Baixa escolaridade é fator de risco para declínio cognitivo no Brasil | Boqnews
Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Educação

17 DE FEVEREIRO DE 2025

Siga-nos no Google Notícias!

Baixa escolaridade é fator de risco para declínio cognitivo no Brasil

Estudo contraria fatores de risco como idade avançada e sexo

Por: Paula Laboissière
Agência Brasil

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

A baixa escolaridade no Brasil figura atualmente como maior fator de risco para o declínio cognitivo, característica ligada a quadros de demência. A conclusão é de um estudo liderado pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Eduardo Zimmer, com o apoio do Instituto Serrapilheira, e publicado no periódico The Lancet Global Health.

Em nota, o Instituto Serrapilheira avalia que o estudo é importante porque contraria a premissa, prevista na literatura científica, de que o declínio cognitivo é causado sobretudo por fatores como idade avançada e sexo. “O novo artigo amplia o leque de riscos de perda de cognição, considerando as particularidades de outros contextos”, destacou o comunicado.

Dessa forma, o estudo demonstra que modelos de pesquisas desenvolvidas em países de alta renda não são replicáveis para todo tipo de nação. Por meio do uso de inteligência artificial (IA) associada a técnicas de machine learning, a pesquisa analisou dados de mais de 41 mil pessoas na América Latina. Portanto, divididas em dois grupos: países de baixa e média renda (Brasil, Colômbia e Equador) e países de alta renda (Uruguai e Chile).

Análise

No Brasil, houve a análise de 9.412 casos, oriundos do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). “A baixa escolaridade foi o maior fator de risco para casos de declínio cognitivo, seguida de sintomas de saúde mental, atividade física, hábitos de fumo, isolamento social, entre outros”, destacou o instituto Serrapilheira.

Idade e sexo, considerados fatores de risco mais proeminentes globalmente, aparecem de forma menos relevante em termos estatísticos. “Os níveis baixos de escolaridade, junto com as já conhecidas instabilidade econômica e insegurança social do país, têm impacto significativo no envelhecimento cerebral da população brasileira, especialmente nas regiões mais pobres”.

“Ao identificar a educação como um fator central no risco de declínio cognitivo, a expectativa de Eduardo Zimmer e outros pesquisadores que participaram do estudo é influenciar as políticas públicas do Brasil e da América Latina em relação ao tema”, completou o instituto.

Além disso, no Brasil, cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais apresenta algum tipo de demência. Desse modo, algo em torno de 2,71 milhões de pessoas, conforme dados do Ministério da Saúde. “A projeção para 2050 indica que esse número pode aumentar para 5,6 milhões de diagnósticos no país”, concluiu o instituto.

Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.