Anhanguera e Bandeirantes.
Com os dois trechos (oeste e sul) em operação, sete das principais rodovias de acesso a São Paulo (Anchieta e Imigrantes, além das citadas anteriormente) estarão interligadas. A previsão da Secretaria é que, com os trechos Oeste e Sul em funcionamento, os índices de congestionamento e lentidão nas principais vias da Capital seja reduzido em 12 %.
O início das obras do trecho Leste do Rodoanel está previsto para este ano. Seu projeto prevê a passagem pelos municípios de Ribeirão Pires, Mauá, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Itaquaquecetuba e Arujá. Servirá como ligação entre as rodovias que servem à Baixada Santista com a Ayrton Senna e Via Dutra.
Sem previsão para o início de construção, o trecho Norte ligará as rodovias Dutra e Fernão Dias às rodovias dos Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Rodovia Régis Bittencourt de forma mais direta. Porém, é o trecho que apresenta o projeto mais custoso, tanto financeiramente, como ambientalmente.
Porto
Além dos benefícios para o motorista, a previsão da Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo é que, juntamente com o trecho Oeste, o trecho Sul facilite o transporte e o escoamento de cargas do interior paulista e de outros estados até o porto de Santos, atuando como importante elo econômico para a incorporação do porto ao sistema de logística de transportes do Estado e do País.
“A importância do Rodoanel é vital para o Porto. Com a conclusão das obras o produtor terá grande facilidade de chegar até o cais, o que eles não estão acostumados. Atualmente, é preciso sair bem mais cedo para chegar ao destino no dia previsto. Isso não será mais necessário”, avalia o diretor de planejamento estratégico da Codesp, Renato Ferreira Barco.
Apesar da melhora no acesso, o diretor não acredita que a facilidade aumentará o trafego na zona portuária. “O volume de carga não será influenciado com o fato do produtor chegar ao porto mais rapidamente. A carga será a mesma só que, sem dúvida, o Rodoanel melhorá a logística do porto de Santos”, acredita.
O acesso facilitado também vai influenciar, diretamente, no alívio do fluxo de veículos pesados nas grandes vias de São Paulo. Segundo dados da prefeitura paulistana, dos 210 mil caminhões que circulam pela Cidade, 55 mil só estão de passagem.
Fluxo de veículos
Os turistas que se dirigem à Baixada Santista também terão o que comemorar. Para chegar ao litoral não será necessário cortar as grandes vias de São Paulo e enfrentar horas de congestionamento, principalmente, em feriados prolongados.
A conclusão das obras facilitará o acesso do visitante mas, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento de Santos, não aumentará o fluxo de veículos na Cidade. “Não acredito que haja diretamente uma geração de demanda. O turista que deseja vir a Santos, planeja a viagem independente do trânsito. Evidente que os turistas terão maior facilidade de circular e vão querer vir à cidade mais frequentemente”, analisa o secretario, Márcio Antonio Rodrigues de Lara.